segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O PROFETA DE CORAÇÃO QUEBRANTADO


OSEIAS.
Os períodos de grande prosperidade são geralmente acompanhados de declínio moral. Era o caso do reinado de Jeroboão II, rei de Israel, uns 800 anos antes de Cristo. O país experimentava um desenvolvimento econômico como nunca antes, desde o tempo de Salomão. Foram construídas muitas casas de veraneio iguais às melhores residências urbanas. Produtos estrangeiros encheram o mercado. A vida luxuosa tornou-se a obsessão dos israelitas. Acontecia, porém que apenas uma minoria tinha acesso à vida boa e burguesa. A maioria esmagadora lutava para sobreviver. Um salário mínimo irrisório condenava o povo trabalhador a uma vida de verdadeira escravidão econômica.
A religião era popular. Cultos cheios e impressionantes. No entanto, a ênfase bíblica era coisa do passado. A linha mais tolerante do sincretismo dominava o pensamento dos líderes religiosos. Toda religião era boa. Era popular falar na fé no Senhor, e, ao mesmo tempo, dos valores comuns a todas as crenças, sem julgar-se nenhuma como sendo errada.
Sem uma insistência nos absolutos bíblicos, o povo não achava tanta necessidade de interpretar os dez mandamentos como imprescindíveis. O sétimo mandamento, em particular, era considerado um bonito ideal, mas afinal de contas não tão praticável em tempos modernos...
Naqueles dias o pastor Oséias sentiu na carne o impacto da nova sociedade. Casado com a bela Gomer, viveu o drama da surpreendente infidelidade da mulher. Para qualquer homem da fé isso seria um abalo angustioso, mas para um pregador da Palavra de Deus foi o mais profundo sofrimento imaginável. Oséias tentava conciliar a sua fé num Deus bondoso com a realidade da sua crise doméstica. Como entender a vontade de Deus, face ao desmoronamento do lar pastoral?
Alguns comentaristas consideram os primeiros versículos do livro de Oséias como sendo uma reflexão madura, posterior à tragédia, anos depois do acontecimento. “Vai, toma uma mulher de prostituições...” (v.12). destarte, Oséias chegou a entender que o soberano Deus sabia de antemão que Gomer seria infiel. Deus conhece o fim desde o princípio. Sabia que Gomer lhe seria infiel. Permitiu a vasta tragédia na vida de Oséias para que ele compreendesse o profundo pesar no coração divino: “porque a terra se prostituiu, desviando-se do Senhor” (1.2). Este Deus é Senhor de todas as circunstâncias, inclusive das que parecem ser totalmente contra a sua vontade. Oséias se submeteu à realidade nua e crua das circunstâncias, para aprender que “todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28).
O profeta do Senhor é sempre a sua mensagem. Proclama a mensagem verbalmente, mas também a vive na carne. Nas entrelinhas do primeiro capítulo vemos como Oséias vivia diariamente a mensagem do Senhor. Nasceram-lhe três filhos aos quais ele deus os nomes mais esquisitos dados numa família de pastor! Ao primeiro ele deu o nome de Jezreel, cidade famosa por uma atrocidade nela praticada. Seria como se um pastor moderno chamasse seu filho de “Belsen” ou “Hiroshima”. Foi por ordem divina que o pastor Oséias colocou esse repugnante nome no seu primogênito. Imaginemos o triste pastor Oséias, sem mulher em casa, andando com o pequeno Jezreel, e o constante diálogo na rua:
— “Pastor Oséias, diga-me uma coisa: por que é que o seu filho tem este nome?”
— “Meu irmão”, responderia Oséias, “porque Israel será também destruída da mesma maneira como a casa de Acabe em Jezreel!” Quando nasceu uma filhinha, Oséias deu-lhe o nome de Desfavorecida (1.6). Coitada, como iria sofrer mais tarde na mesma roda com as meninas Graça, Linda e Piedade... Imaginemos mais uma vez o diálogo perto da casa pastoral:
— “Pastor, que linda menina o senhor tem! Por que o senhor lhe deu um nome que não merece, este de Desfavorecida?”
— “Meu irmão”, diria o Pastor Oséias, “ela é filha de uma nação que não receberá mais o favor perante o Senhor!”
