sexta-feira, 16 de novembro de 2012

COMO FICAR CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

O ESPIRITO SANTO
Freqüentemente pessoas me perguntam: "Como posso ficar cheio do Espírito?" Nós recebemos a ordem de ficar cheios, mas como vamos obedecer? Como a presença e o poder do Espírito Santo podem se tornar reais em nossa vida? Este é o ponto-chave do problema. Tudo que eu disse até aqui sobre ficar cheio do Espírito será somente um artigo interessante, sem relação direta com nossa vida, se não fizermos nós mesmos a experiência: ficar cheio do Espírito.
É interessante que em nenhum lugar a Bíblia nos dá uma fórmula clara e concisa de como ficar cheio do Espírito. Eu creio que isto é assim porque a maioria dos crentes do primeiro século não precisavam que alguém lhes dissesse isto. Eles sabem que a vida normal do cristão é uma vida cheia do Espírito. O fato de nós estarmos tão confusos sobre este assunto hoje em dia é uma prova triste do baixo nível espiritual da nossa vida.
Apesar de a Bíblia não dizer muita coisa sobre este assunto, quando tomamos o Novo Testamento como um todo sobrarão poucas dúvidas em nossa mente sobre o que significa ter uma vida cheia do Espírito, ou como ela pode se tornar real em nós. Eu creio que o ensino do Novo Testamento sobre como ficar cheio do Espírito Santo pode ser resumido em três expressões: compreensão, submissão e andar pela fé.
COMPREENSÃO
O primeiro passo para ficar cheio do Espírito é compreensão; há certas coisas que nós precisamos saber e compreender – verdades que Deus revelou em Sua Palavra, a Bíblia. Algumas destas verdades já foram mencionadas, mas vamos recapitulá-las para ter certeza de que as sabemos bem. Quais são elas?
A primeira verdade que precisamos compreender é que Deus nos deu o Seu Espírito Santo, e que Ele mora em nós. Se eu aceitei a Cristo como meu Salvador, o Espírito de Deus habita em mim. Lembre-se – eu não preciso necessariamente sentir Sua presença, mas isto não quer dizer que Ele esteja ausente. Precisamos compreender que Sua presença é um fato. Deus prometeu que o Espírito viveria em todos os que pertencem a Cristo, e Deus não pode mentir. Nós aceitamos este fato pela fé.
Também devemos compreender que Deus ordena que nós fiquemos cheios do Espírito. Isto significa que é Sua vontade que você fique cheio – e recusar-se a ser cheio é agir contra a vontade de Deus. É uma ordem Sua, e por isso é Sua vontade. Talvez assim fique ainda mais claro: Deus quer nos encher com Seu Espírito. Isto é algo maravilhoso para mim. Deus não nos dá uma medida cheia do Espírito resmungando ou de má vontade. Não, Ele quer que nossas vidas sejam controladas e guiadas pelo Espírito Santo. "Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo aos que lho pedirem" (Lucas11:13). Se você não está cheio do Espírito, tenha certeza de que não é porque Deus não quer. A culpa é totalmente sua.
Isto nos leva a outro ponto que devemos compreender, que é a presença do pecado em nossa vida. O que é que bloqueia a atuação do Espírito em nossa vida? É o pecado. Antes de podermos ficar cheios do Espírito Santo, temos de resolver honesta e completamente todos os pecados conhecidos em nossa vida. Isto pode ser doloroso, quando nos dispomos a encarar coisas que temas escondido ou nem mesmo reconhecido em nossa vida. Mas sem uma purificação dos pecados não podemos ficar cheios do Espírito, e o primeiro passo para a limpeza é reconhecer a presença do pecado.
