terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O PADRÃO DA LEI MORAL

Lição 2-O PADRÃO DA LEI MORAL - 11 de Janeiro de 2015

1º TRIMESTRE DE 2015 - OS DEZ MANDAMENTOS
Valores imutáveis para uma sociedade em constante mudança
Comentarista: Pastor Ezequias Soares

TEXTO ÁUREO - "Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra." (Dt 4.13)


VERDADE PRÁTICA - As chamadas "lei moral", "lei cerimonial" e "lei civil" são, na verdade, três partes de uma mesma lei que o Senhor Jesus já cumpriu na sua totalidade.

LEITURA DIÁRIA
Segunda - Êx 34.28 - Os Dez Mandamentos são chamados de "tábuas do concerto"
Terça - Ne 8.1,2,8,18 - A lei de Moisés e a lei do Senhor não são duas leis distintas 
Quarta - Lc 2.22,23 - Deus já havia feito um concerto com Abraão
Quinta - Mc 12.28-32 - Os dois maiores mandamentos não fazem parte da alegada lei moral
Sexta - Mt 5.17,18 - O Senhor Jesus cumpriu toda a lei e a sua Palavra permanece para sempre
Não há diferença entre a lei de Moisés e a lei do Senhor
Sábado - Jo 1.17 A lei e a graça são os dois lados opostos de uma mesma moeda

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio 9.9-11; 10.1-5

OBJETIVO GERAL
Apresentar a transitoriedade da Lei para a dispensação da Graça.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se aos que o professor deve atingir em cada tópico. 
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos sub tópicos.
Mostrar o formato da Lei no Pentateuco.
Explicar a "morfologia" dos Dez Mandamentos.
Especificar a unicidade da Lei de Deus.
Comparar a Lei com a Graça.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, como os alunos receberam a primeira aula? E a reação deles com o novo projeto gráfico e pedagógico das nossas revistas? Esperamos que essa experiência abençoe a sua vida e a dos seus alunos. Deus o chamou para esta nobre obra!
O tema desta semana ainda faz parte da introdução aos Dez Mandamentos. Por isso, é importante deixar claro para a classe a transitoriedade da lei do Antigo Testamento para a Nova Aliança. O Senhor Jesus é a plena manifestação do Pai. Logo, se a Lei cumpriu todo o propósito nEle, em Cristo, estamos debaixo da lei do Amor, do tempo da Graça de Deus. 

COMENTÁRIOS

INTRODUÇÃO
Desde o princípio do mundo todos sabem que é imoral matar, adulterar, furtar, dizer falso testemunho, desonrar pai e mãe, pois Deus colocou a sua lei no coração e na mente de todos os seres humanos desde o início (Rm 1.19,20). Eram princípios éticos, e não um código de lei. As dez proposições agora foram colocadas em forma de lei, como código, e entregues a Israel por intermédio de Moisés

I. AS TÁBUAS DA LEI
1. Formato. Era um jogo de duas tábuas com quatro faces. Não é possível saber qual era seu tamanho. A arca do concerto media um metro e dez centímetros de comprimento por 66 cm de largura e 66 cm de altura (Êx 25.10, NTLH). Cada uma dessas tábuas não devia passar de 75 cm x 55 cm x 55 cm, considerando que elas foram colocadas na arca juntamente com a vara de Arão, que floresceu, e um vaso com o maná (Hb 9.4). Contém 172 palavras. Um homem podia transportá-las tranquilamente.
2. A divisão das tábuas. Em nenhum lugar a Bíblia diz quantos e quais eram os mandamentos em cada uma dessas tábuas. Escritores antigos, judeus e cristãos, como o pensador judeu Fílon de Alexandria (30 a.C. - 50 d.C.), o historiador judeu Flávio Josefo (37 - 100) e um dos pais da igreja, Irineu de Lião (125-202), dentre outros, diziam haver cinco mandamentos em cada tábua. Segundo Calvino, eram quatro e seis, e não cinco e cinco. Esta nova interpretação tem encontrado eco nos tempos modernos.
3. A rebelião. Ao fim de quarenta dias, Moisés desce do monte com as tábuas da lei (Dt 9.11). Nessa ocasião Israel havia se corrompido com o bezerro de ouro* (Êx 32.7-9). Ainda muito cedo na história, vemos como a natureza humana é inclinada ao pecado. Onde está o compromisso do povo quando declarou na cerimônia do concerto: "Tudo o que o SENHOR tem falado faremos e obedeceremos" (Êx 24.7)?
4. Deus renova o concerto. A revelação do Sinai prosseguiu após ser interrompida por causa da rebelião do bezerro de ouro. Nessa ocasião, as tábuas do concerto foram quebradas (Êx 32.15-19). Mas Deus perdoou o povo, e o concerto foi renovado (Êx 34.10,27). Deus mandou Moisés lavrar novas tábuas, nas quais escreveu novamente as mesmas palavras (Êx 34.1; Dt 10.1). Parece que isso foi resultado da intercessão de Moisés pelo povo (Êx 32.31-33).
PONTO CENTRAL
Toda a Lei - os preceitos morais, cerimoniais e civis - foi cumprida pelo Senhor Jesus Cristo

