segunda-feira, 5 de setembro de 2016

PORQUE DEUS PROÍBE A ADIVINHAÇÃO?

PORQUE DEUS PROÍBE A ADIVINHAÇÃO?

(Predição do Futuro)

A Bíblia proíbe a adivinhação porque ela envolve o desejo ardente de obter conhecimento secreto que Deus preferiu não revelar. "As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei." [Deuteronômio 29:29] Esse desejo de obter conhecimento proibido tem suas raízes no primeiro pecado do homem. "Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." [Gênesis 3:4-5] Satanás tentou Eva com um desejo de conhecer aquilo que Deus preferiu não revelar e assim transgrediu a fronteira entre o Criador e a criatura. Eva e depois Adão sucumbiram a essa tentação (Gênesis 3:6) A adivinhação é uma tentativa de obter conhecimento proibido.

Existem somente duas fontes legítimas de conhecimento que estão disponíveis para nós: 1) As coisas reveladas por Deus; 2) Aquilo que pode ser aprendido por meio da revelação geral. Aquilo que está revelado por Deus está contido na Bíblia. A revelação geral está limitada àquilo que pode ser aprendido por meio dos sentidos físicos e as implicações racionais daquilo que é visto na criação.
O que é proibido é a informação secreta, não disponível pelos meios comuns de aprendizado e não revelada por Deus. A adivinhação envolve várias técnicas para obter essas informações espirituais. Por exemplo, no caso da criança que foi levada ao vidente, tivesse havido um interrogatório e os resultados de cuidadosa investigação descoberto que a criança teve um irmão gêmeo que morreu, essa seria uma fonte legítima de informação. Que influência, se é que existente, esse fato exercia sobre a criança somente poderia ser discernido na medida em que a evidência e as implicações racionais pudessem fornecer. Entretanto, a informação do vidente, embora verdadeira pelo menos no que se refere ao fato da morte do irmão gêmeo, é ainda proibida porque veio por meio da adivinhação.
A ilustração do vidente mostra por que a adivinhação é proibida. Ela funciona por causa da operação de espíritos malignos. Os espíritos malignos estão dispostos a fornecer algumas informações factuais desde que isso sirva aos seus propósitos de contar uma mentira maior. As pessoas são sugadas para dentro do ocultismo por causa da exatidão da informação secreta que elas obtêm.
Já entrevistei pessoas que participaram de sessões espíritas. Em alguns casos, informações específicas eram dadas a respeito de um parente falecido que o necromante nunca tinha conhecido. Essas informações convenciam os clientes que eles realmente estavam contactando seus familiares já falecidos. Entretanto, os demônios têm essas informações e podem fornecê-las para fazer as pessoas acreditarem em uma mentira maior. Em alguns casos, a mentira é que o parente falecido está em um "lugar melhor", apesar do fato de que nunca creu no evangelho. Isso perpetra a mentira que todas as pessoas vão para um lugar melhor e, portanto, não é necessário se arrepender dos pecados e crer no evangelho. Isso serve ao propósito dos espíritos enganadores que fazem a sessão espírita funcionar.
O que é importante ter em mente com relação à adivinhação é que há uma razão muito boa por que as pessoas em diversas culturas em toda a história humana a praticaram. Ela funciona! É isso que a torna tão sedutora. Afirmar ingenuamente que ela não é real e não funciona nunca fará as pessoas renunciarem à adivinhação. O que precisa ser conhecido é que esses métodos são proibidos porque dão acesso ao mundo dos espíritos. Esses espíritos não são seres do bem, embora queiram nos fazer pensar que sim. Eles são espíritos enganadores e praticam suas enganações há milhares de anos. O principal objetivo deles é evitar que as pessoas entrem em um relacionamento com Deus por intermédio de Jesus Cristo. Se eles não conseguirem impedir as pessoas de virem a Cristo, o objetivo secundário é enganá-las a adotar falsas doutrinas, desse modo distorcendo a compreensão delas da verdade revelada de Deus.

A Adivinhação é Rebelião
Considere o que o profeta Isaías teve a dizer: "Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles." O mundo obscuro do conhecimento espiritual secreto é caracterizado por "chilreios e murmúrios" não muito claros. Buscar essas informações secretas é o equivalente a deixar de consultar a Deus, que nos revelou Sua verdade de forma objetiva em Sua Palavra (a Bíblia). Aqueles que não estão satisfeitos com aquilo que Deus escolheu revelar vão para outras fontes espirituais. Isso, como veremos, é uma rebelião contra Deus.
Aquilo que os adivinhos fazem é proibido porque eles não falam em nome de Deus. Deuteronômio 18 contém uma lista das práticas proibidas:
"Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti." [Deuteronômio 18:9-12].
O que Moisés diz mostra que essas práticas eram uma alternativa a ouvir os porta-vozes escolhidos de Deus. "Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR teu Deus não permitiu tal coisa. O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis." [Deuteronômio 18:14-15] Moisés foi um legislador. O profeta que Deus levantou é Jesus Cristo [veja Hebreus 1:1-2; João 5:37-57; Atos 3:22-23].
Moisés foi aquele por meio de quem Deus outorgou a lei. Os profetas não faziam acréscimos à lei de Deus, mas a usavam para exortar e também profetizaram sobre o futuro. Eles especificamente profetizaram acerca do Messias, o profeta de quem Moisés falou. De acordo com Hebreus 1:1-2, Jesus Cristo falou a nós nestes últimos tempos a plena e final revelação. Ir além daquilo que foi dado no Antigo Testamento e dito por Jesus Cristo e por Seus apóstolos no Novo Testamento é rebelião; é praticar adivinhação de modo a obter revelações espirituais sobre coisas que Deus não revelou.
Em 1 Samuel 15, Saul recusou-se a ouvir a Deus. Ele tomou os despojos que Deus disse para não tomar. Isto é o que o profeta Samuel disse ao rei Saul: "Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei." [1 Samuel 15:23].
Aqueles que rejeitam a palavra de Deus são "adivinhos" no sentido que eles se recusam a reconhecer aquilo que foi revelado. Essa recusa é literalmente adivinhação, pois eles vão a outro lugar para obterem sua informação espiritual. Ou a pessoa ouve aquilo que foi objetivamente revelado ou busca informações do reino da adivinhação e do conhecimento secreto. Esse é o reino dos espíritos. O resultado da ação de Saul foi que ele logo passou a ser atormentado por um espírito maligno. "E o Espírito do SENHOR se retirou de Saul, e atormentava-o um espírito mau da parte do SENHOR" [1 Samuel 16:14].
Pode ser chocante saber que o espírito mau veio da parte do Senhor, mas isso é coerente com outras Escrituras que falam sobre o resultado de rejeitar a verdade. Aqueles que propositadamente vão para longe daquilo que Deus escolheu revelar colocam-se sob o julgamento da reprovação. Isso significa que Deus permite que eles sejam enganados.
"A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes tiveram prazer na iniqüidade." [2 Tessalonicenses 2:9-12; ênfase adicionada].
Como Saul, os indivíduos enganados pelos sinais e maravilhas do Anticristo serão desviados por suas próprias cobiças. Os adivinhos e médiuns espíritas satisfazem a esses desejos e cobiças dos pecadores. Deus não envia a enganação diretamente, pois Deus não pode mentir, mas indiretamente, dando a Satanás a permissão de enviar espíritos enganadores para iludir as vítimas.
No texto grego original, a passagem em 2 Tessalonicenses diz: "para que eles possam acreditar na mentira". O artigo definido é importante, pois aponta para a mentira que Satanás contou no Jardim do Éden: "Sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal." A mentira aponta para o conhecimento oculto. Na forma mais simples, a mentira aponta para conhecimento secreto que Deus não revelou e a verdade aponta para o evangelho de Jesus Cristo. Aqueles que praticam a adivinhação estão se afastando do evangelho para aprender aquilo que Deus preferiu não revelar. Eles terminam iludidos pela mentira!