A maioria de nós deve, uma vez ou outra, ter feito a experiência de ter canos entupidos em casa, de modo que a água só saía a conta-gotas, ou cessava de todo. Onde eu moro, no norte da Califórnia, raramente fica bem frio, mas eu me lembro de uma vez em que a temperatura desceu abaixo de zero. Apesar de os anos que trazem a água da fonte na montanha estarem bem fundo abaixo da terra, eles congelaram totalmente. Tivemos de cavar a terra dura e esquentar uma junta do cano com um maçarico, para derreter o gelo. O pecado em nossa vida é como este gelo – nossa vida espiritual foi "congelada" por um mundo hostil. Só há uma solução: arrepender-se, para abrir o bloqueio e restaurar a fluência do Espírito.
Todos nós sabemos que o "endurecimento das artérias" (arteriosclerose) é uma das doenças perigosas que matam grande parte das pessoas. As artérias vão ficando entupidas com substâncias que ainda confundem os especialistas. Eles ainda não sabem como desentupir estas artérias, de maneira que o sangue possa fluir livremente de novo. A solução mais comum é "fazer um desvio", mas as opiniões dos médicos divergem sobre este método. Em muitos países são gastas grandes somas todo ano em pesquisa médica, para descobrir uma substância química que desobstrua as artérias e livre da morte milhões de pessoas.
Nossa vida, da mesma forma, precisa da substância que é o sangue de Cristo para desentupir canos ou artérias em nó, para que a seiva vital possa fluir por eles. O pecado é o grande obstáculo, e o sangue de Cristo é o potente agente de limpeza, quando aplicado em arrependimento e fé.
Às vezes novos crentes ficam confundidos ao descobrir que ainda são pecadores e que não só continuam sendo tentados, mas até cedem à tentação. Na verdade isto não deveria nos surpreender, porque a velha natureza de pecado ainda está em nós. Antes de alguém vir a Cristo, só uma força está atuando dentro dele, a velha natureza carnal. Quando aceitamos a Cristo, o Espírito Santo vem morar em nossa vida, e agora há duas naturezas atuando em nós: a natureza pecaminosa que quer que nós vivamos para o "eu", e a nova natureza espiritual que quer que nós vivamos para Deus. A questão é: Qual destas naturezas decidirá nossas ações? É por isto que é tão importante ser cheio do Espírito. Se o Espírito não controlar nossa vida, a velha natureza pecaminosa nos dominará. A atuação do Espírito estará bloqueada enquanto permitirmos ao pecado que fique.
Portanto, temos de acabar com o pecado em nossa vida para saber como é ser cheio do Espírito. Isto não é fácil, por diversas razões. Uma, que pode ser muito penoso encarar o pendo. Geralmente a raiz dos nossos pecados é o orgulho, e nosso orgulho fica profundamente ferido quando admitimos honestamente, diante de Deus e diante dos homens, que não somos tão bons como pensávamos que fôssemos.
Também é difícil acabar com o pecado porque (como veremos adiante) não é suficiente conhecer o pecado, mas temos de nos arrepender dele. Alguns de nós possivelmente estão escondendo pecados, tolerando-os, não querendo deixar deles. Como o jovem rico legalista, em Marcos 10, nós queremos o que Jesus nos oferece, mas queremos ainda mais nos apegar a nosso pecado.
Ainda há outra razão que dificulta a extirpação do pecado do nosso coração, que é muito simples: o pecado nos cega espiritualmente, e ficamos cegos principalmente quanto ao horror do pecado. Não vemos o quanto ele penetrou em cada área do nosso ser, e como infeccionou tudo que dizemos, fazemos e pensamos. É muito fácil confessar os pecados que podemos ver claramente, mas pode haver muitos outros pecados, que não estamos veado, e que nos impedem até mais diretamente de andar com o Senhor.
Esta é a razão de a Bíblia ser tão inflexível neste assunto. Não devemos nos contentar com um exame superficial, achando que só os pecados que mais nos incomodam devem ser confessados. O Espírito Santo nos convencerá de outras áreas de pecado que precisamos confessar a Deus, à medida que estudamos a Palavra de Deus em oração – lembre-se que Ele é o Autor da Bíblia. Temos de confessar não só o que nós acharmos que é pecado, mas também o que o Espírito Santo indica ser pecado, quando de fato ouvirmos Sua voz pela Palavra de Deus. "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2 Tim. 3:16).