Oséias ficou profundamente abalado com a terceira gravidez de sua mulher, Gomer. Sabia bem que não era criança dele. Depois do parto, Oséias deixou seus amigos boquiabertos quando deu a esse último filho o nome de Não-meu-povo. Imaginemos a conversa repetida inúmeras vezes entre Oséias e seus paroquianos:
— “Pastor Oséias! Como se chama o nenê?”
— “Chama-se Não meu-povo, irmão”.
— “Desculpe, pastor, mas o Senhor está falando sério?”
— “Sim, irmão, sei que este não é meu. É de outro, infelizmente. Coitado dele. Não é meu, como este povo não é mais povo de Deus. Pense nisto, irmão, que nosso Deus declara a todos: vós não sois meu povo, nem eu serei vosso Deus” (1.9).
E por onde Oséias andasse, todo o mundo estranhava os nomes feios das suas crianças. O profeta e seus filhos eram literalmente a mensagem de Deus àquele povo superficial que tratava a Palavra de Deus levianissimamente. Anunciava-se o julgamento através da agonia doméstica de Oséias. Mas Deus é misericordioso. O profeta vê além do juízo, até o dia feliz da restauração, quando Israel será chamado “Meu Povo” e “Favorecido” pelo Deus que o chamara (2.1).
Notamos nas pregações de Oséias a analogia entre a sua mulher infiel e a nação de Israel. Gomer foi seduzida pelas atrações do mundo, e pelos artigos de luxo obtidos com os seus favores sexuais (2.5). Quando ela não achou mais fregueses, resolveu voltar-se para o marido “porque melhor me ia então do que agora” (2.7). Como ela, Israel foi orientada exclusivamente pelos interesses materiais, em prejuízo da vida espiritual. Os sacrifícios oferecidos pelos israelitas no culto a Baal eram realmente atos de adultério espiritual contra o Senhor (2.8). Deus sempre queria que Israel fosse como esposa fiel para Si. O profeta Oséias não cessava de chamar o seu povo a reatar relações com o Senhor. “Desposar-te-ei comigo em fidelidade” diz o Senhor (2.20). “Desposar-te-ei comigo em justiça e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias” (2.19). A palavra “misericórdias” traduz o hebraico chesed, que significa o amor constante e leal. Na atitude de Oséias para com Gomer vemos até que ponto o amor constante do Senhor pode-se reproduzir no homem.
A vergonhosa infidelidade de Gomer não tinha limites. Seguindo a vida boêmia ela sofreu necessidades, a ponto de se vender como escrava-concubina (3.2). O amor leal e o perdão ilimitado de Oséias foram tamanhos que ele a comprou do seu senhor. Este amor redentor a levou novamente para a casa do profeta,onde ela foi obrigada a ficar, mas sem gozar de todos os privilégios de mulher. Sem dúvida a vizinhança cochichava o fato de que os dois não dormiam no mesmo quarto. Isso também fazia parte da mensagem divina! Pela sua infidelidade, Gomer não vivia propriamente como esposa, mas como encarregada dos assuntos domésticos. Semelhantemente, Israel infiel iria perder os seus privilégios no exílio. Não haveria mais rei, nem família real, nem religião, nem culto (3.4). Somente “nos últimos dias” os filhos de Israel se aproximariam do Senhor (3.5). A perfeita comunhão com o Senhor é o alvo de toda a obra da redenção. “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós”, prometeu o Senhor Jesus (João 15.4).
Nos capítulos 4 a 8 da profecia, Oséias revela até que ponto Israel se tinha corrompido moral e espiritualmente. Não havia nem verdade, nem amor leal (chesed), nem conhecimento de Deus (5.1). Quando o povo se separa de Deus, as consequências morais são inevitáveis: “o que só prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar, e adulterar” (4.2). Para obter-se o máximo lucro, o homem pecador arruína a própria natureza. O desequilíbrio ecológico segue a exploração egoísta da terra. “Por isso a terra está de luto, e todo que mora nela desfalece, com os animais do campo e com as aves do céu; e até os peixes do mar perecem” (4.3). Há uma relação direta entre o conhecimento da Palavra de Deus a responsabilidade socioeconômica em qualquer país. Israel se gabava da suntuosidade dos cultos religiosos, mas o seu coração estava vazio do amor leal, e corrompido pelo destemor da justiça.