CONHEÇA MAIS
*Bezerro de Ouro: A estátua de bronze 
A imagem da estátua ao lado é feita de bronze e trata-se do touro sagrado de Ápis, em Mênfis. R.K. Harrison afirma que a "adoração a estes animais era associada à fertilidade, e foi proeminente nos rituais sectários dos hebreus no período que precedeu o exílio". Para saber mais, leia Tempos do Antigo Testamento, CPAD, pp.129-153. 
SÍNTESE DO TÓPICO I
Os Dez Mandamentos têm caráter categórico e absoluto. Eles não contemplam o relativismo moral.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Esse primeiro tópico demarca o formato da Lei e responde à seguinte pergunta: Como o Decálogo foi elaborado? Por isso, aqui, você deve reforçar o caráter divino da concessão dos "Dez Mandamentos" ao povo de Deus, no Monte Sinai. 

II. OS DEZ MANDAMENTOS
1. Origem do termo. A expressão "dez mandamentos", em hebraico asseret hadevarim, significa literalmente "as dez palavras" e só aparece três vezes na Bíblia (Êx 34.28; Dt 4.13; 10.4). A Septuaginta traduziu por dekalogos, "decálogo", a partir de dois termos gregos: deka, "dez", e logos, "palavra". O sentido de "palavra" nesses idiomas é amplo e indica "discurso, pronunciamento, proposição". O termo hebraico específico para "mandamento" é mitsvah, usado também em referência aos Dez Mandamentos (Êx 24.12). A Septuaginta utiliza o termo entolé, a mesma palavra usada no Novo Testamento (Mt 19.17-19).
2. Classificação. As autoridades religiosas de Israel sempre classificaram os Dez Mandamentos em dois grupos: teológico e ético; vertical e horizontal; relação do ser humano com Deus e com o próximo. Os primeiros mandamentos são teológicos e se resumem no primeiro e grande mandamento (Dt 6.5; Mt 22.37,38; Mc 12.30; Lc 10.27). Os da segunda tábua são éticos, e consistem em amar o próximo como a si mesmo (Lv 19.18; Mt 22.39; Mc 12.31).
3. Forma. A forma dos Dez Mandamentos é geralmente chamada de categórica ou absoluta. É uma das formas de lei que apresenta um estilo sóbrio e de estrutura rítmica, assonante, paralela e poética. Isso facilita a memorização e é apropriado para a leitura litúrgica e em grandes eventos religiosos (Dt 31.11). As proibições são sem concessão; não admitem exceção. Aqui temos oito proibições absolutas com a negação hebraica, lo, "não", forma incondicional, em tempo verbal que nas línguas ocidentais é chamado de "futuro". Os outros dois mandamentos dados a Israel são positivos: guardar o sábado e honrar pai e mãe (Êx 20.8-12; Dt 5.12-16).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A Lei é chamada de "Lei do Senhor" porque veio diretamente de Deus; e de Moisés, porque ela foi mediada pelo legislador de Israel

