sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CONTEUDO DOS LIVROS BIBLICOS - GÁLATAS

 INTRODUÇÃO A CARTA AOS CRENTES DA GALÁCIA 
A Epístola aos Gálatas (Gl) é uma preciosa fonte de informação sobre os primeiros passos do evangelho na Galácia. Graças a ela, sabemos da atividade desenvolvida por Paulo em uma região que cobria grande parte da zona central da Ásia Menor e que, desde o séc. I a.C., estava anexada ao Império Romano com a categoria de “província”. Naquele tempo, a Galácia era povoada pelos descendentes de antigas tribos celtas (ou “galas”, de onde procede o nome do país) que três séculos antes haviam emigrado do centro da Europa. Algumas delas chegaram até a Ásia Menor, estabeleceram-se e, aos poucos, logo se espalharam pelos amplos territórios compreendidos nos limites da atual Turquia. Fora da epístola, a Galácia é mencionada apenas cinco vezes no Novo Testamento (At 16.6; 18.23; 1Co 16.1; 2Tm 4.10; 1Pe 1.1). No entanto, apesar dessa escassez de notícias, é evidente a importância que teve para a história da igreja. Sabemos, pelo testemunho pessoal de Paulo, que ele ali anunciou Jesus Cristo (4.13), e não há dúvida de que também fundou um certo número de pequenas comunidades cristãs dispersas por toda a província. Para essas igrejas redigiu a epístola. Mas não para uma comunidade em particular e determinada, mas para as da Galácia em geral (1.2), formadas por crentes que, na sua maioria ou, possivelmente, na sua totalidade, procediam do paganismo (4.8). E que com absoluta certeza não necessitariam observar os inumeros preceitos estabelecidos pela LEI, que fora dado aos JUDEUS.
O FUNDAMENTAL PROPóSITO DA CARTA AOS GÁLATAS.
Os crentes da Galácia, em princípio, mostraram uma grande satisfação por causa do evangelho; e, durante um tempo, haviam vivido a sua fé cristã com a mesma alegria e confiança com que também haviam recebido a presença do apóstolo (4.13-15). Mas, não muito depois, aquela primeira alegria e fervor parecia ter se esfriado (5.7), o que coincidiu com o surgimento de sérios problemas doutrinários entre eles. Por isso, Paulo se sentiu movido a escrever esta carta, na qual, por um lado, reprova a frágil fé dos gálatas e, por outro, denuncia as atividades de certos “FALSOS IRMÃOS QUE SE ENTREMETERAM COM O FIM DE ESPREITAR A NOSSA LIBERDADE QUE TEMOS EM CRISTO JESUS” (2.4).
Com essas e outras expressões duras (cf. Gl 1.8-9; 5.10,12; 6.12-13), o apóstolo se refere a alguns grupos de ORIGEM JUDAICA QUE PERCORRIAM IGREJAS RECÉM-FORMADAS E AS CONFUNDIAM COM ENSINAMENTOS ALHEIOS E INCLUSIVE OPOSTOS AO EVANGELHO e que, além disso, atacavam a sua autoridade e a legitimidade do seu apostolado (Gl 1.10-12).
Aqueles a quem Paulo chama de “falsos irmãos” tentavam convencer os gálatas de que o evangelho de Jesus Cristo, para ser perfeito, teria de ser submetido à lei de Moisés e manter em vigor determinadas práticas próprias do Judaísmo, principalmente a circuncisão (3.11-14; 5.1-6; 6.12-13). Eram, pois, JUDAIZANTES, OS QUAIS, PRETENDENDO PERPETUAR A VIGÊNCIA DE NORMAS QUE EM CRISTO SE TORNARAM SUPERADAS, impulsionavam os crentes para que se afastassem da “VERDADE DO EVANGELHO” (2.5), que é fundamento da “liberdade” concedida por Cristo (5.1). "ISSO NOS LEMBRA ALGUMA COISA DOS NOSSOS DIAS"...
Em seguida, Paulo advertiu a respeito do sério perigo que as congregações cristãs visitadas pelos judaizantes corriam. Compreendeu que se tratava de um perigo real, que afetava questões básicas para a fé e a vida da igreja e que vinha perturbar o sentido do único evangelho (1.7-9) da salvação por meio de Cristo.
E HOJE O DIABO TEM LEVANTADO ESSE GRUPO QUE PROCURA DESESTABILIZAR O VERDADEIRO EVANGELHO, QUERENDO IMPOR OUTRA VEZ O RUDIMENTOS ANTIGOS. "CUIDADO MEUS QUERIDOS IRMÃOS"
CONTEúDO E ESTRUTURA DA CARTA AOS GÁLATAS. 
A Primeira seção - A Epístola aos Gálatas está tematicamente relacionada com a de Romanos (ver a Introdução dessa última). Começa com uma apresentação do assunto de que irá tratar (1.1-10) e, ao contrário do costume de Paulo, não contém ação de graças nem expressão alguma que dê testemunho de um sentimento de alegre afeto. Consta simplesmente de um rápido início e algumas palavras de bênção e doxologia seguidas pelo enunciado principal da carta: Não há mais nenhum evangelho além do de Jesus Cristo.
A epístola está dividida em três seções: Na primeira (1.11—2.21), Paulo defende a autenticidade da mensagem do evangelho que havia pregado nas igrejas da Galácia (1.11-12). Desse modo, reivindica a legitimidade do seu trabalho de apóstolo chamado e enviado por Deus para anunciar Jesus Cristo entre os gentios (1.15-16). Refere-se também a alguns aspectos da sua vida e conduta: o seu anterior fanatismo judaico, que o levou a perseguir “sobremaneira (...) a Igreja de Deus” (1.13); o reconhecimento do seu ministério por parte dos apóstolos de Jerusalém (2.1-9) e a sua oposição a Pedro na Antioquia da Síria (2.11-14). Finalmente, põe em destaque o valor da fé, pela qual Deus justifica o pecador (2.15-21).
 