A religião divorciada da moral se define biblicamente como prostituição espiritual (5.4). Deus não permite que o seu povo se aproxime dele naquele estado. Por mais incrível que parecesse aos israelitas, Oséias lhes advertiu do castigo divino, em que o Senhor os despedaçaria como um leão. Longe de protegê-los, Deus os destruiria (5.14). Em todas as épocas o povo de Deus nunca entende que Deus trata o seu povo com mais severidade e não com menos.
Em resposta à pregação de Oséias, alguns professaram a conversão (6.1). Mas o arrependimento de Israel era tão passageiro como a nuvem da manhã, ou como o orvalho da madrugada (6.4). É bem fácil dizer: “Tornemos para o Senhor. Depois de dois dias ele nos revigorará”. O mal dentro da sociedade estava tão arraigado na prática da exploração econômica, na imoralidade, e na avidez de riquezas luxuosas, que tais profissões de conversão eram vazias. Olhando para os imponentes sacrifícios e os solenes cultos litúrgicos sema pregação da Lei do Senhor, Oséias não pôde se conter, e bradou o recado divino:
“Pois misericórdia (chesed) quero, e não sacrifício! e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.” (6.6)
Israel observava a sua religião, mas onde estava o amor leal? Oferecia abundantes sacrifícios, mas onde o conhecimento de Deus? Este versículo traduz fielmente a mensagem central do profeta. Ele contemplava a dicotomia na vida do seu povo. Muita religiosidade e muita imoralidade; muita profissão de fé, e muita corrupção; como óleo e água não se misturam. Oséias considera Israel como um pão não virado no forno: de um lado queimado pelas suas paixões, e do outro massa mole que não resiste ao tato, portanto completamente imprestável (7.8). Deus chama o seu povo a uma vida íntegra. Não agrada a Deus a nossa proclamação da salvação pela fé se não há a correspondente transparência de vida moral e social. O hipócrita engana a si mesmo. “As cãs se espalham sobre ele, e ele não o sabe” (7.9). Todo o mundo percebe a sua incoerência, menos ele.
A religião não salva. O Deus cultuado por Israel mandou embocar a trombeta do juízo (8.1). Deus viria como a águia contra a casa do Senhor. Aqui, “águia” bem pode ser traduzido por “urubu” que se alimenta de animais mortos. Deus os chamava, pois Israel estava para morrer!
Houve também várias facetas da apostasia de Israel. Israel rejeitou o bem (8.3). Israel abandonou os absolutos da lei do Senhor. O que era errado no tempo de Moisés, também o era no período de Oséias, e também o é hoje. A “ética da situação” em voga nestas últimas décadas do século XX representa uma tentativa filosófica de fugir da exigência moral duma lei irredutível. Como Israel, a nossa sociedade quer uma religião acomodatícia, que não imponha restrições à vida social, econômica ou sexual. Os israelitas eram “crentes de fim-de-semana”; eram fervorosos para como Senhor no sábado, mas nos outros dias da semana eram opressores dos pobres, gananciosos e desenfreados nos desejos sensuais.
A dinastia real em Israel, que levou a nação para o mal, não era a descendência de Davi, a quem Deus tinha prometido o trono em perpetuidade (1Cr 17.12). Quando, depois da morte de Salomão, o reino se dividiu, dez tribos tomaram como rei a Jeroboão, chefe dos engenheiros responsáveis pela obra de terraplanagem de Jerusalém (1Reis 11.27). Jeroboão I não era, portanto, rei da parte do Senhor. Agora, duzentos anos mais tarde, no reinado de Jeroboão II, Oséias aponta para a grave irregularidade na direção do país. “Estabeleceram reis, mas não da minha parte” (8.4). Toda aquela dinastia tinha usurpado o poder.
A religião em Israel protestava fé no Senhor Javé, mas não obedecia à Palavra do Senhor! “Não farás para ti imagem de escultura” (Ex 20.4) reza a lei. No entanto, em Samaria cultuava-se a imagem de um bezerro. Ao mesmo tempo em que o povo invocava o Senhor, dizendo: “Nosso Deus” Nós, Israel, te conhecemos”, Deus respondia através do profeta Oséias, dizendo: “O teu bezerro, ó Samaria, é rejeitado; a minha ira se acende contra eles!” (8.5). Manifesta-se no cristianismo do século XX o mesmo tipo de religião. Fala-se em nome do Senhor. Celebram-se cultos e missas solenes. Dominam a atenção da multidão as imagens dos santos. Como disse Oséias: “Da sua prata e do seu ouro fizeram ídolos para si, para serem destruídos” (8.4). A veneração concedida às belas imagens incrustradas de pedras preciosas é tida como mais importante que a Palavra de Deus. O segundo mandamento é claro. E inúmeras vezes na Bíblia Deus reitera a proibição de imagens no culto. Mais uma vez o Senhor falou pela boca do seu servo: “Embora eu lhe escreva a minha lei em dez mil preceitos, estes seriam tidos como cousa estranha” (8.12).