A Adivinhação e os Falsos Profetas
Balaão era um ocultista. Em Josué 13:22 ele é chamado de "adivinho". Ele ia aos lugares altos para interpretar os augúrios. Ele cria nos augúrios. Sua fama em lidar com maldições espirituais era tal que o rei moabita Balaque estava disposto a pagar para que Balaão amaldiçoasse Israel. Sempre que mencionado na Bíblia, Balaão é condenado (a história de Balaão está em Números 22-24; ele é condenado em 2 Pedro 2:15; Judas 1:11 e Apocalipse 2:14).
Uma coisa que chama a atenção em Balaão é que embora ele fosse um falso profeta, fez uma profecia verdadeira significativa. Ele profetizou sobre a vinda do Messias! Ele disse: "Vê-lo-ei, mas não agora, contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó e um cetro subirá de Israel, que ferirá os termos dos moabitas, e destruirá todos os filhos de Sete." [Números 24:17] Embora Balaão normalmente praticasse a adivinhação, o Espírito de Deus veio sobre ele. "Vendo Balaão que bem parecia aos olhos do SENHOR que abençoasse a Israel, não se foi esta vez como antes ao encontro dos encantamentos; mas voltou o seu rosto para o deserto. E, levantando Balaão os seus olhos, e vendo a Israel, que estava acampado segundo as suas tribos, veio sobre ele o Espírito de Deus." [Números 24:1-2] Balaão abençoou Israel embora tivesse sido contratado para amaldiçoá-lo.
Existem três testes para os profetas em Deuteronômio: 1) Se eles usam métodos proibidos então esses profetas são falsos. (Deuteronômio 18:10-12). Se fazem uma predição que não se cumpre, então esses profetas são falsos (Deuteronômio 18:22), e 3) Se fizerem uma predição verdadeira que leve o povo para longe da fidelidade a Deus, então esses profetas também são falsos. (Deuteronômio 13:1-5).
Dado o fato que Deus falou com e por meio de Balaão, como pode ele ter sido um falso profeta? Balaão falhou em dois dos testes dados em Deuteronômio. Ele era um falso profeta de acordo com Deuteronômio 18 porque usava métodos proibidos. Os israelitas estavam instruídos especificamente a não ouvirem a ninguém que praticava a adivinhação. Balaão também falhou no teste dos profetas dado em Deuteronômio 13.
"Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o SENHOR vosso Deus vos prova, para saber se amais o SENHOR vosso Deus com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma." [Deuteronômio 13:1-3].
Um profeta pode fazer uma predição exata ou realizar um sinal que indicaria que ele tem o poder de Deus, mas mesmo assim levar o povo para longe da fidelidade à Palavra de Deus.
Embora Balaão não tenha amaldiçoado Israel por meio da adivinhação, ele ensinou o rei Balaque a levar Israel para o mau caminho, fazendo assim com que caísse sob maldição. Aprendemos isso no Novo Testamento. "Mas algumas poucas coisas tenho contra ti, porque tens lá os que seguem a doutrina de Balaão, o qual ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria, e se prostituíssem." [Apocalipse 2:13] Mesmo sem ter amaldiçoado Israel, Balaão ensinou Balaque a fazer os israelitas caírem sob a maldição de Deus. Assim, ele levou Israel para longe da fidelidade à aliança com Deus, e falhou no teste de Deuteronômio 13.
Os falsos profetas estão vinculados com a adivinhação na seguinte passagem: "E disse-me o SENHOR: Os profetas profetizam falsamente no meu nome; nunca os enviei, nem lhes dei ordem, nem lhes falei; visão falsa, e adivinhação, e vaidade, e o engano do seu coração é o que eles vos profetizam." [Jeremias 14:14] Esses profetas estavam dizendo ao povo aquilo que o povo queria ouvir, que o julgamento predito por Jeremias não se tornaria realidade. [Jeremias 14:15] Em pouco tempo ficaria provado que eles estavam errados. O ponto é este: O povo de Deus precisa saber distinguir entre os profetas e os adivinhos. O critério para fazer isso é objetivo, não subjetivo. Os falsos profetas eram adivinhos cuja fonte era subjetiva: "o engano de seu coração".

O Verdadeiro Papel do Profeta

O verdadeiro profeta no Antigo Testamento exercia vários papéis importantes. Um deles era o de exortar o povo à fidelidade à Lei de Moisés, que continha os estatutos da aliança. Um tipo de material profético no Antigo Testamento chama-se "processo da aliança". [9] O profeta listava os termos da aliança, depois trazia em testemunho a transgressão do povo e pronunciava o veredito. Os profetas não eram legisladores, mas exortavam o povo. Outro papel era o predizer o futuro. Os tópicos da predição deles incluía o futuro de Israel e seu relacionamento com as outras nações, profecias contra as nações, e os detalhes da vinda do Messias, o "profeta" de quem Moisés tinha falado. Os profetas também entregavam profecias específicas para os reis e davam orientações específicas em momentos cruciais na história de Israel.
Como vimos, se um profeta não pregasse a fidelidade à aliança, ele era falso, se não anunciasse com exatidão o futuro, então era falso, e se usasse técnicas proibidas, também era falso. Os verdadeiros profetas não eram praticantes de adivinhação. Eles foram chamados por Deus e inspirados pelo Espírito Santo. A fonte deles não eram técnicas especiais para sondar "o divino" e obter informações secretas, mas Deus, que soberanamente falava por meio deles. Não havia uma técnica profética secreta que poderia ser ensinada aos outros. Como era a inspiração de Deus que lhes dava suas palavras, as palavras deles eram verdadeiras.

Os Meios Ordenados por Deus

Resta uma questão sobre as práticas que Deus permitiu e que eram consideradas adivinhação, quando usadas pelos pagãos. O conceito fundamental é se Deus ordena ou não uma prática. Por exemplo, quando os israelitas entraram na Terra Prometida e a conquistaram, a terra deveria ser dividida entre as tribos por sorte. Eis o que Deus disse: "Segundo sair a sorte, se repartirá a herança deles entre as tribos de muitos e as de poucos." [Números 26:56] Josué 19:51 mostra que eles fizeram isso e dividiram a terra. Como Deus ordenou que eles lançassem a sorte para determinar a divisão da terra, quando eles fizeram isso, o resultado foi a vontade de Deus. Ele falou por meio do sorteio porque ordenou o uso nesta situação.
Houve outras situações em que o sorteio foi usado para tomar decisão. Algumas dessas incluíam casos criminais, indicação para um cargo, a divisão da propriedade, e a seleção do bode no Dia da Expiação (Josué 7:14 e seguintes; 1 Samuel 10:20; Atos 1:26; Levítico 16:10). O último uso do lançamento de sortes na Bíblia foi no livro de Atos, na escolha de Matias. Uma vez que o Espírito Santo foi dado, não há mais o uso do lançamento de sortes. O livro de Atos mostra que o Espírito Santo guiava os apóstolos à medida que eles tomavam as decisões. O fato que Deus ordenou o uso do lançamento de sortes no Antigo Testamento em certas circunstâncias não justifica seu uso para a adivinhação por qualquer pessoa e por qualquer razão. O uso ordenado foi cuidadosamente prescrito.
A interpretação de sonhos é outra prática que era comum entre os pagãos e algumas vezes permitida para o povo de Deus. Deus particularmente usou José e Daniel para interpretar os sonhos de reis pagãos que revelaram-se significativos para o futuro de Israel de seu relacionamento com as nações. Entretanto, como nas outras formas de profecia, nem todas eram válidas. Como vimos em Deuteronômio 13:1-5, um "sonhador de sonhos" poderia dar um sinal que se tornava verdadeiro, mas mesmo assim levar o povo para o mau caminho e promover a idolatria. O mesmo critério de julgamento para alguém que afirma ter tido um sonho dado por Deus, ou a interpretação de um sonho, aplica-se à profecia e aos profetas. Isso significa que eles precisam pregar e praticar a fidelidade à aliança e suas predições precisam ser totalmente exatas.
É também importante observar que a interpretação de sonhos não era uma técnica a ser aprendida. Nem todos os sonhadores eram de Deus e nem todos os sonhos eram necessariamente significativos. A soberania de Deus escolheu usar certos indivíduos para compreender os sonhos. Esses indivíduos não reivindicavam algum poder inato para saber o significado dos sonhos, que poderia ser usado quando quisessem. Conhecer o significado de certos sonhos era um dom que Deus concedeu particularmente a Daniel (Daniel 1:17). Aqueles que usavam as técnicas de adivinhação para interpretar os sonhos fracassaram quando foram convocados para interpretar o sonho do rei."Então entraram os magos, os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores, e eu contei o sonho diante deles; mas não me fizeram saber a sua interpretação." [Daniel 4:7] Mas Deus deu a interpretação a Daniel. [Daniel 4:8 em diante].
Houve um grande problema com o uso falso dos sonhos durante o ministério de Jeremias. Por exemplo: "Tenho ouvido o que dizem aqueles profetas, profetizando mentiras em meu nome, dizendo: Sonhei, sonhei." [Jeremias 23:25] Os falsos profetas tentavam ganhar legitimidade por meio de seus sonhos, embora estivessem se afastando da vontade revelada de Deus:
"Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que só profetizam do engano do seu coração? Os quais cuidam fazer com que o meu povo se esqueça do meu nome pelos seus sonhos que cada um conta ao seu próximo, assim como seus pais se esqueceram do meu nome por causa de Baal. O profeta que tem um sonho conte o sonho; e aquele que tem a minha palavra, fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o SENHOR." [Jeremias 23:26-28; ênfase adicionada].
Isso mostra que mesmo com aquelas práticas que Deus permite ou ordena, sempre precisa haver discernimento. O critério definido em Deuteronômio precisa ser seguido.
Em resumo, se uma prática é uma forma proibida de adivinhação, ela é sempre pecaminosa e nunca é um método "neutro". Se uma prática é permitida ou ordenada sob certas circunstâncias, ela ainda precisa ser examinada. Até mesmo os meios prescritos por Deus podem sofrer abusos.