III. A QUESTÃO DOS PRECEITOS DA LEI
1. Uma só lei. Há uma corrente de interpretação que ensina ser o Decálogo a lei moral, enquanto a parte da legislação mosaica que trata das cerimônias de sacrifícios e festas religiosas, entre outras, é chamada de lei cerimonial. Esse pensamento nos parece inconsistente, pois não é ensino bíblico nem os judeus jamais dividiram sua lei em moral e cerimonial. Ao longo da história, eles observaram o sábado e a circuncisão com o mesmo cuidado. Jesus disse que a circuncisão está acima do sábado (Jo 7.22,23). 
2. A lei do Senhor e a lei de Moisés. O que de fato existem são preceitos morais, cerimoniais e civis, mas a lei é uma só. É chamada de lei do Senhor porque veio de Deus, e de lei de Moisés porque foi ele o mediador entre Deus e Israel (Ne 10.29). Ambos os termos aparecem alternadamente na Bíblia (Ne 8.1,2,8,18; Lc 2.22,23). A cerimônia dos holocaustos, a circuncisão e o preceito sobre o cuidado dos bois são igualmente reconhecidos como lei de Moisés (2 Cr 23.18; 30.16; At 15.5; 1 Co 9.9). 
3. A lei de Deus. A lei de Deus é todo o Pentateuco; trata-se de um livro, e não meramente das palavras escritas em tábuas de pedra (Js 24.26; Ne 8.8,18). Isso precisa ficar muito claro porque certos grupos sectários argumentam: "Você guarda a lei de Deus?". Isso por causa do sábado, e transmite a falsa ideia de que a lei de Deus se restringe aos Dez Mandamentos. Se eles guardam a lei de Deus, precisam observar os seus 613 preceitos; do contrário, estão sob a maldição (Gl 3.10).

SÍNTESE DO TÓPICO III
A Lei é chamada de "Lei do Senhor" porque veio diretamente de Deus; e de Moisés, porque ela foi mediada pelo legislador de Israel.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"O Espírito Santo e a Nova Aliança
"[...] A função formal e teológica do Decálogo fica clara quando a vemos no contexto do ato redentor do êxodo e dos propósitos eletivos de Deus para Israel como povo vassalo, conduzido na comunhão do concerto com Ele, a fim de servir como reino de sacerdotes. A promessa abraâmica assegurou que o patriarca seria abençoado com semente inumerável, que essa semente herdaria uma terra que forneceria uma base geográfica, da qual a nação eleita tornar-se-ia o meio pelo qual Deus abençoaria o mundo. O êxodo livrara essa nação da escravidão para outro senhor, a fim de começar a desempenhar suas responsabilidades sob as orientações do Senhor Jeová. O texto do concerto, e particularmente os Dez Mandamentos, fornece as diretrizes segundo as quais este povo privilegiado tinha de ordenar-se para que realmente fosse uma nação santa capaz de exibir o Reino de Deus e mediar os benefícios e promessas salvíficas para o mundo em geral da humanidade alienada" (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.54-55).
A verdade moral foi restaurada sob a graça, mas adaptada à graça, e não à lei. 

IV. A LEI A GRAÇA
1. A transitoriedade da lei. O Senhor Jesus cumpriu toda a lei, os preceitos morais, cerimoniais e civis (Mt 5.17,18). O apóstolo Paulo é muito claro quando fala que “o ministério da morte, gravado com letras em pedras [...] era transitório” (2 Co 3.7,11). No entanto, a verdade moral contida no sistema mosaico, como disse o teólogo Chafer, “foi restaurada sob a graça, mas adaptada à graça, e não à lei”. Isso diz respeito a sua função e não compromete a sua autoridade como revelação de Deus e parte das Escrituras divinamente inspiradas (2 Tm 3.16,17).
2. A graça. O Senhor Jesus e o apóstolo Paulo citaram Levítico 18.5 como meio hipotético de salvação pela observância da lei (Mt 19.17; Gl 3.11). Mas ninguém jamais conseguiu cumprir toda a lei, exceto Jesus. O mais excelente dos rabis de Israel só conseguiu cumprir 230 pontos dos 613 preceitos da lei. A lei diz “faça e viva”, no entanto, a graça diz “viva e faça”. Por esta razão os cristãos estão debaixo da graça, e não da lei (Rm 6.14; Gl 3.23-25). A lei não tem domínio sobre nós (Rm 7.1-4).
3. Os mandamentos de Cristo. Perguntaram a Jesus o que se deve fazer para executar as obras de Deus. A resposta não foi guardar o sábado, nem a lei e nem os Dez Mandamentos, mas exercer fé em Jesus (Jo 6.28,29). Essa doutrina é ratificada mais adiante (1 Jo 3.23,24). Jesus falou diversas vezes sobre o novo mandamento, a lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito Santo na vida cristã (Jo 13.34; 14.15, 21; 15.10). O Senhor Jesus não incluiu o sistema mosaico na Grande Comissão. Ele disse para “guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.20). O mandamento de Cristo é a fé nEle, é a lei do amor (Rm 13.10; Gl 5.14) e não a letra da lei. Quem ama a Cristo tem a lei do Espírito em seu coração.
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Em Jesus Cristo, toda a lei foi cumprida, isto é, todos os preceitos morais, cerimoniais e civis. Hoje, vivemos sob a Graça de Deus