Oséias, de coração quebrantado por causa de Gômer, chegou a entender o sofrimento divino ocasionado pela apostasia de Israel. Outrossim, a infidelidade de Gômer não era apenas um lapso. Repetidas vezes ela traiu os votos matrimoniais. E o profeta contemplava o triste fato de que a infidelidade de Israel para com Deus não era um desvio temporário. A história de Israel está repleta de graves infrações contra a lei do Senhor. Logo de início na sua história idólatra, Israel fabricou o bezerro de ouro, no deserto. E antes de chegar na terra da promissão, na aldeia de Baal Peor, os primeiros israelitas, salvos pela graça de Deus. namoraram as belas moabitas, e abandonaram incontinente a lei recém-recebida. Sob o efeito dessa sedução inesperada, "se consagraram à vergonhosa idolatria" (9.10). A idolatria e a imoralidade são gêmeas. "E se tornaram abomináveis como aquilo que amaram" (9.10). O culto anti-bíblico os arrastou facilmente para as orgias e as bacanais.
A festa do boi custou cara. O duplo deslize, espiritual e moral, foi julgado, e morreram vinte e quatro mil israelitas (Números 25).
Deus nos chama ao amor leal (chesed): à fidelidade absoluta à Palavra de Deus, não somente na observação religiosa do culto evangélico, mas também na mais casta prática do amor no lar. Quem quebra uma aliança, facilmente abandona a outra.
No ocaso do reino de Israel, Oséias advertiu o povo das consequências de tal comportamento: "O meu Deus os rejeitará, porque não o ouvem; e andarão errantes entre as nações" (9.17). Poucos anos depois, em 722 a.C, realizou-se o inesperado desastre. Por não ter prestado atenção à advertência, a nação deixou de existir. O judeu errante data daquele acontecimento fatídico. E passaria muitos séculos peregrinando, sem pátria, sem identidade nacional e sem a bênção do Senhor, cuja voz ele recusara tantas e tantas vezes.
Por que é que os homens não mudam de direção? Por que marcham em linha reta para a destruição? "Porque o seu coração é falso; por isso serão culpados" (10.2). O coração do homem determina a sua conduta. Quartas vezes ocorre que alguém conhecedor da Palavra de Deus, sendo tentado a cometer o adultério, não consegue resistir á tentação, porque o coração é falso! "Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração" (Provérbios 4.23). De Deus não se zomba. A lição de Israel é esta: o que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção. Tanto os líderes como o povo iriam sofrer as conseqüências da desobediência à Palavra sagrada. E o rei de Samaria, tão seguro na sua prosperidade fabulosa, seria dentro em breve "como lasca de madeira, na superfície das águas" (10.7).
Deus é amor. O seu amor não tem condição nem limite. Ele ama o seu povo apesar de toda a rebeldia, de toda a idolatria e de toda a imoralidade. O seu amor é chesed, amor imutável. Quando castiga, é por puro amor que o faz. Deus sente saudades do primeiro amor do seu povo. "Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho" (11.1). Israel era como criança que ele tomava nos braços. Como menino travesso, a jovem nação não queria obedecer-lhe. Recusou-se a converter-se (11.5). Deus não hesitou em disciplinar o seu povo, porque "o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe" (Hebreus 12.6). Deus é diferente dos pais que nunca disciplinam os seus filhos. Quem não disciplina o seu filho, não o ama. Oséias, que tanto sofreu no lar, entendeu o coração de Deus quando descreveu o amor divino nestes termos: "Meu coração está comovido dentro de mim, as minhas compaixões a uma se acendem" (11.8). Ainda que o castigo viesse com certeza. Deus não destruiria totalmente o seu povo, "Eu os remirei do inferno e os resgatarei da morte; onde estão ó morte as tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição?" (13.14). O propósito de Deus permanece firme. É imprescindível que Deus castigue o mal. No entanto não seria o fim total de Israel. De outra maneira seria o Diabo e não Deus que ganharia esta guerra espiritual de proporções cósmicas. O fim da história da raça humana e de Israel está assegurado, porque Deus é soberano.