A confissão deve abranger todos os pecados. Os Cantares de Salomão nos advertem das "raposinhas, que devastam os vinhedos" (2:15). Isto é um exemplo de como "pecadinhos" porem destruir nosso fruto para o Senhor. Pode haver orgulho, inveja ou amargura em nós. Pode ser fofoca, impaciência, indelicadeza ou um temperamento não controlado – tudo que faça a vida dos que vivem ao nosso redor mais difícil. Talvez você deva trazer pensamentos impuros ao Senhor, para que Ele o limpe deles. Glutonaria ou preguiça devem ser enfrentadas.
Talvez o Espírito Santo esteja nos chamando à atenção pelo uso do nosso tempo, ou do nosso dinheiro, ou sobre o nosso estilo de vida, ou sobre o uso (ou abuso) de algum dom que Ele nos deu. Pode ser que estejamos tratando com frieza e indiferença uma pessoa chegada a nós. Em outras palavras, devemos trazer a Deus qualquer pecado que consigamos identificar, para que seja confessado. O pecado existe sob qualquer forma, e o Espírito deve nos guiar quando examinamos nossa vida em oração.
Recentemente um jovem veio falar comigo, dizendo que tinha perdido o Espírito Santo. Eu lhe respondi que ele não tinha perdido o Espírito Santo, mas talvez O tenha entristecido com algum pecado específico. Ele disse que não Se lembrava de nenhuma coisinha que pudesse estar entre ele e Deus. Eu lhe perguntei: "Como está seu relacionamento com seus pais?" "Bem, não é dos melhores", foi sua resposta. Eu cavei mais fundo e perguntei: "Você honra seu pai?" Ele concordou que tinha pecado nesta área. Eu disse a ele: "Por que você não vai e tem uma conversa franca e direta com ele, confessando seu pecado, caso você esteja errado?" Ele fez isto, e alguns dias depois voltou com um grande sorriso, dizendo: "Relacionamento restabelecido".
Há ainda outra afirmação a ser feita sobre confissão de pecados. Temos de ser honestas quanto aos vários pecados que cometemos, mas o maior de todas é – que não deixamos Cristo governar nossa vida. A pergunta mais básica que um cristão pode fazer é esta: Quem está dirigindo minha vida, eu ou Cristo?
Enquanto tentarmos manter o "eu" no centro das nossas vidas, o pecado será sempre um problema sem solução, e nossa vida será marcada por derrotas e desânimo. É impressionante quantos cristãos não querem se submeter ao senhorio de Cristo, e o Novo Testamento está cheio de afirmações de Cristo exigindo nossa entrega total. "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz, e siga-me" (Lucas 9:23). Como é fácil para nós fixar nossos próprios objetivos, agir conforme nossos próprios objetivos, agir conforme nossos próprios motivos, satisfazer nassas próprios desejos, sem sequer perguntar a Deus qual é Sua vontade. Ele nos diz que devemos renunciar a nossos planos e hábitos, e seguir a Ele. Ele nos diz que devemos abdicar do governo da nossa vida, e deixá-Lo governar tudo que somos e fazemos. "Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2 Cor. 5:15). Você reconheceu a maneira completa – e trágica – com que o pecado dominou sua vida, e está disposto a submeter tudo à autoridade e à direção de Cristo?
Temos de compreender também que o Espírito Santo está em nós, e que Deus quer que nossa vida seja controlada por Ele. Antes temos de compreender nosso pecado em toda sua dimensão. E o que mais precisamos é responder à pergunta crucial: Quem está controlando nossa vida – nós ou Cristo? Só quando compreendermos tudo isto poderemos passar para o segundo passo.
SUBMISSÃO. 