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O Espírito Santo e a Nova Aliança:
A antiga aliança caracterizava-se pela revelação da vontade de Deus, resumida na lei mosaica, uma revelação que, com frequência, falhavam em observar (Jr 31.32). [...] Paulo considera que a nova aliança, pela qual os profetas do Antigo Testamento aguardavam (por exemplo, Is 59.20,21; Jr 31.31-34; 32.37-40; Ez 16.60-63; 37.21-28), foi iniciada por Cristo e levada adiante pelo Espírito (Rm 8.3,4; 2 Co 3.4-18). Por isso, ele conclui que antiga aliança e as estipulações associadas à lei mosaica foram substituídas pelo ministério de Cristo e do Espírito (Rm 10.4; Gl 3.25).
Todavia, isso não quer dizer que os mandamentos ou estipulações não estão mais associados à nova aliança. Ao contrário, as epístolas de Paulo são cheias de ordens e exortações para as igrejas. A diferença relevante é que no tempo da nova aliança, a capacidade de viver à luz dessa revelação da vontade de Deus se torna possível por meio do ministério do Espírito. 
Isso não quer dizer que a visão de Paulo em relação à fraqueza humana mudou. Com exceção do Espírito, as pessoas ainda são impotentes quando se defrontam com a realização da vontade de Deus. A natureza humana não mudou com o fim de uma era e a chegada de outra. A obra de Cristo e o vasto e amplo envolvimento do Espírito Santo na experiência da salvação são singulares à nova aliança (Rm 8.3,4)” (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.284-85).

O mandamento de Cristo é a fé nEle, é a lei do amor, e não a letra da lei. 
CONCLUSÃO
A tendência humana é se esforçar para merecer a salvação, por isso ainda há aqueles que se ofendem com a mensagem de que a salvação é pela fé em Jesus, sem as obras da lei (Gl 2.16). O que tais pessoas querem é fazer do cristianismo um remendo de pano novo em veste velha (Mt 9.16; Mc 2.21).

PARA REFLETIR
A respeito dos Dez Mandamentos:
É correto afirmar que eles foram abolidos como lei?
O Decálogo é a Lei de Deus, assim como todo o Pentateuco. É chamado de Lei de Deus porque veio do próprio Senhor. Jesus Cristo cumpriu toda a Lei, e hoje ela está gravada, não em pedras, mas no coração daqueles que foram alcançados pela graça de Deus (2 Co 3.7,11).
Devemos guardar os Dez Mandamentos como os judeus guardam?
Os crentes não devem guardar os mandamentos como se houvesse apenas esses. Mas devem guardar no coração o novo mandamento de Cristo: a Lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito Santo na vida cristã (1 Jo 3.23,24). Assim cumpriremos todos os mandamentos.
Se Jesus cumpriu toda a Lei, devemos observar os Dez Mandamentos?
Quando perguntaram a Jesus o que se deveria fazer para executar a obra de Deus, Ele não disse que deveríamos guardar o sábado ou os Dez Mandamentos, mas exercer a fé nEle (Jo 6.28,29). Isto é, observando a lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito. 
O que é preciso fazer para executar as obras de Deus? 
Exercer a fé em Cristo e cumprir a lei do amor (Rm 13.10; Gl 5.14).
A salvação se conquista por méritos humanos? Não. É pela graça de Deus, por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor (Ef 2.8-10).
VOCABULÁRIO
Morfologia: Estudo da forma, da configuração, da aparência externa, neste caso, dos Dez Mandamentos.
Assonante: Que produz assonância, isto é, semelhança de sons em palavras próprias.

CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 61, p.38. 
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.

SUGESTÃO DE LEITURA
Manual de Ensino para o Educador Cristão
Escrito por especialistas em Educação Cristã, este manual é um recurso completo para ser usado em casa, na igreja e nas escolas onde se ministram estudos bíblicos. Uma excelente fonte de inspiração ao professor.
Teologia do Antigo Testamento
A obra fornece-nos uma compreensão clara sobre a natureza do Antigo Testamento, como a revelação de Deus ao seu povo. Uma obra de diversos autores, em que cada um analisa a revelação divina ao longo dos séculos
Teologia do Novo Testamento
Esta obra discorre sobre as interpretações históricas dos textos e também sobre a discussão contemporânea das passagens da Bíblia. Os professores alcançarão a compreensão do conteúdo de passagens problemáticas do NT.

"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém". Judas 1:25

Prof-Abdias Barreto  - 85.8857-5757.

domingo, 14 de dezembro de 2014

O NATAL É BÍBLICO?

"DEVEM OS CRISTÃOS CELEBRAR O NATAL"

O debate sobre se os cristãos devem ou não celebrar o Natal tem sido discutido por séculos. Há cristãos igualmente sinceros e comprometidos em ambos os lados da questão, cada um com várias razões por que o Natal deve (ou não) ser comemorado em lares cristãos. Entretanto, o que diz a Bíblia? A Bíblia dá uma direção clara quanto a se o Natal é um feriado para ser comemorado pelos cristãos?
Primeiro, vamos dar uma olhada em algumas razões por que alguns cristãos não celebram o Natal. Um argumento contra o Natal é que as tradições que cercam o feriado têm origem no paganismo. A busca por informações confiáveis sobre este tema é difícil porque as origens de muitas das nossas tradições são tão obscuras que as fontes muitas vezes se contradizem. Sinos, velas, azevinhos e decorações natalinas são mencionados na história do culto pagão, mas o seu uso no próprio lar certamente não indica um retorno ao paganismo. Embora algumas tradições definitivamente possuam raízes pagãs, existem muitas mais tradições associadas com o verdadeiro significado do Natal -- o nascimento do Salvador do mundo em Belém. Sinos são tocados para espalhar a alegre notícia, velas são acesas para lembrar-nos de que Cristo é a Luz do mundo (João 1:4-9), uma estrela é colocada no topo de uma árvore de Natal para simbolizar a Estrela de Belém e presentes são trocados para nos lembrar dos presentes dos Reis Magos a Jesus, o maior dom de Deus para a humanidade.
Um outro argumento contra o Natal, especialmente em ter uma árvore de Natal, é que a Bíblia proíbe trazer árvores a nossas casas e decorá-las. A passagem frequentemente citada é Jeremias 10:1-16, mas ela se refere a cortar árvores, esculpir a madeira para fazer um ídolo e em seguida decorar o ídolo com prata e ouro com a finalidade de curvar-se perante ele para adorá-lo (ver também Isaías 44:9-18). A passagem em Jeremias não pode ser retirada de seu contexto e usada para fazer um argumento legítimo contra as árvores de Natal.
Os cristãos que optam por ignorar o Natal apontam ao fato de que a Bíblia não nos dá a data do nascimento de Cristo, o que é certamente verdade. 25 de dezembro talvez não seja nem perto do tempo em que Jesus nasceu, e os argumentos de ambos os lados são inúmeros, alguns relacionados com o clima em Israel, com as práticas dos pastores no inverno e com as datas do censo romano. Nenhum desses pontos estão sem certa quantidade de conjectura, o que nos leva de volta ao fato de que a Bíblia não nos diz quando Jesus nasceu. Alguns veem isso como uma prova positiva de que Deus não queria que celebrássemos o nascimento, enquanto outros veem o silêncio da Bíblia sobre a questão como uma aprovação tácita.
Alguns cristãos dizem que já que o mundo comemora o Natal -- embora esteja ficando cada vez mais politicamente correto referir-se a ele como "boas festas" -- os cristãos devem evitá-lo. Entretanto, esse é o mesmo argumento feito por falsas religiões que negam a Cristo completamente, bem como pelas seitas (como as Testemunhas de Jeová) que negam a Sua divindade. Os cristãos que celebram o Natal muitas vezes veem a ocasião como uma oportunidade para proclamar Cristo como "a razão para a temporada" entre as nações e àqueles presos a falsas religiões.
Como vimos, não há nenhuma razão bíblica legítima para não celebrar o Natal. Ao mesmo tempo, também não há mandamento bíblico para celebrá-lo. No final, é claro, celebrar ou não o Natal é uma decisão pessoal. Qualquer que seja a resolução dos cristãos a respeito, os seus pontos de vista não devem ser usados como um bastão com o qual bater ou denegrir pessoas com opiniões contrárias, nem se deve enxergar certa opinião como um símbolo de honra que encoraje o orgulho por celebrar ou não. Como em todas as coisas, buscamos a sabedoria dAquele que a dá liberalmente a todos os que pedem (Tiago 1:5) e aceitamos uns aos outros em graça e amor cristão, independentemente das nossas opiniões sobre o Natal.