Oséias conseguiu reconstituir o seu lar com Gômer e seus três filhos. Tamanho amor triunfou. E o amor divino, chesed, triunfará também. Oséias, o vidente de coração perdoador, previu a restauração final de Israel num belíssimo trecho que remata a sua obra. Concitou o povo de Deus a uma genuína conversão. "Tende convosco palavras de arrependimento, e convertei-vos ao Senhor" (14.2). Num sentido, o crente no Senhor deve arrepender-se e converter-se ao Senhor constantemente, e não apenas uma vez na hora da entrega inicial. Quase todos os apelos à conversão na Bíblia são lançados aos que professam fé no Senhor! Quando o povo de Deus se converte constantemente ao Senhor, então o mundo começa a arrepender-se.
O arrependimento do povo de Deus é o segredo de todo reavivamento espiritual. "Curarei a sua infidelidade, eu de mim mesmo os amarei, porque a minha ira se apartou deles" (14.4). A segurança nacional de Israel de pendia não duma aliança política com a mais poderosa nação de então, a Assíria (14.3), mas da sua relação com Deus. Os rios de bênçãos começam a jorrar quando o povo de Deus julga o seu próprio pecado! Uma vez arrependido e perdoado, Israel se tornaria uma testemunha eficaz no mundo.
"Serei para Israel como orvalho" (14.5). O Deus que cada dia unge bilhões de folhas e pétalas com pérolas de orvalho é o mesmo que visita, pelo Espírito Santo, todos os seus filhos espalhados nos cinco continentes! Para a sobrevivência das plantas, Deus repete fielmente, e em todo lugar, o pequeno milagre, mandando a cada folhinha o precioso líquido sustentador. Quanto mais Deus deseja tocar com vida nova cada um de seus filhos na terra! Feliz o crente em Cristo que já aprendeu este princípio de sobrevivência espiritual, e que busca no frescor da alvorada a unção do Espírito, cada dia. Realiza-se a conversão diária do crente à vontade de Deus, quando novamente se entrega ao Senhor, reafirmando os votos de consagração absoluta Àquele que o comprou com o seu sangue. As plantas em terra ressecada, alimentadas pelo orvalho vitalizador, brotam, criam botões e exalam a sua fragrância. Flores perfumadas no sertão! Eis o quadro pintado pela pena do vidente, para descrever a vida realmente entregue ao Espírito do Senhor. "Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio, e lançará as suas raízes como o cedro do Líbano. Estender-se-ão os seus ramos" (14.5, 6). A vida arraigada na Palavra de Deus, irrigada pela graça divina, e ungida pelo orvalho sacro do Espírito, estende os seus ramos, oferecendo ao viajor a sombra refrescante no sertão causticante. "Os que se assentam de novo à sua sombra voltarão" (14.7). A pessoa cheia do Espírito se torna um ímã para os que procuram a vida verdadeira, e não precisa buscar contatos com os outros. Os famintos do espírito reconhecem intuitivamente a autêntica espiritualidade dos que recebem diariamente o orvalho do Espírito. O contato com o homem espiritual se torna frutífero. "Serão vivificados, e florescerão como a vide" (14.7). Nós, o povo do Senhor, cantamos "quero ser um vaso de bênção". Este desejo tão louvável se realizará através do Espírito Santo, a água viva oferecida por Jesus. "A água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna" (João 4.14). Oséias nunca viu o cumprimento da sua profecia final, mas pela fé aceitou que um dia o Senhor triunfaria na vida de Israel. Deus lhe tinha dado a vitória no seu lar, pelo triunfo do amor inabalável. Gomer estava de volta ao lar. Os filhos não levavam mais os nomes feios. Foram transformados em nomes abençoados. A família estava unida novamente. Com toda serenidade, Oséias aguardava o desenrolar do drama de Israel, com a certeza de que um dia Deus restauraria o seu povo. O profeta de coração quebrantado chegou a aprender que o coração do Senhor é também assim.
Fonte: JUSTIÇA E ESPERANÇA PARA HOJE
A Mensagem dos Profetas Menores - Dionísio Pape.


"Quando DEUS trabalha O HOMEM muda!" 
Prof. Abdias Barreto. 
Contatos: (85).8857-5757. profabdias@gmail.com

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