Os Meios Prescritos por Deus no Novo Testamento

Como vimos, Moisés profetizou a respeito da vinda daquele que falaria com autoridade da parte de Deus. O Novo Testamento afirma que esse é ninguém outro senão o próprio Jesus Cristo, como mencionado anteriormente. O próprio Criador, o Filho eterno, veio e falou de Deus em uma revelação plena e final. [Hebreus 1:1-2]. Os apóstolos escreveram os ensinos de Cristo no Novo Testamento. Aqueles que se afastam da fé são tão falsos quanto aqueles que afirmavam falar em nome de Deus nos tempos do Antigo Testamento, mas se afastavam da Lei dada a Moisés.
Existem usos legítimos da adivinhação para o crente no Novo Testamento? Isso somente seria possível se Deus especificamente ordenasse certos métodos. Eu não vejo qualquer evidência de Deus fornecer aos cristãos no Novo Testamento métodos de adivinhação por meio dos quais Ele falará. O uso do sorteio em Atos 1 envolveu uma prática do Antigo Testamento. Não é dito se o uso do sorteio neste caso foi ordenado por Deus, o texto apenas diz que eles agiram assim. Além disso, após o Pentecostes, essa prática nunca mais foi repetida.
Existem sonhos e profecias mencionadas no Novo Testamento. Quando Pedro pregou no Dia de Pentecostes, ele citou o profeta Joel:
"Nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos terão sonhos; e também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e as minhas servas naqueles dias, e profetizarão."[Atos 2:17-18].
O ponto fundamental aqui é "sobre toda a carne". Em vez de apenas certos indivíduos como os profetas que receberam o Espírito Santo, Deus irá agora, de um modo muito maior, habitar em todos os que crêem. O ato de "profetizar" não estará mais restrito a algumas poucas pessoas. Todos os tipos de pessoas receberão o Espírito Santo (jovens, velhos, homens, mulheres, escravos, livres, etc.) e todos poderão profetizar. (1 Coríntios 14:24,31).
Que existem sonhos e profecias não é diferente, mas o propósito agora está restrito. Como já recebemos a plenitude da autorizada e divina revelação até que Cristo retorne, o propósito dos sonhos e profecias está restrito à orientação para "edificação, exortação e consolação" (1 Coríntios 14:3) sem ser acréscimo às Escrituras. Os sonhos e profecias estão sujeitos ao julgamento exatamente como no Antigo Testamento. Não existe a arte legítima da interpretação de sonhos no Novo Testamento. Nem no Antigo nem no Novo Testamento há um processo a ser aprendido para fazer de alguém um intérprete de sonhos.
Existem modos prescritos no Novo Testamento pelos quais o cristão cresce na graça e no conhecimento do Senhor: a Palavra (o estudo bíblico), as ordenanças e a oração. Além disso, a comunhão é um modo de toda a comunidade cristã compartilhar da graça que Deus nos tem dado. Se pela fé fazemos uso dos modos prescritos por Deus, temos a certeza que Cristo trará os benefícios da redenção ao Seu povo. [11] Como no Velho Testamento, afastar-se dos meios prescritos por Deus é colocar-se fora do alcance das bênçãos e da proteção de Deus. Da mesma forma como no Velho Testamento, até aquilo que Deus prescreveu pode sofrer abuso. Por exemplo, a Palavra pode ser mal-interpretada, o batismo pode ser visto como um modo de justificação separado da fé, a comunhão pode ser transformada em uma obra meritória, e a oração pode ser transformada em um processo místico para buscar novas revelações. Não somente precisamos dos meios prescritos por Deus, mas precisamos fazer uso deles nos termos em que Deus estabeleceu.
A adivinhação sempre envolve uma ambição por obter conhecimento secreto. Os meios que Deus ordenou parecem mundanos e lentos para muitas pessoas. Elas querem uma experiência ou uma revelação especial que instantaneamente responda às suas questões, ou solucione seus problemas imediatos. Como Saul, que não estava obtendo uma resposta pelos meios prescritos por Deus e então consultou uma feiticeira, muitos hoje vão atrás das práticas proibidas. Eles dizem: "Tentei estudar a Palavra de Deus, orar e ter comunhão na igreja, mas isto não funcionou." Assim, vão atrás de alguém que supostamente pode obter informações secretas de Deus para eles.
A adivinhação é atraente para as pessoas por duas razões básicas: temor e cobiça. Elas temem que não superarão suas feridas e então buscam informações secretas sobre seu passado. Elas temem um mau resultado e então procuram os presságios. Elas esperam encontrar um quebrador de maldições ungido para evitar um destino ruim. Elas ambicionam o sucesso e a riqueza nesta vida e então buscam informações secretas sobre o futuro. Elas imaginam que com a informação sobrenatural correta poderão ser bem sucedidas em tudo o que fizerem. Elas temem que os demônios estejam impedindo que elas sejam felizes e então procuram informações secretas sobre os nomes e as funções dos demônios, esperando com isso escapar de seu estado de infelicidade. Como na história do vidente no início deste artigo, elas querem informações que as ajudem a solucionar seus problemas.
O que realmente precisamos é fazer uso continuamente dos meios da graça que Deus prescreveu para nós. Fazendo isso fielmente pela fé, teremos todas as bênçãos e benefícios que são prometidos nesta vida. Coloquemos de lado a ambição pelo conhecimento secreto e proibido e aceitemos que existe o sofrimento. A vasta arena do conhecimento espiritual que é desconhecida para nós precisa ser deixada dessa forma. Mas o que é conhecido é a vontade revelada de Deus e a alegria de vir até Ele em Seus próprios termos por meio do Messias Jesus. Há uma passagem com uma exortação e uma promessa: "Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno." [Hebreus 4:16] Deus honrará Suas promessas quando viermos a Ele em Seus próprios termos por meio do Messias Jesus.

As Falsas Reivindicações dos Adivinhos Cristãos
A adivinhação é qualquer técnica para a obtenção de informações secretas ou ocultas que não está prescrita nas Escrituras. A prática da adivinhação é pecaminosa e proibida. As pessoas que não querem estar restritas de usar as técnicas de adivinhação oferecem dois argumentos: "Os métodos são neutros" e "Deus pode usar qualquer coisa.".
A partir das Escrituras, mostramos que a primeira afirmação não tem fundamento bíblico. Os métodos não são neutros. Permita-me compartilhar um exemplo. A maioria das pessoas concorda que o Tabuleiro de Ouija é uma forma de adivinhação proibida para os cristãos. Mas e se alguém criasse um Tabuleiro de Ouija que fosse exatamente como um tabuleiro real, com a diferença que estivesse coberto com versos bíblicos. Duas pessoas poderiam colocar suas mãos no dispositivo apontador e permitir que forças quaisquer fizessem o tabuleiro "funcionar", apontando para o verso apropriado. Isso, então seria interpretado como orientação de Deus. Isso pode parecer absurdo, mas é uma coisa logicamente válida se na verdade "os métodos são neutros". Na verdade, aqueles que usam a prática de fechar os olhos, abrir a Bíblia em uma página aleatória e apontar seu dedo para um verso qualquer de modo a obter direção estão usando uma técnica similar. Essas pessoas estão praticando adivinhação. Alguns métodos para obter conhecimento espiritual são prescritos por Deus, todos os outros são proibidos.
A afirmação que Deus pode usar qualquer coisa é enganosa. Embora tecnicamente seja verdade, ela é enganosa porque há uma distinção a ser feita entre o que Deus tem o poder de usar e o que Ele prescreve. Há também o fato que Deus pode usar alguma coisa que é contra sua vontade moral de modo a trazer o julgamento. Deus realmente usou a feiticeira de En-Dor, mas isso foi muito ruim para o rei Saul. Deus pode usar o mal para propósitos bons, mas é algo muito ruim para os praticantes do mal serem usados dessa forma. Outro exemplo encontra-se na seguinte passagem: "Porque Deus tem posto em seus corações, que cumpram o seu intento, e tenham uma mesma idéia, e que dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus." [Apocalipse 17:17]. Deus usará a rebelião da raça humana durante a Tribulação para fazer a profecia ser cumprida, mas será algo muito ruim para aqueles que forem assim usados.
O que é verdadeiramente importante é que determinemos pelas Escrituras qual é a vontade de Deus e nos submetamos a ela. Conjecturar sobre o que Deus poderia usar é enganoso se terminarmos nos colocando sob julgamento por participar de algo que Deus poderia possivelmente estar usando. Deus usou o Faraó, mas isso foi algo ruim para ele e para todo o seu exército.