De todas as formas quero desejar a você e toda a sua Família um feliz ANO NOVO e que sejam Felizes celebrando ou não o NATAL.

"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém." Jd 1:25
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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO - (Bíblia das Testemunhas de Jeová)

É CONFIÁVEL A BÍBLIA DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ? 
VAMOS ANALISAR ALGUNS TEXTOS... VOCÊ MESMO TIRE SUAS CONCLUSÕES.
TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO, (Bíblia das Testemunhas de Jeová)
Cl 1, 15-17
"15 Ele é a imagem+ do Deus invisível, o primogênito+ de toda a criação; 16 porque mediante ele foram criadas todas as [OUTRAS]* coisas nos céus e na terra, as coisas visíveis e as coisas invisíveis, quer sejam tronos, quer senhorios, quer governos, quer autoridades. Todas as [OUTRAS] coisas foram criadas por intermédio dele e para ele. 17 Também, ele é antes de todas as [OUTRAS] coisas+ e todas as [OUTRAS] coisas vieram a existir por meio dele," Cl 1, 15-17
.A palavra "outro" é inserida 4 vezes. Isto não está no original grego e nem está implícito. Esta é uma seção onde Jesus é descrito como o criador de todas as coisas. Desde que a organização da T.J. acredita que Jesus é um ser criado eles inseriram a palavra "outro" para mostrar que Jesus era ates de tudo "outras" coisas, implicando que Ele também fosse um ser criado.
Existem duas palavras, no Grego, traduzidas como "outro": heteros e allos. O primeiro significa outro de uma coisa diferente, ou seja, de natureza diferente. O segundo significa outra coisa da mesma natureza ou do mesmo tipo. Nenhum dos dois é usado nesta seção da Escritura.
As T.J. mudaram a Bíblia para torná-la adequada à sua teologia aberrante.

"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém." Jd 1:25

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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

CARACTERÍSTICAS DAS SEITAS

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UMA SEITA:








Em relação à Bíblia:
· Têm outras fontes doutrinárias além das Escrituras
· Aceitam apenas algumas partes.

· Usam uma edição "especial" adaptada às suas convicções

· Distorcem as doutrinas fundamentais, desprezando os princípios auxiliares de Hermenêutica.
· Dizem que receberam uma nova revelação de Deus anulando ou mudando mandamentos e/ou preceitos existentes na Palavra de Deus.
Em relação à Jesus Cristo:
· Não aceitam que ele seja o Filho Unigênito de Deus.
· Não aceitam Sua natureza divina-humana.
· Não aceitam Seu nascimento virginal.
· Não é o centro de suas atenções.
· Existe outra possibilidade de salvação além da realizada por Cristo, pois cabe ao homem realiza-la.
· Quase sempre tem um líder, vivo ou morto, que possui autoridade igual ou superior a Cristo.
Além destes aspectos, as seitas negam a realidade ou a individualidade do pecado, sendo também proselitistas.
"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre." (Jd 1:25.)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O QUE AS RELIGIÕES E SEITAS PENSAM SOBRE JESUS CRISTO

VEJAM COMO AS RELIGIÕES VEEM JESUS CRISTO E O QUE PENSAM SOBRE OUTROS ASSUNTOS COMO: DEUS, SALVAÇÃO, RESSURREIÇÃO. E OUTROS.