O segundo passo para ser cheio do Espírito Santo é o que nós podemos chamar de submissão. O que eu quero dizer com isto? Com submissão eu me refiro à renúncia aos nossos métodos, procurando acima de tudo submeter-nos a Cristo como Senhor, ser governados por Ele em todas as áreas da nossa vida. 
Vemos a importância disto no que foi dito antes sobre a maneira com que o pecado bloqueia o controle do Espírito Santo. A essência do pecado é a vontade própria – egocentrismo, ao invés de Cristocentrismo. Para sermos cheios do Espírito, controlados e dominados por Ele, temos de colocar a Cristo no centro da nossa vida, e tirar de lá o "eu", ou seja, submeter-nos a Ele – permitir que Ele Se torne Senhor em nossa vida.
Como concretizar isto? Há duas etapas para conseguir isto, a meu ver.
Em primeiro lugar, arrepender-se e confessar. Acabamos de constatar que uma das coisas que temos de compreender é a profundeza do nosso pecado. Mas só compreender não é suficiente. Temos de confessar o pecado a Deus, e nos arrepender dele. Muitas pessoas sabem que são pecadoras, podem até fazer uma lista dos pecados que são um problema para elas. Às vezes ficam tristes com a situação e gostariam que as coisas fossem diferentes, mas nunca mudam. Por quê? Porque nunca confessaram os pecados a Deus, arrependendo-se deles.
Há uma diferença entre confessar e se arrepender, embora a Bíblia veja as duas coisas muito próximas uma da outra, como dois lados de uma moeda. Confessar é reconhecer o pecado. É admitir diante de Deus que eu sei que sou pendor, porque há certos pecados que eu sei que cometi. O maravilhoso da questão é que Deus prometeu nos perdoar quando formos a Ele em humilde confissão. Uma das grandes promessas da Bíblia está em 1 João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça".
Arrepender quer dizer renunciar ao pecado. No grego (a língua em que o original do Novo Testamento foi escrito) a palavra "arrepender-se" implica em uma mudança completa e radical de atitude. É mais do que ficar sentido com o que fez, mais que confessar: arrepender-me dos meus pecados é voltar as costas a eles e olhar para Cristo e Sua vontade.
Se eu estou culpado de pensamentos maus, eu renuncio a eles quando me arrependo deles, e decido, pela graça de Deus, encher minha mente com coisas que O honrem. Se eu maltratei alguém ou o tratei de maneira pouco amorosa, eu decido fazer tudo o que for necessário para substituir minha indelicadeza por atitudes amáveis. Se meu estilo de vida não está agradando o Deus, eu vou mudá-lo para encaixá-lo mais na vontade de Deus. Arrependimento é conscientemente voltar as costas para os pecados. "Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te" (Apoc. 2:5).
Depois de confessar cada pecado conhecido e se arrepender dele, a segunda etapa da submissão é sujeitar-se a Deus e à Sua vontade. A confissão e o arrependimento podem ser chamados de o lado negativo da submissão; implicam em livrar-se de tudo que impede que Deus controle a nossa vida. Sujeitar-se a Deus podemos chamar de o lado positivo: envolve colocarmo-nos total e completamente (da melhor maneira que podemos) nas mãos de Deus, em completa submissão à Sua vontade para nossa vida.
No capítulo 6 de Romanos esta etapa de sujeição é apresentada com clareza. Paulo fala primeiro de como o pecado nos governou no passado. Mas agora nós pertencemos a Cristo – não vivemos mais para nosso antigo dono, o pecado – vivemos agora para Cristo, nosso novo Dono. Por isso não devemos ceder ao pecado, mas nos sujeitar a Deus. "Nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros como instrumentos de justiça" (Rom. 6:13). Paulo continua, dizendo-nos que nós fomos libertados da escravidão ao pecado – não pertencemos mais ao pecado. Mudamos de dono. No primeiro século um escravo podia sem comprado a qualquer momento e assim ser propriedade de outro; da mesma maneira nós fomos comprados pelo sangue de Cristo, e agora pertencemos a Deus. "Uma vez libertados do pendo, fostes feitos servos da justiça" (Rom. 6:18).