Conclusão

A adivinhação não é proibida porque não funciona, mas porque realmente funciona. Ela funciona de modo a colocar as pessoas em contato com as forças espirituais e com conhecimentos secretos. Os seres espirituais assim contactados têm informações factuais à sua disposição que não poderiam ser obtidas pelos meios que Deus nos deu para conhecer as coisas espirituais ou secretas. Essas informações podem tornar uma pessoa muito rica, ou podem destruí-la. Os espíritos malignos que fornecem essas informações pretendem impedir as pessoas de virem a Deus por meio do Messias. Eles também procuram enganar os cristãos a pensar que aquilo que recebem por meio de Cristo é insuficiente. Eles são muito bons naquilo que fazem.
Quinze anos atrás organizei um encontro de pastores, esperando apelar aos pastores para que pregassem e ensinassem a Bíblia corretamente. Um pastor que veio ao encontro tinha recentemente ido conhecer os profetas de Kansas City. Eu lhe perguntei o que acontecera ali. A resposta foi que um profeta tinha conseguido identificar corretamente seu ministério, embora não tivesse nenhuma fonte natural para essa informação. Perguntei como ele tinha feito isso. A resposta foi que o profeta fez o homem erguer sua mão com os dedos abertos. O profeta viu as cores que emanavam da mão, que revelavam quais dos cinco ministérios ele possuía. Eu disse para ele: "Isto é leitura da aura, uma prática ocultista". Ele respondeu: "Deus pode usar qualquer coisa e, além do mais, o profeta acertou.".
O mais grave disso é que as informações secretas não fizeram nada mais do que convencer o pastor que a leitura cristã da aura era algo válido e que ele tinha encontrado um verdadeiro profeta. O pastor sabia que era um pastor antes de ter ido ao profeta, ele não precisava de conhecimento secreto para mostrar o que era conhecido por meios ordinários. Esse é o mesmo tipo de procedimento que muitos praticantes de adivinhação usam para convencer suas vítimas que eles têm poderes legítimos. Existem dezenas de versões "cristãs" de adivinhação que estão sendo praticadas na igreja atualmente. A próxima edição exporá várias delas.
O que precisamos fazer é deixar de lado a ambição por conhecimentos secretos e nos colocar debaixo dos meios de graça prescritos por Deus. Ele usará Seus meios prescritos para nos dar toda a cura e a ajuda que precisamos obter nesta vida. Submetendo-nos ao evangelho por meio da fé temos a certeza da ressurreição futura para a vida eterna.
Autor: Pastor Bob DeWaay,
Data da publicação: 27/7/2006


Prof Abdias Barreto

"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre." (Jd 1:25.) 

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E-mail: abdiasbarreto@gmail.com 
Cel - 85.8857-5757. — em Fortaleza-Ce.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

O QUE É EVANGELIZAÇÃO - LIÇÃO -1 3º TRIM - 2016.

LIÇÃO 1: O QUE É EVANGELIZAÇÃO – 03 de julho 2016


Texto Áureo
"Portanto, ide, ensinai iodas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espirito Santo; ensinando-as a guardar todas as coi­sas que eu vos tenho mandado [...]." (Mt 28.19,20)

Verdade Prática
Evangelizar é a missão mais importante e urgente da Igreja de Cristo; não podemos adiá-la nem substituí-la.




LEITURA DIÁRIA
Segunda – Lc 9.2: Jesus envia-nos a evangelizar
Terça – At 10.42: Evangelização e testemunho
Quarta – 2Tm 4.2: Evangelizar em todo tempo
Quinta – 2Co 2.12: Portas abertas à evangelização
Sexta – 1Co 1.17: A cruz de Cristo, a força do Evangelho
Sábado – 1Pe 1.12: A excelência da evangelização

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Mc 16. 9-20.

9 E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios.
10 E, partindo ela, anunciou-o àqueles que tinham estado com ele, os quais estavam tristes, e chorando.
11 E, ouvindo eles que vivia, e que tinha sido visto por ela, não o creram.
12 E depois se manifestou de outra forma a dois deles, que iam de caminho para o campo.
13 E, indo estes, anunciou-o aos outros, mas nem ainda estes creram.
14 Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados à mesa, e lançou lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado.
15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
16 Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.
17 E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas;
18 Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão.
19 Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-se à direita de Deus.
20 E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Conhecer a diferença entre evangelismo e evangelização.
Mostrar como devemos evangelizar.
Explicar o porquê da evangelização.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de estu­darmos a respeito da missão mais importante da Igreja: a evangelização.
Essa missão não é somente da liderança, mas todo crente tem a responsabilidade de anunciar as Boas-Novas.
Que possamos anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, ajudando as pessoas a trilhar os caminhos do Senhor, pois em breve Jesus virá.

INTRODUÇÃO
Se não levarmos o Evangelho até aos confins da Terra, jamais seremos reconhecidos como discípulos de Jesus. Desde o início de seu ministério, Ele sempre fez questão de realçar a natureza evangelizadora de sua missão e da tarefa que nos confiou (Mc 16.15; Lc 8.1). Nenhum outro trabalho é tão importante e urgente quanto a evangelização.

A Igreja, por ser Igreja, não pode ignorar as exigências da Grande Comis­são: evangelizar a todos, em todo tempo e lugar (Mt 24.14). A evangelização compreende, também, o discipulado, o batismo e a integração do novo convertido. Se crermos, de fato, que Cristo morreu e ressuscitou para redimir-nos do inferno, não nos calaremos acerca de tão grande salvação (Hb 2.3).
Aproveitemos todas as oportuni­dades para falar de Cristo, pois grande será a colheita de almas para o Reino de Deus.

I – EVANGELISMO E EVANGELIZAÇÃO
Evangelismo ou evangelização? Neste tópico, veremos que ambos os termos são igualmente correios, pois a evangelização depende do evangelismo. Se este é a teoria, aquela é a prática.

PONTO CENTRAL
A missão suprema da Igreja é a evan­gelização.

1. Evangelismo.
É a doutrina cujo objetivo é fundamentar bi­blicamente o trabalho evangelístico da Igreja de Cristo, de acordo com as narrativas e proposições do Antigo e do Novo Testamentos (Gn 12.1,2; Is 11.9; Mt 28.19,20; At 1.8). O evangelismo fornece também as bases metodológicas, a fim de que os evangelizadores cumpram eficazmente a sua tarefa (2 Tm 2.15).

2. Evangelização.
É a prática efetiva da proclamação do Evangelho, quer pessoal, quer coletivamente, até aos confins da Terra, levando-nos a cumprir plenamente o mandato que Jesus nos delegou (At 1.8).
A evangelização não é um trabalho opcional da Igreja, mas uma obrigação de cada seguidor de Cristo (l Co 9.16).

SÍNTESE DO TÓPICO l
É correio usar os termos evangeli­zação e evangelismo, pois a evangeli­zação depende do evangelismo. Uma é a teoria e a outra, a prática.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"O mandato para as missões acha-se em cada evangelho e ern Atos dos Apósto­los. Porque toda a autoridade nos céus e na terra foi entregue a Jesus (Mt 28.19,20).
"Vão' (gr. poreuthentes) não é um imperativo» Significa, literalmente, 'tendo ido'. Jesus toma por certo que os crentes irão, quer por vocação, por lazer, ou por perseguição, O único imperativo nesse trecho bíblico é *façam discípulos' (gr. mathêteusate), que inclui batizá-los e ensiná-los continuamente.
Marcos 16.15 também registra esse mandamento: Tendo ido por todo o mundo, proclamem (anunciem, declarem e demonstrem) as boas-novas a toda a criação' (tradução literal)" (HORTON, Stanley M, Teologia Sistemática: Uma Perspectiva PentecostaL led. Rio de Janeiro: CPÂD, 1996, p, 584).

II - POR QUE TEMOS DE EVANGELIZAR
Podemos apresentar pelo menos quatro razões que nos levarão a falar de Cristo a tempo e fora de tempo. A partir daí, não descansaremos as mãe até que o mundo todo seja semeado com a Palavra de Deus (Ec 11.6).

1. É um mandamento de Jesus.
Teme de evangelizar porque, acima de tudo, é uma ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19,20; Mc 16.15; Lc 24.46,47;, 1.8). Logo, não há o que se discutir: evangelizar não é uma obrigação apenas do pastor e dos obreiros; é um dever de todo  aquele que se diz discípulo do Nazareno.

Aquele que ama a Cristo não pode deixar de falar do que tem visto e ouvido. Assim agiam os crentes da Igreja Primitiva. Não obstante a oposição dos j poderes religioso e secular, os primeiros discípulos evangelizavam com ousadia e determinação (At 4.20).