A segunda seção - (3.1—5.12) começa com uma admoestação aos que haviam sido enganados com o cumprimento externo da lei e menosprezavam assim a graça de Deus (3.1-5). Em seguida, faz uma consideração sobre a fé do Patriarca Abraão (3.6), de como Deus fez com que as bênçãos e as promessas que havia feito a ele alcançassem os gentios (3.14,28-29) e qual é a vigência atual da lei mosaica (3.19-24; 4.1-7). O restante da seção (4.8—5.12) é um convite a permanecer “firmes” na liberdade que Cristo nos concedeu (5.1).
A terceira parte da epístola (5.13—6.10) consiste em uma exortação a fazer bom uso dessa mesma liberdade, a qual deve configurar a vida do cristão conforme a norma do amor: sendo “servos uns dos outros, pelo amor” (5.13) e levar “as cargas uns dos outros” (6.2). Esta é a “lei de Cristo” (6.2) e o caminho pelo qual o Espírito de Deus conduz a igreja (5.16-18,25). Nessa seção está incluído o catálogo de vícios e virtudes, melhor conhecido como “as obras da carne e o fruto do Espírito”.
A conclusão da epístola inclui algumas observações com o caráter de resumo (6.12-17), uma anotação de Paulo escrita do seu “próprio punho” e letra (6.11) e uma breve bênção final (6.18).
DATA E LUGAR DE REDAçãO
Provavelmente, Paulo tenha redigido a Epístola aos Gálatas em Corinto, entre os anos 55 e 60, pouco antes ou pouco depois de ter escrito aos cristãos de Roma (ver a Introdução a Romanos).

ESBOçO:

 Prólogo (1.1-9)
1. O Evangelho anunciado pelo apóstolo (1.10—2.21)
a. Recebido mediante revelação direta de Jesus Cristo (1.10-24)
b. Reconhecido pelos líderes da igreja de Jerusalém (2.1-14)
c. Centraliza-se na justificação pela fé em Cristo (2.15-21)
2. O Evangelho da graça de Deus e a liberdade cristã (3.1—5.12)
a. A suficiência da fé (3.1-14)
b. A relação entre lei e promessa (3.15-29)
c. Demonstração de que a salvação é obra da graça de Deus (4.1-31)
d. Exortação a permanecer firmes na liberdade (5.1-12)
3. O uso da liberdade cristã (5.13—6.10)
a. O correto uso da liberdade cristã (5.13-25)
b. A vida no Espírito (5.26—6.10)
Epílogo (6.11-18)


Quando DEUS trabalha o homem muda 
Prof. Abdias Barreto.

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