segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A SANTA CEIA E A FESTA ÁGAPE

A CEIA DO SENHOR - E A FESTA DO ÁGAPE

INTRODUÇÃO
A celebração da Ceia do Senhor é um assunto de contínuo interesse para as igrejas evangélicas do mundo todo. Apesar de que o Senhor Jesus e o apóstolo Paulo nos deixaram orientações quanto a

 ela, parece que não conseguimos chegar a um acordo quanto a alguns aspectos relacionados com a natureza, seu propósito e forma de celebrá-la. Nesta Aula de Treinamento vamos abordar o ensinamento bíblico sobre a Ceia.

A FESTA DO AMOR ÁGAPE NA IGREJA PRIMITIVA.
Ao que tudo indica os cristãos do período apostólico que participavam de uma mesma igreja local, ti-nham o costume de reunir-se pelo menos uma vez por semana para comerem juntos e durante a refeição celebrarem a Ceia do Senhor. Esse costume teve sua origem no fato que o Senhor Jesus instituiu o sa-cramento durante uma refeição com seus discípulos, (ver Mt 26.17-30; Mc 14.22-24; Lc 22.19-20; Jo 13.1-4).
Aparentemente o alvo dos “ágapes” era a comunhão cristã, o compartilhar de alimentos entre os mais pobres e especialmente, lembrar-se do Senhor Jesus e participar espiritualmente da sua morte e ressur-reição pelo pão e pelo vinho. A igreja apostólica em Jerusalém seguiu o exemplo, de forma que o “partir do pão" se dava num ambiente em que as refeições eram tomadas em comum (At 2.42-47; ver 20.7). Eventualmente, essas refeições comunais que vieram a ser conhecidas como “ágape”, da palavra grega para “amor”, tornou-se uma prática regular nas igrejas cristãs espalhadas pelo mundo. Judas se refere a elas em sua carta como “festas do amor (fraternidade)” (Jd 12; 2 Pe 2.13). 
Por causa de abusos, alguns dos quais mencionados no Novo Testamento (1Co 11.17-34; 2 Pe 2.13), a festa do “ágape” foi separada da celebração da Ceia do Senhor a partir do século II. É provável que o que Paulo escreveu sobre esses abusos tenha sido o começo dessa separação. Pelo que sabemos, o “ága-pe” continuou ainda por alguns séculos, até desaparecer ao final do século VII da Igreja Cristã, ao ser proibido pelo Concílio de Cartago.
OS ÁGAPES NA IGREJA DE CORINTO.
Problemas no culto
Na época de Paulo, o “ágape” estava em pleno vigor nas igrejas cristãs. O apóstolo tinha ouvido que havia várias irregularidades nos “ágapes” da igreja de Corinto. Na carta que lhes escreveu, ele elogia os coríntios por acatarem as tradições que ele lhes havia entregado (1Co 11.2). Mas, esse acatamento era incompleto e superficial. Eles estavam negligenciando tradições de grande importância, como a relativa à Ceia (ver 11.23). Nisso, Paulo não podia louvá-los. O apóstolo tem sérias reservas quanto à maneira pela qual eles estavam celebrando os “ágapes”. Na verdade, Paulo está descontente pela maneira com que eles estavam realizando seus cultos em geral. A insatisfação do apóstolo era provocada pela atitude amotinada das mulheres “espirituais” nos cultos (11.3-16), pela falta de fraternidade e reverência na ce-lebração da Ceia (11.17,22) e pelo uso impróprio dos dons espirituais (capítulos 12-14). Paulo chega mesmo a dizer que as suas reuniões faziam mais mal do que bem (11.17), visto produzirem um resultado bem inferior, na verdade, oposto ao desejado. Em vez de serem para o melhor, isto é, para a edificação, instrução e conforto de suas almas eram para o pior isto é, para estimular e encorajar a glutonaria, a e
briaguez, as divisões e a carnalidade em geral. Como resultado, a participação na Ceia, que deveria trazer bênção, estava trazendo maldição, juízo e castigo (11.29).
DIVISÕES NA IGREJA