2. É a maior expressão de amor da Igreja.
A Igreja Primitiva, amando intensamente a Cristo, evangelizava sem cessar, pois também amava as almas perdidas (At 2.42-46). O amor daqueles crentes não se perdia em teorias, mas era efetivo e prático; sua postura era mais do que suficiente para levar milhares de homens, mulheres e crianças aos pés do Salvador. A igreja em Tessalônica também se fez notória por sua paixão evangelística (l Ts 1.8).
Enfrentamos hoje uma crise econômica, moral e política muito séria, porém precisamos continuar evangelizando os de perto e os de longe.

CONHEÇA MAIS
Evangelho
Uma palavra usada somente no Novo Testamento para deno­tar a mensagem de Cristo. O termo gr. evangelion, significan­do boas-novas, tornou-se um termo técnico para a mensa­gem essencial da salvação.
O conteúdo do Evangelho é claramente definido no Novo Testamento. É a mensagem proclamada e aceita na igreja cristã, pois foi recebida por todos os crentes, defendida por seu raciocínio, e constituiu uma parte vital de sua experiên­cia. É histórica em seu conteúdo, bíblica em seu significado, e transformadora em seu efeito. 'Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras... foi sepultado, e... ressus­citou ao terceiro dia, segundo as Escrituras... foi visto por Ceifas...', são as palavras descritivas de Paulo (ICo 15.1-6)". Para conhecer mais, leia Dicionário Bíblico Wycliffe,CPAD,p.711.

3. O mundo jaz no maligno.
Imple­mentemos a evangelização, pois muitos são os que caminham a passos largos para o inferno (l Jo 5.19). Diante dessa multidão, não podemos ficar indiferentes. Uns acham-se aprisionados pelas drogas. Outros, pela devassidão e pela violência. E outros, ainda, por falsas religiões. Preci­samos evangelizar esses cativos. Somente Jesus Cristo pode libertar os oprimidos das cadeias espirituais (Jd 22,23).

4. Porque Jesus em breve virá.
Finalmente, empreguemos todos os nos­sos esforços na evangelização, porque o Senhor Jesus não tarda a voltar. Sua advertência é grave e urgente: "Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar" (Jo 9.4). Sim, Jesus em breve virá. O que temos feito em prol da evangelização? Não podemos comparecer de mãos vazias perante o Senhor da Seara.

SÍNTESE DO TÓPICO II
A evangelização é um mandamento de Jesus. É também a maior expressão de amor, pois o mundo jaz no maligno e em breve Jesus voltará.

SUBSÍDIO BÍBLICO - TEOLÓGICO
Evangelismo pessoal é a obra de falar de Cristo aos perdidos individual­mente: é levá-los a Cristo, o Salvador (Jo 1.41,42; At 830).
A importância do evangelismo pes­soal vê-se no fato de que a evangelização dos pecadores foi o ultimo assunto de Jesus aos discípulos antes de ascender ao céu, Nessa ocasião, Ele ordenou à Igreja o encargo da evangelização do mundo (Mc 16.15).

O alvo do evangelismo pessoal é tríplice: salvar os perdidos, restaurar os desviados e edificar os crentes.
Ganhar alma foi a suprema tarefa do Senhor Jesus aqui na terra (Lc 19.10). Paulo, o grande homem de Deus, do Novo Testamento, tinha o mesmo alvo e visão (l Co 9.20), Uma grande parte dos crentes pensa que a obra de ganhar almas para Jesus é para os pregadores, pastores e obreiros em geral. Contentam-se em, comodamente sentados, ouvir os sermões, culto após culto, enquanto os campos estão brancos para a ceifa, como disse o Senhor da seara (Jo 4.35). O Ide de Jesus para irmos aos perdidos (Ne 16,15), não é dirigido a um grupo especial de salvos, mas a todos, indistintamente, como bem revela o texto citado. Portanto, a evangelização dos pecadores pertence a todos os salvos., Cada crente pode e deve ser um ganhador de almas» Nada o pode impedir, irmão, de ganhar almas para Jesus, se propuser isso agora em seu coração. A chamada especial de Deus para o ministério reservada a determinados crentes, mas a chamada geral para ganhar almas é feita a todos os crentes.
O evangelismo pessoal, como já vimos a cima, vai além do pecador per­dido: ele alcança também o desviado e o crente necessitado de conforto, direção, ânimo e auxílio. Ele reaviva a fé e a esperança nas promessas das Santas Escrituras (GILBERTO, António) Pratica do Evangelismo Pessoal 1ed. Rio de Janeiro: CPÂD, 1983, p, 10).

III – COMO EVANGELIZAR

A missão de pregar a todos, em todos os lugares e em todo tempo in­clui a evangelização pessoalcoletivanacional e transcultural. Neste tópico, destaquemos o exemplo de Cristo, o evangelista por excelência.

1. Evangelização pessoal.
Em vários momentos de seu ministério, o Senhor Jesus consagrou-se à evangelização pessoal. Na calada da noite, recebeu Nicodemos, a quem falou do milagre do novo nascimento (Jo 3.1-16), E, no ardor do dia, mostrou à mulher samaritana a eficácia da água da vida (Jo 4.1-24).
Neste momento, há alguém, bem pertinho de você que precisa ouvir falar de Cristo. Não perca a oportunidade e evangelize, pois quem ganha almas sábio é (Pv 11.30).

2. Evangelização coletiva.
Cristo dedicou-se também ao evangelismo coletivo. Ele aproveitava ajuntamentos e concentrações, a fim de expor o Evangelho do Reino. As multidões também precisam ser alcançadas com a pregação do Evan­gelho, para que todos ouçam a mensagem da cruz. Voltar à prática do evangelismo em massa é uma necessidade urgente.

3. Evangelismo nacional.
Em seu ministério terreno, Jesus era um judeu inserido na sociedade judaica, falan­do-lhes em sua própria língua. Sua identificação com a cultura israelita era perfeita (Jo 4.9). Ele não podia esconder sua identidade hebreia (Lc 9.53). Cristo viveu como judeu e, como judeu, morreu (Mt 27.37). Nessa condição, anunciou o Evangelho do Reino às ovelhas perdidas da Casa de Israel.

4. Evangelismo transcultural.
Em­bora sua missão imediata fosse redimir as ovelhas da Casa de Jacó (Mt 15.24), Jesus não deixou de evangelizar pessoas de outras culturas e nacionalidades. Atendeu a mulher siro-fenícia (Mc 7.26). Socorreu o servo do centurião romano (Mt 8.5-11). E não foram poucos os seus contatos com os samaritanos (Lc 17.16; Jo 4.9).
É chegado o momento de olharmos além de nossas fronteiras, ouvindo o gemido das nações, tribos e povos não alcançados.

SÍNTESE DO TÓPICO III
Podemos evangelizar deforma pessoal e coletiva. Também podemos evangelizar nosso pais e as nações.

SUBSÍDIOS BÍBLICOS - TEOLÓGICOS
Como devemos evangelizar

Para começar, o ganhador de almas tem de ter experiência própria de sal­vação. É um paradoxo alguém conduzir um pecador a Cristo, sem ele próprio conhecer o Salvador. Isto é apontar o caminho do céu sem conhecê-lo. Quem fala de Jesus deve ter experiência pró­pria da salvação.
Estando nosso coração cheio da Palavra de Deus, nossa boca falará dela (Mt 12,34). É evidente que o ganhador de almas precisa de um conhecimento prático da Bíblia; conhecimento esse, não só quanto à mensagem do Livro, mas também quanto ao volume em si, suas divisões, estrutura em geral, etc Sim, para ganhar almas é preciso 'começar pela Escritura'(At 8.35).

Aquilo que a eloquência, o argu­mento e a persuasão humana não podem fazer, a Palavra de Deus faz, quando apresentada sob a unção do Espírito Santo. Ela é qual espelho. Quando você fala a Palavra, está pondo um espelho diante do homem. Deixe o pecador mi­rar-se neste maravilhoso espelho. Assim fazendo, ele aborrecerá a si mesmo ao ver sua situação deplorável.

Está escrito que "pela lei vem o conhecimento do pecado (Rm 3.20), Através da poderosa Palavra de Deus, o homem vê seu retrato sem qualquer retoque, conforme Isaías 1.6. No estu­do da obra de ganhar almas, há muito proveito no manuseio de livros bons e inspirados sobre o assunto. Há livros deste tipo que focalizam métodos de ganhar almas; outros focalizam experi­ências adquiridas, o desafio» o apelo e a paixão que deve haver no ministério em apreço. A igreja de Éfeso foi profun­damente espiritual pelo fato de Paulo ter ensinado a Palavra ali durante três anos, expondo todo o conselho de Deus (At 20,27-31). Em Corinto ele ensinou dezoito meses (At 18.11). Veja a dife­rença entre essas duas igrejas através do texto das duas epístolas (Coríntios e Efésios) (GILBERTO, António. Prática do Evangelismo Pessoal, 1ed Rio de Janeiro: CPAD, 1983, p. 30).