As palavras traduzidas por "oferecei-vos a Deus" têm um significado muito bonito na língua grega original. Outras versões as traduziram de diversas maneiras: "Ponham-se nas mãos de Deus" (Phillips); "Entreguem-se a Deus" (BLH); "Apresentai-vos a Deus" (IBB). O significado mais exato da palavra "oferecer-se" é "colocar-se à disposição de alguém". Em outras palavras, quando nós nos entregamos a Cristo não simplesmente nos sentamos e esperamos que Deus faça alguma coisa através de nós. Não, nós nos colocamos à Sua disposição – dizemos, com efeito: "Senhor, eu sou Teu, para ser usado da maneira que Tu quiseres. Estou à Tua disposição, Tu podes fazer comigo o que Te aprouver. Eu quero a Tua vontade para minha vida, não a minha vontade." "Ponham-se à disposição de Deus!" (Rom. 6:13 em outra versão).
O mesmo termo é usado em Romanos 12:1: "Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus." Isto inclui todas as áreas do nosso ser. Nossas capacidades, nossos dons, nossos bens, nossa família – mente, vontade, emoções. Nada está excluída, não podemos reter nada. Por princípio Ele deve dominar sobre nós no todo e em parte. Este versículo nos recorda os sacrifícios do Antigo Testamento, aqueles que o israelita apresentava totalmente a Deus. Ele não podia ficar com nenhuma parte, tudo era consumido no altar. Nossa submissão deve ser exatamente assim – sujeição, entrega total. É uma rendição incondicional.
Eu estou reconhecendo cada vez mais que esta sujeição é uma ação nossa definida e consciente, em obediência à Palavra de Deus. Na verdade isto deveria acontecer na hora da nossa conversão, quando nos arrependemos e recebemos a Cristo não somente como Salvador, mas como Senhor. Mas para muitas pessoas a sujeição só vem num momento de crise, depois da conversão.
No começo talvez não compreendamos inteiramente o que significa seguir a Cristo como Senhor. Mas mais tarde começamos a ver que o chamado de Jesus Cristo não é simplesmente para crer nEle, mas para segui-Lo sem reservas, como Seus discípulos. Quando estamos confusos quanto ao senhorio de Cristo, devemos partir imediatamente à ação. Nossa intenção deve ser de submissão completa e definitiva, em princípio, mesmo se o Espírito Santo, nos meses seguintes, nos mostrar outras áreas em nossa vida que devem ser entregues. Na verdade esta é uma das provas de que nos submetemos – colocando-nos à disposição de Deus, Ele nos dirige a novas áreas que devem Ser entregues.
O Espírito Santo vai nos testar muitas vezes, para ver se estamos mesmo falando sério. Ele pode até nos pedir que entreguemos algo em princípio, que realmente Ele não quer que entreguemos, mas que estejamos dispostos a entregar. Nós devemos Lhe dar liberdade para fazer o que quiser em e através de nossa vida.
Algumas ilustrações nos ajudarão a compreender melhor esta questão de entrega à vontade de Deus. Em Romanos 6 (como vimos acima), Paulo usa a ilustração de um escravo que agora pertence a um novo dono. O prof. William Barclay nos traz á mente o significado real da analogia de Paulo:
"Quando nós ouvimos a palavra servo, ou empregado, logo imaginamos um homem que dá uma parte do seu tempo a um empregador, contra uma remuneração combinada. Durante este tempo ele está à disposição e sob as ordens do seu empregador. Passado o tempo, ele pode fazer o que quiser. No tempo de Paulo, um "servo" tinha um status bem diferente. Ele não tinha, literalmente, nenhum tempo para si. Ele não era livre por nenhum momento. Cada minuto de sua vida pertencia ao seu dono. Ele era propriedade exclusiva de seu dono, não tinha nenhuma oportunidade em toda sua vida para fazer o que quisesse, No tempo de Paulo um escravo nunca poderia fazer o que quisesse; era-lhe impossível servir a dois senhores, porque era propriedade exclusiva de um só. Este é o quadro que Paulo tem em meme."1
O paralelo entre o escravo do tempo de Paulo e o cristão não é bem exato, como o próprio Paulo diz, porque em um sentido o cristão é a pessoa mais livre do mundo, desde que conheça a liberdade espiritual que Cristo traz. Por outro lado, você e eu somos convocados para pertencer a Deus e a Seu povo. Somos chamados para estar à Sua disposição, prontos e dispostos para fazer Sua vontade. Paulo disse a Tito que Cristo "deu a si mesmo por nós, para nos livrar de toda maldade e fazer de nós um povo puro, que pertence somente a ele, e que Se dedica a fazer o bem" (Tito 2:14, BLH).