"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre." (Jd 1:25.)

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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

DEUS ESTA PRESENTE NA SUA VIDA

A PRESENÇA DE DEUS



Agora, pois, se tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que me faças saber o teu caminho, e conhecer-te-ei, para que ache graça aos teus olhos; e considera que esta nação é o teu povo.
Disse pois: Irá a minha presença contigo para te fazer descansar.
Então lhe disse: Se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui.
Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos teus olhos, eu e o teu povo? Acaso não é por andares tu conosco, de modo a sermos separados, eu e o teu povo, de todos os povos que há sobre a face da terra?
Então disse o Senhor a Moisés: Farei também isto, que tens dito; porquanto achaste graça aos meus olhos, e te conheço por nome.
Então ele disse: Rogo-te que me mostres a tua glória.
Porém ele disse: Eu farei passar toda a minha bondade por diante de ti, e proclamarei o nome do Senhor diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer. Êxodo 33:13-19


Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus.
Uns encurvam-se e caem, mas nós nos levantamos e estamos de pé. Salmos 20:7-8

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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

EVANGELIZANDO COM AS MÃOS

ANUNCIANDO O EVANGELHO.

          Biblicamente, evangelismo é simplesmente anunciar o evangelho, articular claramente o evangelho de Jesus Cristo e a reivindicação que o evangelho coloca sobre as pessoas para se arrepender e crer em Jesus Como único meio de Salvação.
          Evangelismo não é fazer prosélitos; não é persuadir as pessoas a tomar uma decisão; não é provar que Deus existe, ou fazer um bom caso para a verdade do Cristianismo; não é convidar alguém a uma reunião; não é expor o dilema contemporâneo, ou suscitar interesse no Cristianismo; não é vestir uma camisa dizendo “Jesus Salva!”. Algumas dessas coisas são corretas e boas em seu devido lugar, mas nenhuma delas deveria ser confundida com evangelismo.
          “Evangelizar é declarar com a autoridade de Deus o que Ele fez para salvar pecadores, advertir os homens da sua condição perdida, ordenar que eles se arrependam e creiam no Senhor Jesus Cristo, e isso de modo claro e compreensível.”
Apresentamos cinco pontos básicos para uma evangelização simples e eficiente.



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quarta-feira, 30 de julho de 2014

A FALSA ATRAÇÃO DO ESPIRITISMO

PORQUE O ESPIRITISMO ATRAI TANTA GENTE?









A doutrina espírita chegou ao Brasil em meados do século 19, nos Estados do Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Bahia. Interpretada pelo francês Hipolite Leon Denizard Rivail, sob o pseudônimo Allan Kardec, ganhou impulso com a formação de grupos de estudos que, aos poucos, difundiram no país a corrente espírita conhecida como kardecismo. Como na época os textos espíritas ainda não estavam traduzidos para o português, os praticantes da nova religião restringiam-se a classes sociais mais instruídas. Em 1884, é fundada a FEB — Federação Espírita Brasileira.