CONCLUSÃO
Evangelizar é a missão de todo crente. Quer obreiro, quer leigo, ganhar almas é o seu dever. Na crise atual, muitos são os que desesperados, bus­cam um salvador. Mas apenas a Igreja de Cristo pode mostrar o caminho da salvação. É hora de evangelizar e de fazer missões. Arranquemos as almas perdidas das garras de Satanás.

PARA REFLETIR

A respeito da missão da Igreja, responda:
• Qual a urgência máxima da Igreja?
A evangelização.
• Qual a diferença entre evangelismo e evangelização? Evangelismo:
É a doutrina cujo objetivo é fundamentar biblicamente o trabalho evangelístico da Igreja de Cristo, de acordo com as narrativas e proposições do Antigo e do Novo Testamento. Evangelização. É a prática efetiva da proclama­ção do Evangelho, quer pessoal, quer coletivamente, até aos confins da Terra
• Por que devemos evangelizar?
É um mandamento de Jesus; é a maior expressão de amor da Igreja; o mundo jaz no maligno; e porque Jesus em breve virá.
• Como devemos evangelizar?
Evangelização pessoal, evangelização coletiva, evangelismo nacional e evangelismo transcultural.
• Por que Jesus é o evangelista por excelência?
Porque Ele amou o mundo de tal maneira que deu a sua vida na cruz para perdão dos nossos pecados.


"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre." (Jd 1:25.) 
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

ONDE ESTARÁ A IGREJA NA GRANDE TRIBULAÇÃO ?

Ausência da igreja no Apocalipse 4-19

Onde está a igreja durante os sete anos da Tribulação, conforme os capítulos 4-19 do Apocalipse? Se o pós-tribulacionismo estivesse correto, a igreja seria mencionada como permanecendo na Terra, durante esse tempo.  Contudo, este não é o quadro visto nos capítulos 4-19 do Livro do Apocalipse. Este escritor vai demonstrar, através de uma investigação minuciosa destes capítulos, que a igreja já estará no Céu com Cristo, tendo sido arrebatada antes do início da Tribulação. Os leitores ficarão bem informados sobre a visão pré-tribulacionista neste assunto, lendo o ensaio seguinte.

O imperador Domiciano baniu o Apóstolo João para a Ilha de Patmos, no Mar Egeu (Apoc. 1:0) e foi ali que João ouviu o comando de Jesus Cristo: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodiceia”. 

João registrou o que viu e, em seguida, enviou cartas às sete igrejas da Ásia, conforme o Senhor lhe havia ordenado. Estas igrejas eram: as de  Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia, e Laodicéia.  (verso 11).

O conteúdo do Livro do Apocalipse pode ser dividido em três seções embasadas no comando de Cristo: “Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer”. (Apoc. 1:19). Estas secções revelam uma sequência de tempo: passado, presente e futuro.

Mas, o que João viu exatamente? Ele teve uma visão simbólica de Jesus Cristo de pé, “no meio dos sete castiçais de ouro” (Versos 12-18,20) os quais representavam as sete igrejas locais. Este conteúdo forma a seção do passado (“as coisas que tens visto”). A seção do presente, “as que são”, podem ser vistas nas sete cartas enviadas às sete igrejas (Apoc. 2-3). A seção do futuro forma a parte mais importante do livro (Apoc. 4-22). A frase preposicional (“depois destas coisas” é encontrada no Apoc. 1:19 e no 4:1, duas vezes). A terceira seção começa com as palavras “Depois destas coisas” (Apoc. 4:1). A seção futura (Apoc. 4-22) contém uma introdução, revelando o trono de Deus o Pai, nos capítulos 4-5. O selo, as trombetas e as taças do julgamento são descritos em seguida (Apoc. 5-16). O julgamento da Babilônia é apresentado nos capítulos 17- 18. A segunda vinda de Cristo à Terra é, finalmente, apresentada no capítulo 19:11-21.  O Reino Milenial, o Julgamento do Grande Trono Branco e o estado eterno enceram a revelação profética, nos capítulos 20-22.

A interpretação típica deste livro pelos futuristas argumenta que os capítulos 4-19 descrevem o que vai acontecer nos sete anos que precedem a segunda vinda de Cristo à Terra (Capítulo 11:19-21). A consistente defesa do pré-milenialismo mantém esta posição, mesmo que alguns possam ter visões diferentes sobre o arrebatamento da igreja. Contudo, somente os que abraçam o arrebatamento pré-trib (antes da 70ª semana de Daniel) argumentam em favor da ausência da igreja na Terra, durante os sete anos da Tribulação. Que evidência pode ser encontrada dentro do Apoc. 4-19, para mostrar que a igreja verdadeira já estará no Céu, quando os eventos mencionados nestes capítulos estiverem acontecendo? Vejamos algumas indicações:

A menção da igreja - As palavras ”igreja” e “igrejas” tão importantes nos capítulos 1-3, não mais aparecem no Livro, até o último capítulo (Apoc. 22:16). A palavra “igreja”, no singular e no plural, ocorre 19 vezes, nos capítulos 1-3 (1:4,11,20 (duas vezes); 2:1,7,8,11,12,17,18,19; 3:1,6,7,13,14,22).

O termo “igreja” (ekklesia) significa, literalmente, “um grupo chamado para fora”. Ele tem dois usos principais no Novo Testamento. Pode ser usado como o corpo de Cristo, o qual Ele está edificando nesta era (Mateus 16:18; 1 Coríntios 12:13; Efésios 1:22; 4:1-6). Ele é composto de judeus e gentios crentes, feitos um em Cristo (Efésios 2:15-16). O termo também pode ser usado para uma congregação local de crentes (Atos 14:27; Gálatas 1:2).  Neste sentido, o termo é usado no Livro do Apocalipse. [Nota de Hélio: a teoria de uma igreja universal e invisível, difusa, sobre a terra, abrangendo todas as igrejas locais, não tem nenhuma base bíblica. E, até mesmo pela etimologia da palavra, toda igreja tem, forçosamente, que ser local. No agora (no céu), e na eternidade futura, haverá uma só igreja somando todos os salvos da atual dispensação das igrejas, mas, ainda assim, ela será local. Ver http://solascriptura-tt.org/EclesiologiaEBatistas/IgUniv-TeoriaMito-Montgomery.html] 

Contudo, existe um estranho silêncio do termo, a partir dos capítulos 4-19. Este fato é digno de nota, principalmente quando se contrasta esta ausência com a sua constante presença nos capítulos 1-3. Um bom motivo para esta ausência da verdadeira igreja é que os crentes evangélicos já não se encontrarão na Terra, nos sete anos que precedem a segunda vinda de Cristo. Eles já terão comparecido na presença do Senhor, no Céu, antes que estes eventos de sete anos tenham início. A igreja não é mencionada durante o selo, as trombetas, as taças do julgamento, pois já estará no Céu, quando houver o derramamento da ira divina.

A admoestação - As frases recorrentes “às igrejas” estão conspicuamente ausentes, numa admoestação semelhante (Apoc. 13:9). Todas as sete cartas às igrejas terminam com esta admoestação. Cada indivíduo em cada igreja local deveria escutar e aplicar a verdade que Cristo entregou às igrejas locais. Por exemplo, um crente na igreja de Éfeso deveria tirar proveito espiritual do que o Senhor disse à igreja de Pérgamo ou à de Filadélfia, etc.

Satanás, a besta e o falso profeta serão os três maiores inimigos de Deus e do Seu povo, nesse período de sete anos (Apoc. 13:1-18; 19; 20:3) A besta, simbolizando o ditador político-militar do fim dos tempos, governará durante 42 meses e, na segunda metade do período de sete anos, mostrará a sua verdadeira natureza diabólica. João registra a respeito dele: “E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação. E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apoc. 13:7-8). Aqui João registra a última admoestação. Não há mais qualquer menção do tipo:“escreve ao anjo da igreja”, a frase repetida sete vezes, nas sete cartas antes mencionadas. (Apoc. 1-3), que possa mostrar que a igreja estará enfrentando a ira da besta, pois se tal acontecesse, a igreja ainda estaria na Terra.

Existe uma menção “aos santos” no contexto do Apoc. 13:7-10. Mas, estes santos sãos que forem salvos [por fé que necessariamente tem que ser comprovada por obras apropriadas e por perseverança até o fim], durante os sete anos da Tribulação, após o arrebatamento da igreja. Todos os salvos foram levados, antes desse período.

A esposa do Cordeiro - A igreja como um corpo unido não é mais vista, após os capítulos 1-3, até a celebração da Ceia das Bodas do Cordeiro, quando Sua esposa já se aprontou. À noiva foi dado ataviar-se com linho fino, puro e resplandecente, porque o linho fino são as justiças dos santos (Apoc. 19:7-8). Agora ela é chamada a ”esposa de Cristo”. Paulo usou a metáfora do marido e mulher, para descrever a relação de Jesus Cristo com a igreja (Efésios 5:22-23). A esposa é vista como uma unidade completa e definitiva no Céu, até mesmo antes da volta de Cristo, como REI, à Terra. (Apoc. 19:11-16, conf. 19:7). Não teria sentido, uma parte da esposa estar no Céu e a outra parte, na Terra.