Uma outra ilustração talvez nos ajude a compreender completamente o que estou querendo dizer. O princípio da entrega a Cristo é como o compromisso que noivo e noiva assumem quando se unem no casamento. É criada uma situação nova, que se torna realidade duradoura. Em princípio é uma ação completa e definitiva, a partir do momento em que repetiram os votos e consumaram o casamento. Estão casados, de fato e em princípio, mas – e isto é crucial – na prática marido e esposa descobrem que têm de entregar constantemente suas vidas um ao outro, além do compromisso inicial que assumiram ao casar.
Duas pessoas não deixam de estar casadas só porque suas vidas não são perfeitas e aparecem problemas no dia-a-dia. Ambos vão ficando mais maduros, aprendendo sempre mais o que significa amar e ajustar-se um ao outro, em conseqüência deste amor. De maneira semelhante, em nossa peregrinação terrestre descobrimos pecados que minam o nosso relacionamento com Deus, mas existe um compromisso de alcançar um padrão mais elevado, baseado em uma entrega a Deus de todo o coração.
Você já submeteu Sua vida a Deus? Já confessou alguma vez seu pecado a Ele, arrependendo-se dele da melhor maneira que você sabe? Você está ciente de pecados específicos que são obstáculo para uma entrega completa? Será que em Sua vida há outros pecados que você ainda nem admitiu que o sejam? E, mais importante que tudo, você já disse uma vez a Deus – da maneira mais simples e completa que você sabe – que você deseja Sua vontade para sua vida, qualquer que seja?
Existem pessoas que sugerem que nós devemos orar a Deus para que Ele nos encha com Seu Santo Espírito. Isto pode ser válido, mas eu vejo pouco ou nada disto no Novo Testamento. Eu acho que, ao invés disto, nós devemos orar que Deus tome total e completamente conta da nossa vida. Devemos orar que o "eu" seja tirado do nosso coração – amor próprio, vontade própria, auto-ambição – e que nós estejamos completamente à Sua disposição.
Se você nunca deu este passo de submissão a Deus e à Sua vontade, eu acho indispensável que você se ponha de joelhos antes de passar para a próxima página, e entregue sem reservas sua vida a seu Senhor e Dono. "Sê, pois, zeloso (abandona a tua indiferença, NTV), e arrepende-te." Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo" (Apoc. 3:19, 20).

Chegamos agora à última etapa do ficar cheio do Espírito Santo, que eu gosto de chamar "andar pela fé". Primeiro temos de compreender certas coisas, depois temos de nos submeter e entregar a Deus – e então temos de aprender o segredo de andar pela fé.
O ponto central é este: quando estamos entregues a Deus e à Sua vontade, nós estamos cheias do Espírito Santo. O Espírito Santo nos controla e domina. Agora, a partir desta verdade, temos de agir, e andar ou viver na certeza plena de que Deus já nos encheu e que estarmos sob Seu controle.