Quando se reuniam para o “ágape”, havia “divisões” (11.18; cf. “partidos” em 11.19) na igreja. Essas divisões a que Paulo se refere não eram os partidos de Paulo, Pedro, Apolo e Cristo, dos quais havia tratado nos capítulos 1-4. Eram alienações mútuas que se manifestavam por ocasião do “ágape” entre ricos e pobres, entre os que tinha dons extraordinários e os que não tinham e, possivelmente, entre ju-deus, que só comiam kosher e os gentios. Para piorar, havia ainda glutonaria e bebedeiras (11.21). Os ricos avançavam gulosamente na abundância do que haviam trazido e não compartilhavam com os po-bres. O resultado era um ambiente mesclado de espírito faccioso, embriaguez, glutonaria, egoísmo, res-sentimentos e invejas. A Ceia do Senhor era um alvo secundário nestas reuniões para os que estavam mais interessados na comida (11.20). Talvez alguns pensavam no “ágape” primeiramente como uma ocasião de matar sua fome (11.34). Quando comiam o pão e bebiam o vinho em nome do Senhor Jesus, era uma mera atividade fisiológica.
ERA CORINTO REALMENTE UMA IGREJA ESPIRITUAL?
Lembremos que a igreja de Corinto pensava ser uma igreja espiritual. Essa espiritualidade, para eles, manifestava-se primeiramente em seus cultos, pelas manifestações associadas aos dons espirituais. En-tretanto, era exatamente durante a celebração de uma das partes mais significativas do culto que a falta de verdadeira espiritualidade dos coríntios se manifestava em sua forma mais extrema. Como era possí-vel uma igreja que tinha membros bêbados na Ceia pensar que era espiritual? 
A resposta é que seu conceito de espiritualidade era errado. Isso Paulo irá demonstrar mais adiante em sua carta.
O que preocupava Paulo não era tanto a falta de fraternidade e o egoísmo presente nas reuniões (ver 11.33), quanto a falta de dignidade e discernimento espiritual que essas atitudes causavam (11.27,29). A igreja já estava debaixo do julgamento de Deus. Muitos estavam doentes e fracos, outros já haviam mor-rido em decorrência do castigo divino (11.30). Isto nos deveria alertar de quão seriamente Deus requer o modo apropriado de participarmos dos cultos.
CONCLUSÃO
Encerrando essa aula, notemos que os coríntios conseguiram corromper o culto a Deus em menos de 20 anos do surgimento do Cristianismo e isto enquanto os apóstolos ainda estavam vivos! Portanto, não nos devemos impressionar muito com a rápida corrupção ocorrida na Igreja depois que os apóstolos morre-ram. E muitos, hoje, continuam a introduzir práticas e costumes e a torcer o propósito dos cultos, ao ponto de suas reuniões, como as dos coríntios, fazerem mais mal do que bem. 
IMPLICAÇÕES PRATICAS.
Entre as muitas implicações práticas que poderíamos tirar da aula, desejo destacar apenas uma. O con-ceito da Igreja de Corinto do que era a verdadeira espiritualidade tinha um defeito fatal: enfatizava as manifestações carismáticas acima de conceitos básicos como a simplicidade e pureza necessárias na Ceia do Senhor. Aprendamos com o apóstolo Paulo que um culto verdadeiramente espiritual, entre outras coisas, é o que promove condições para que os crentes se aproximem da mesa do Senhor lúcidos, sóbrios, aptos para discernir o que estão fazendo, devidamente instruídos quanto ao sentido da Ceia e capazes de participar dela de forma digna. Cabe a pergunta: é assim que nos aproximamos da Mesa do Senhor? Examinemo-nos a nós mesmos!

O Culto Espiritual - Augustus Nicodemus 
publicado recentemente pela Casa Editora Presbiteriana.

"Quando DEUS trabalha O HOMEM muda!" 
Prof. Abdias Barreto. 
Contatos: (85).8857-5757. profabdias@gmail.com

5 comentários:

  1. ótima matéria, bem informaitiva

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  2. Muito bom gostaria de receber temas de matérias relacionadas neste web

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  3. GOSTEI DO ENSINO ,MUITO ME ABENÇOOU,MAS GOSTARIA DE VER NO TEXTO REFERENCIAS BIBLICAS E EXTRA BIBLICAS DESTES CULTOS CHAMADOS AGAPE
    VISTO QUE APENAS UM TEXTO FALA CLARAMENTE FESTAS DE AMOR.
    EXISTE UM DOCUMEMTO DO CONCILIO DE CARTAGO PROIBINDO A PRATICA ?
    ALGUMA COISA QUE PODEMOS USAR COMO REFERENCIA EM UMA LIÇAO DE EBD?

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  4. Graça e paz amado, muito edificante esse estudo. Gostei do seu blog e estou seguindo. Se deseja conhecer o nosso blog e também segui-lo será um prazer, este é o link: http://pbgeraldo.blogspot.com.br/

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