A esposa também foi galardoada, antes da segunda vinda de Cristo à Terra. Sua prestação de contas pode ser vista, no fato de que ela “já se aprontou” (Apoc. 19:7). Mesmo assim, crente nenhum merece qualquer recompensa pelo que tiver feito pelo Senhor. Conferir-lhe um galardão demonstra a graça redentora; por isso o texto diz: “E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” (verso 8). Estas justiças são imputadas aos crentes pela justiça de Cristo (Romanos 3:22; 4:22; 5:21). Desse modo, o julgamento no Tribunal de Cristo já terá acontecido, antes de Sua volta à Terra. “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” (2 Coríntios 5:10). Isso comprova que a igreja terá sido arrebatada, antes desse evento.

A atividade de Cristo - O foco da atividade de Cristo muda dos capítulos 1-3 para os capítulos 4-19. Nos primeiros três capítulos, o Seu ministério foi dirigido às sete igrejas na Terra. Ele as galardoa, critica e corrige. Mas, nos capítulos 4-19, toda a Sua atividade acontece no Céu. Ele trata do rolo selado com sete selos e com os julgamentos que dele procedem.

Como a cabeça viva da igreja, que é o Seu corpo, Ele está agora edificando-a (Mateus 16:18). Ele está em nós, nós estamos nEle e Sua atenção está na igreja. Contudo, esta ênfase desaparece nos capítulos 4-19. Durante os sete anos que precedem a Sua segunda vinda à Terra, Cristo estará preparando o mundo e Israel para esta volta. A igreja já estará completa, com Ele, no Céu, através da ressurreição e do arrebatamento. Esta fase do Seu propósito Criador e Redentor terá sido concluída.

Os vinte e quatro anciãos - Se os vinte e quatro anciãos representam a igreja, então ela já estará no Céu, antes da abertura dos julgamentos dos selos. Os anciãos desempenham um papel importante nos capítulos 4-19. Eles são mencionados 12 vezes (Apoc. 4:4,10; 5:5,6,8,11,14; 7:11-13; 11:16; 14:3; 19:4). Primeiro, eles são mencionados como estando presentes no Céu, ao redor do trono de Deus o Pai, conforme Apoc. 4:4: “E ao redor do trono havia vinte e quatro tronos; e vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de vestes brancas; e tinham sobre suas cabeças coroas de ouro”.

Quem são esses anciãos? Eles representam anjos ou homens? Se são humanos, eles representam os crentes do Velho Testamento, do Novo Testamento ou de ambos? O adjetivo numeral “vinte e quatro” é significativo. O rei Davi dividiu o sacerdócio levítico em 24 ordens (1 Crônicas 24). Cada ordem executava funções sacerdotais no tabernáculo e no templo, de sábado a sábado. Na distribuição desse encargo, cada ordem funcionaria por duas semanas, cada ano. Ao fazer isso, cada ordem representava toda a tribo sacerdotal e a nação de Israel, diante de Deus. Desse modo, o número 24 tornou-se a representação de um grupo maior e mais completo. Então, “os vinte e quatro anciãos” é uma frase que veio a ser representativa de mais do que apenas duas dúzias de específicas pessoas. Em vez disso, os anciãos representam um inteiro grupo de seres individuais, quer sejam anjos ou homens.

Três características sobre a sua descrição são relevantes. Primeira, eles estão assentados em tronos. Não estão de pé, voando ou flutuando. Porventura algum anjo já alguma vez se assentou diante de Deus? Nenhum verso da Escritura diz que eles já o tenham feito. Mesmo assim, Jesus prometeu a cada crente, na era da igreja: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”. (Apoc. 3:21). Por imputação, Deus fez cada crente se “assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus ” (Efésios 2:6). Então os vinte e quatro anciãos devem ser homens e não anjos.


Segunda, os anciãos estavam “vestidos de vestes brancas”, que são as mesmas palavras antes aplicadas à igreja (Apoc. 3:5,18).


Terceira, os anciãos usavam coroas (stephanous) nas cabeças. Eram coroas ganhas pelo desempenho e pela vitória.  Aos crentes nas igrejas foram prometidas coroas, com as mesmas palavras. (Apoc. 2:10; 3:11).  Nas epístolas, aos crentes, nesta era da igreja, são prometidas coroas específicas por realizações específicas: a coroa incorruptível, para os que vivem uma vida espiritual disciplinada (1 Coríntios 9:21); a coroa da alegria, para os [evangelistas] que impactaram vidas de modo que estas receberam Cristo como Salvador; (1 Tessalonicenses 2:19); a coroa da justiça para os crentes que amam a Sua vinda (2 Timóteo 4:8); a coroa da vida pelo amor a Cristo e a perseverança nas tribulações (Tiago 1:12; conf. Apoc. 2:10); dada aos vencedores em Esmirna, por terem sido fieis até a morte; a cora da glória para os pastores fieis (1 Pedro 5:4). Os anjos não usam coroas, mas os crentes podem e vão usá-las.

A tripla descrição dos vinte e quatro anciãos, assentados, vestidos e coroados, trata da identidade do povo redimido, principalmente dos crentes nesta era da igreja.

O problema de tradução do texto, dentro do contexto do louvor dos anciãos, deve ser observado (Apoc. 5:9-10). Eles cantam: ”Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra”.

Notem a primeira pessoa do plural aqui usada no pronome “nosso”. A versão BKJ e a NBKJ se embasam no texto grego (Textus Receptus), mostrando que os anciãos estão louvando a Deus pela sua própria salvação. Já a NVI (embasada no texto crítico) usa o pronome na terceira pessoa do plural... [“DELES”]

Como essas versões vieram depois da versão original, a VA 1611 King James, que contém a primeira pessoa, é mais confiável. As pessoas, antes de 1611, viam os anciãos como pessoas redimidas. Consequentemente, os críticos da posição pré-trib não podem afirmar que os proponentes do arrebatamento pré-trib tenham imposto sua visão dispensacionalista sobre esta passagem. Os anjos contrastam com os anciãos. Eles cantam uma canção de louvor a Cristo, sem referência alguma à sua redenção ou à salvação de outrem. Se os anciãos são anjos, então não haveria motivo para esta canção. A segunda canção e o contraste entre os anciãos e os anjos sugerem que os anciãos são homens.

O termo “ancião” (presbítero) jamais é usado na Bíblia com referência aos anjos. Esta palavra denota maturidade e crescimento. Ela é o oposto de “jovem” (1 Timóteo 5:12). Como aos anjos poderiam ser chamados anciãos, quando todos eles foram criados ao mesmo tempo? Em outras palavras, têm a mesma idade? Ao contrário, os anciãos da igreja local devem ser homens com experiência espiritual (1 Timóteo 3:1-7). Quando Paulo convocou os anciãos de Éfeso a Mileto, estes vieram como líderes oficiais e representantes de todos os crentes em Éfeso. 

A explicação plausível sobre os vinte quatro anciãos é que eles representam um grupo de pessoas redimidas. E quem são essas pessoas? Visto como os crentes do período do Velho Testamento não serão ressuscitados antes da volta de Cristo à Terra (Daniel 12:1-3; Apoc. 20:4-6), os vinte e quatro anciãos representam, mais do que claramente, os redimidos da igreja.

Os habitantes do Céu - A besta, o grande líder político-militar do fim dos tempos, abrirá sua boca em blasfêmias: “E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu”.  (Apoc. 13:6). Quem são os habitantes do Céu? São os contrastados com os habitantes da Terra (Apoc. 12:12; 13:8,14). Os habitantes da Terra são os humanos não salvos, portanto os habitantes do Céu são os humanos salvos. O verbo “habitar” é a mesma palavra grega para a “encarnação” de Jesus Cristo (João 1:14). Uma palavra idêntica é usada para o corpo físico dos crentes, que é a palavra “tabernáculo” (2 Coríntios 5:1, 4). O verbo “habitar” ou a palavra “tabernáculo” nunca é usada referindo-se às atividades dos corpos do anjos.

No texto crítico grego, a frase “os que habitam no Céu” está em oposição ao “Seu tabernáculo” (tendo sido omitida a preposição “em”) Isto sugere que os que habitam no Céu, como o tabernáculo de Deus, formam um grupo específico, com ninguém a ser acrescentado. E se é assim, a descrição melhor se adapta à igreja arrebatada, visto como mais pessoas serão salvas, na segunda metade do período de sete aos.