O apóstolo Paulo põe isto nestes termos: "Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus" (Rom. 6:11). O termo grego traduzido por "considerar" era às vezes usado no comércio e na matemática. Depois de uma transação comercial, por exemplo, a soma em dinheiro era registrada nos livros contábeis. Este ato era evidência de que o negócio estava concluído e que o pagamento havia sido feito. Quando nós nos entregamos a Cristo e O seguimos como Senhor de nossa vida, nós sabemos que alguma coisa aconteceu. O Espírito Santo tomou conta de nós para nos guiar e dar poder. Vivemos agora pela fé, considerando-nos mortos para o pecado e vivos para Deus. Nós estamos cheios do Espírito Santo; agora devemos viver à luz desta verdade. Não é fazer de conta; é agir com base na promessa de Deus.
O Dr. John Stott explica isto assim: "Considerar não é fazer crer. Não é forçar nossa fé a crer em algo que nós não cremos. Não devemos fazer de conta que nossa velha natureza está morta, quando sabemos perfeitamente que ela não está. ... Nós só devemos "considerá-la" assim – não fazer de conta, mas compreender isto, porque é um fato. Temos de nos agarrar a isto. Temos de pensar e meditar nisto até que esta realidade se fixe em nossa mente."
Dr. Stott continua: "Uma mulher casada pode viver como se ainda fosse menina? Bem, pode ser que sim. Não é impossível. Mas deixe-a sentir aquele anel no quarto dedo de sua mão esquerda, o símbolo da sua vida nova, o símbolo da sua identificação com seu marido, deixe-a lembrar o que ela é, e viver de acordo... Da mesma forma a nossa mente deve compreender o fato e o significado da nossa morte e ressurreição com Cristo, e que uma volta à vida antiga é impensável. Um cristão renascido deve ter tanta vontade de voltar à vida amiga quanto uma pessoa adulta tem de voltar à infância, um homem casado à vida de solteiro ou um prisioneiro libertado à sua cela na prisão."2
Se você preencheu os requisitos bíblicos para ficar cheio do Espírito – especialmente arrependimento e confissão, de que nós falamos – então você pode dizer para si mesmo: "Pela fé eu sei que eu estou cheio do Espírito Santo." Eu nunca vi alguém que eu considerava cheio do Espírito Santo fazer alarde disto, tentando chamar a atenção para si. As outras pessoas logo notarão se nós estamos cheios do Espírito, porque quem está cheio do Espírito produz o fruto do Espírito. Nós talvez nem nos demos conta disto. Alguns dos maiores homens de Deus confidenciaram que quanta mais perto de Cristo estavam, mais pecadores se sentiam.
Roy Gustafson, meu amigo e sócio, disse uma vez: "O Espírito Santo não veio para nos fazer conscientes do Espírito Santo, mas conscientes de Cristo." Assim, quando dizemos a nós mesmos que estarmos cheios do Espírito, isto significa que coda pecado e obstáculo conhecido está fora do caminho; depois podemos dizer, pela fé, que estarmos cheios.
A esta altura há diversas coisas que devemos relembrar, a meu ver.
Em primeiro lugar temos de nos lembrar que a plenitude do Espírito não é questão de sentimento, mas de fé. Podemos ou não sentir fortemente a presença de Deus quando estamos cheios do Espírito. Não devemos confiar em nossos sentidos, mas nas promessas de Deus. Temos de nos considerar cheios do Seu Espírito.
James McConkey põe isto nestes termos: "Nada é mais doloroso do que inspecionar constantemente nosso interior para verificar se Deus está cumprindo Sua promessa, ou se nós a estamos experimentando. É como aquela criança que todo dia cava no canteiro para ver se a semente já está brotando. A questão de experimentar a plenitude do Espírito compete a Deus."3
Temos de nos lembrar também que a plenitude do Espírito não garante que sejamos perfeitos e sem pecado. Significa que estarmos sendo controlados pelo Espírito, mas o pecado continua sendo real, espiando atrás da esquina para dar o bote na primeira oportunidade. Podemos ser irrepreensíveis em nosso desejo de servir a Cristo, mas isto não faz com que não erremos.