 A experiência de João - A experiência de João deveria ser equiparada ao arrebatamento da igreja. João escreveu: “Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz que, como de trombeta, ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer” (Apoc. 4:1). Alguns dizem que este evento mostra o cumprimento da principal predição sobre o arrebatamento (1 Tessalonicenses 4:13-19), conforme a antiga versão da Bíblia Scofield (p. 1334). Outros vêem a experiência do apóstolo como uma apresentação simbólica da trasladação da igreja (Nova Bíblia Scofield, p. 1356).

Existem semelhanças: a voz e a trombeta.  Contudo, as diferenças nas duas narrativas são bem maiores. No arrebatamento, os crentes ouvirão a voz do arcanjo, enquanto João escuta a voz de Cristo (Apoc. 4:1, conf. 1:10). Não há menção de Cristo descendo do Céu, quando João é para ali arrebatado. Não há menção de um encontro nos ares, entre o Céu e a Terra. Não há mudança permanente no corpo de João. A experiência de João se assemelha à de Paulo na 2 Coríntios 12:1-7, e à de Felipe, em Atos 8:39.

Os castiçais e as lâmpadas – Os castiçais individuais, representando as sete igrejas (Apocalipse 1:12,20), não devem ser igualados às sete lâmpadas de fogo queimando diante do trono (Apoc. 4:5). Hal Lindsey clamou que o movimento das lâmpadas desde a terra até o céu era evidência da remoção da igreja para o céu um instante antes de começar o derramamento do julgamento de Deus (There's a New World Coming, p. 86) [posição chamada de arrebatamento meio- da- tribulação, ou mid-trib, ou pré-ira].  No entanto, há uma diferença entre as palavras do grego que foram traduzidas como "castiçal" (luchnid 1:12,20) e como "lâmpadas" (lampades; 4:5). Assim, elas não podem ser vistas como iguais símbolos para a igreja. Se assim pudessem ser vistas, então por que João iria usar uma palavra diferente? Além disso, sendo as “lâmpadas” definidas como “os sete espíritos de Deus” (Apoc. 4:5), a chamada equiparação dos castiçais com as lâmpadas não deveria ser usada como uma prova para um arrebatamento mid-trib ou pré-ira.

A proeminência de Israel - Israel e o programa da aliança de Deus com Israel são o foco central dos sete anos que antecedem a volta de Jesus Cristo. Esta ênfase é responsável pelo silêncio   de qualquer referência à igreja, na Terra, nesse tempo. Quando João foi para o Céu, primeiro ele viu o trono de Deus o Pai (Apoc. 4:2); em seguida, ele deu esta simbólica descrição de Deus: “E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra jaspe e sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono, e parecia semelhante à esmeralda” (verso 3). Por que o próprio Deus revelou- Se desta maneira? Existe a indicação de duas pedras (o jaspe e o sárdio). São as mesmas pedras usadas na descrição das duas pedras nas ombreiras do éfode do sumo sacerdote de Israel (Êxodo 28:17-21). O éfode continha doze pedras, uma para cada tribo de Israel. Elas estavam dispostas em quatro fileiras de três pedras cada uma. O sárdio era a primeira pedra na primeira fileira, representando Ruben, o mais velho dos doze filhos de Jacó. O jasper era a última pedra na última fileira, representando Benjamim, o mais novo dos doze filhos de Jacó.

Estas duas pedras, na descrição divina, podem representar a relação de Deus com o Seu povo escolhido, a nação de Israel. O aparecimento do arco-íris também substancia a relação da aliança divina com a integridade da palavra empenhada por Deus. Então, estes capítulos chaves (4-19) tratam, claramente, da relação de Deus com o povo de Israel, na Terra. A intercalação da era da igreja terminou e Deus vai completar o Seu programa com Israel, através do cumprimento da 70ª. semana de Daniel (Daniel 9:24-27). O foco foi retirado da igreja (Apoc. 1-3) para Israel (Apoc. 4-19). [N.T. - Que os dominionistas aprendam, finalmente, que a Israel não está terminada e que a igreja não a substituiu e não herdará as promessas feitas a Israel]

Quando Jesus Cristo segurou o rolo selado com sete selos, Ele foi descrito como “O Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos”. (Apoc. 5:5). Esta descrição está embasada em duas passagens do Velho Testamento referentes ao Messias de Israel. [N.T. - a ignorância bíblica de alguns segmentos pentecostais, inclusive de uma igreja batista “avivada”, aqui em Teresópolis (RJ), apresenta como o seu símbolo um leão com os dizeres: “Este é o leão da tribo de Judá”. Pelo visto, o pastor desta igreja é um judaizante, o que Paulo condena veementemente, na Carta aos Gálatas]. Jacó informou os seus filhos sobre o que iria acontecer-lhes, nos últimos dias (Gênesis 49:1). Com referência a Judá, ele disse: “Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão. Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos”.  (Gênesis 49:8-10).

Na segunda passagem, Deus deu a Israel a promessa de um reinado futuro com o Messias: “Peso do vale da visão. Que tens agora, pois que com todos os teus subiste aos telhados? Tu, cheia de clamores, cidade turbulenta, cidade alegre, os teus mortos não foram mortos à espada, nem morreram na guerra. ... Também contastes as casas de Jerusalém, e derrubastes as casas, para fortalecer os muros”.

O rolo de sete selos simboliza o direito do Rei de Israel de governar a Terra. O conteúdo do rolo mostra o que vai acontecer durante os sete anos, antes da volta de Jesus Cristo à Terra. (Apoc. 4-19). O exclusivo direito de Jesus Cristo ao rolo é visto como a sua relação com Israel, mais do que com a igreja. Ele é a cabeça do Seu corpo, a igreja (Efésios 1:22-23), mas esta descrição não aparece aqui.


Um grupo importante na 70ª semana de Daniel é o dos 144.000 servos de Deus selados (Apoc. 7:3-4 e 14:1-5), todos eles pertencentes às tribos dos filhos de Israel, ou seja, Judá, Ruben, Gade, Aser, Naftali, Manassés, Simeão, Levi, Isaacar, Zebulon, José (Efraim) e Benjamim. (Apoc. 7:5-8). Esta passagem confirma a presença de Israel como sendo uma entidade nacional, étnica na terra, bem como suas divisões tribais, naquele tempo. [N.T. - E os árabes querendo negar tudo isso, com a ajuda dos incrédulos e da mídia, a serviço do “pai de mentira”.]

Mounce, que mantém uma visão pós-trib sobre o arrebatamento, afirma que dez das doze tribos desapareceram, na conquista do Reino do Norte de Israel,  feita pela Assíria, em 722 a .C., e que as outras duas perderam sua identidade, quando Roma invadiu e destruiu Jerusalém, no Ano 70 d.C. Mounce nega a literalidade do número  e dos nomes (The Book of Revelation, p. 168). Mesmo assim, Ana é identificada como um membro da tribo de Aser, durante a infância de Jesus (Lucas 2:36). E se Judá não é literal no Apoc. 7:5, como pode ser no Apoc. 5:5? A explicação melhor é que Deus estará usando Israel, em vez da igreja, para servi-Lo, durante os sete anos que antecedem a volta de Jesus Cristo à Terra.

A segunda metade do  período de sete anos deve começar com a expulsão de Satanás do Céu para a Terra e sua perseguição à mulher (Apoc. 23:11-17). Quem é esta mulher? Ela tem sido vista como sendo Maria (a mãe de Jesus) [errado], ou as igrejas do Novo Testamento [errado], ou Israel [certo].

João viu esta grande descrição: “E viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos seus pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a sua cabeça”. A menção do sol e da lua sob os seus pés e das onze estrelas deveria levar-nos de volta ao sonho de José “E teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, e disse: Eis que tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim. E contando-o a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é este que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos perante ti em terra? (Gênesis 37:9-10). José entendeu o significado do seu sonho. Na sua interpretação, Jacó é o sol; Lia ou Raquel, a lua; e os doze filhos de Jacó são as estrelas. A mulher (Israel) esteve presente no nascimento de Jesus (Apocalipse 12:5) e sempre estará presente, nos 1.260 dias, antes de Sua volta à Terra. (Apocalipse 12:6, 13,-17). Quando se usa a lei da referência anterior [“o significado de uma palavra, na Bíblia, é sempre o significado que tem em sua primeira menção”],  como um princípio de interpretação, entende-se perfeitamente que somente a nação de Israel é qualificada para ser a mulher. Esta posição encontra apoio no Velho Testamento (Gênesis 37:9-10), na realidade histórica do tempo em que Cristo nasceu e na promessa divina de uma nação de Israel restaurada e regenerada.

Onde está a igreja no Apoc. 4-19? Uma investigação minuciosa nestes capítulos vai mostrar que a igreja estará no Céu com Jesus Cristo. Quando ela será arrebatada por Ele? Exatamente antes do início da Tribulação, ou seja, dos acontecimentos narrados no Apoc. 4-19.
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"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre." (Jd 1:25.) 

Pof Abdias Barreto
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Cel - 85.98857-5757. — em Fortaleza-Ce.
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