Um pregador escocês, tempos atrás, explicou isto assim: "Aqui ao meu lado, sobre a mesa, está uma carta que ilustrara o que quero dizer. Eu a recebi quando estava em viagem missionária à Nova Zelândia, em 1891, da minha filha mais velha, que então tinha cinco anos de idade. Diz assim: 'Querido pai, eu mesma escrevi tudo isto. Elsinha manda um beijo'. Na verdade isto não é escrever, mas uma tentativa, com grandes letras de imprensa, todas desproporcionais; em toda a página não há uma linha reta. ... Bem, esta carta que eu gosto tanto não é algo "sem defeito"; tem tantos defeitos como tem letras. Mas ela é, sem dúvida, 'irrepreensível'. Eu não repreendi minha filha por seus riscos tortos, nem ralhei com ela, porque julguei seu trabalho pelos motivos. Sabia que ela tinha feito o melhor que podia, com todo o amor de seu pequeno coração. Queria fazer algo que me agradasse, e conseguiu. Pela graça do Cristo que esta em nós ... assim é que nossa vida diária com seus afazeres deve ser: irrepreensivel."4
Isto nos leva á última verdade sobre a plenitude do Espirito: ficar cheio do Espírito não deve ser um acontecimento único, uma vez, mas um fato real e contínuo, cada dia da nossa vida. É um processo. Temos de nos entregar a Ele todo dia, diariamente temos de decidir ficar submissos. Em cada situação de conflito entre o "eu" e a vontade de Deus temos de tomar nossas decisões com base na nossa submissão contínua a Cristo.
Como já disse, o verbo grego que Paulo usa em seu mandamento de Efésios 5:18 - "enchei-vos do Espírito" – traz em si a idéia de que devemos continuar nos enchendo do Espírito. Já somos o templo de Deus, o Espírito Santo já habita em nós, mas Ele quer nos encher dEle. Isto só é possível naqueles que se esvaziam do "eu" e se entregam a Ele. Esta é a razão de a entrega ter de ser diária, tanto das coisas pequenas como das mais importantes. Quando pecamos, temos de nos arrepender para que Ele possa nos encher novamente. Quando estivermos expostos ocasionalmente a uma pressão incomum, temos de orar pedindo sua ajuda adicional.
Concluindo, as quatro etapas abordadas até aqui não são só o começo, mas são um processo. Cada dia devemos nos empenhar para compreender mais da Palavra de Deus. Devemos orar a Deus que nos ajude a reconhecer nosso pecado. Devermos confessar e nos arrepender todo dia. Submeter nossa vontade à Sua todo dia. Andar pela fé de uma maneira que Ele esteja nos enchendo continuamente, à medida que nos submetemos a Ele. E devemos passar cada dia na obediência à Sua Palavra.
Eu pessoalmente acho que ajuda muito começar cada dia entregando-o silenciosamente nas mãos de Deus. Eu Lhe agradeço que sou Seu, e por Ele saber o que o dia trará para mim. Eu Lhe peço que tome minha vida neste dia nas Suas mãos e a use para Sua glória. Peço-Lhe que me limpe de qualquer coisa que impeça a Sua atuação em mim neste dia. E depois inicio as atividades do dia pela fé, sabendo que Seu Santo Espírito me está enchendo continuamente, enquanto eu confiar nEle e obedecer à Sua Palavra. Durante o dia às vezes eu não estou consciente da Sua presença; outras vezes estou. Mas no fim do dia eu posso olhar para trás e Lhe agradecer, porque vejo Sua mão atuando. Ele prometera estar comigo neste dá – e esteve!
Você pode experimentar a mesma coisa, submetendo-se diariamente ao senhorio de Jesus Cristo. Entreguem cada dia a Ele! E que você possa no fim de cada dia olhar para trás e reconhecer que Seu Santo Espírito tem sido seu guia e Sua força, estando você sujeito a Ele
Fonte:  O  ESPÍRITO  SANTO - Billy Graham.
Título do original: The Holy Spirit


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Prof. Abdias Barreto. 
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