Allan Kardec uniu o cristianismo à necromancia e a alguns conceitos hindus, sem levar em conta que “água e óleo” não se misturam. Seu espiritismo não é um espiritismo verdadeiro e seu cristianismo é igualmente inventivo. Seus seguidores se julgam cristãos, mas, a rigor, veremos que isto não pode ser tomado por verdade.
De acordo com os dados preliminares do Censo de 2000, o espiritismo possui 2,3 milhões de adeptos no país, o que corresponde a 1,4% da população. Segundo a Federação Espírita Brasileira, o número chega a 20 milhões, se forem incluídas as pessoas que vão aos centros espíritas, mas declaram ser de outras confissões religiosas. Essa é realidade que deve ser considerada, uma vez que, de fato, o sincretismo que envolve o kardecismo realmente proporciona ao “fiel” de outras religiões encontrarem guarida em suas sessões.
Devido à proeminência incontestável do espiritismo em solo brasileiro, propomos aos leitores de Defesa da Fé a apresentação de nove apelos que parecem justificar a imensa força de atração que o espiritismo exerce em nosso meio. Acreditamos que, conhecendo um pouco cada uma dessas razões, nos será possível delinear estratégias de evangelismo mais eficazes. Vejamos:
Apelo científico
No livro O evangelho segundo o espiritismo, Hipolite escreveu: “O espiritismo é a junção perfeita da ciência com a religião”. Devemos lembrar que sua época abraçou o apogeu das descobertas científicas. Qualquer ensino que não passasse pelo crivo de qualidade dos padrões científicos seria ridicularizado. Aliás, a religião, de uma forma geral, estava sendo ridicularizada por não atender estes padrões. Segundo o conceito geral de Chapman Cohen, os “deuses são coisas frágeis; eles podem ser mortos com uma baforada de ciência ou uma dose de senso comum”.
Por isso, inicialmente, o espiritismo sempre insistiu em afirmar seu caráter científico: “O espiritismo é, antes de tudo, uma ciência e não cuida de questões dogmáticas. Melhor observado, depois que se generalizou, o espiritismo vem derramar luz sobre um grande número de questões, até hoje insolúveis ou mal compreendidas. Seu verdadeiro caráter é, portanto, de uma ciência e não de uma religião”.1
Entretanto, pode-se conferir ao espiritismo a mesma segurança dos conhecimentos científicos? Sua alegação foi aceita por todos? Na Inglaterra, foi criada a Sociedade de Pesquisas Psíquicas, que visava aplicar ao espiritismo os mesmos critérios usados para a investigação científica. Em sua História do espirtismo, Artur Conan Doyle, célebre criador de Sherlock Holmes, faz diversas referências ao fracasso das pesquisas espíritas para enquadrá-lo dentro dos padrões da ciência:
“Onde a sociedade foi menos feliz foi no que se refere aos chamados fenômenos físicos do espiritismo. Mr. E.T. Benett, que durante vinte anos foi secretário assistente da Sociedade, assim se exprime a respeito: ‘É um fato notável, e nós nos inclinamos a dizer que é uma das coisas mais notáveis na história da Sociedade, que esse ramo de investigações tivesse sido — e não há nisso exagero — absolutamente falho de resultados. Também deve ser dito que o resultado foi mais falho quanto maior a simplicidade do fenômeno [...] Em toda a série de volumes publicados pela Sociedade, nenhuma luz foi derramada sobre os simples fenômenos de ver e ouvir. Em relação aos fenômenos físicos mais elevados, que implicam inteligência para a sua produção, tais como a escrita direta ou a fotografia de espíritos, algumas investigações foram feitas, mas em grande parte com resultados quase que inteiramente negativos’”.2
Com o passar do tempo, o espiritismo abandonou a defensiva e assumiu a posição de religião, aliás, como a única religião verdadeiramente cristã, sem abdicar totalmente de seu caráter científico. Mas suas alegações iniciais serviram para atrair todos aqueles que o praticavam por julgarem estar à altura das mentes mais esclarecidas. Esse aspecto kardecista nos faz lembrar da advertência do apóstolo Paulo a Timóteo: “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé. A graça seja contigo. Amém” (1Tm 6.20,21).
Apelo cristológico
O destaque conferido à figura (pessoa) de Jesus Cristo foi outro fator que contribuiu para o avanço do espiritismo ensinado por Kardec. O Ocidente, de modo geral, e o Brasil, de modo específico, se intitulam cristãos. Independente do conhecimento que estes tenham do evangelho, a figura de Jesus é dominante na cultura. Em seu livro, O evangelho segundo o espiritismo, Kardec tenta sintetizar dois segmentos religiosos definitivamente antagônicos. Até então, não existia o chamado “espiritismo cristão”. Mas, ao fazer de Jesus um médium, o grande decodificador do espiritismo fez que muitas pessoas se aproximassem de práticas até então condenadas e, ao mesmo tempo, se sentissem cristãs.
Todavia, o uso de certo termo não significa que o mesmo esteja se referindo a coisas semelhantes. Temos de nos preocupar com a essência por trás das palavras. Quando o kardecismo fala em Jesus, de qual Jesus está falando? O mesmo Jesus dos evangelhos? O mesmo Jesus conhecido dos apóstolos? Paulo escreveu aos coríntios: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis” (2Co 12.3,4). Precisamos saber se o espiritismo possui o Jesus bíblico ou “outro Jesus”.
No evangelho de João, lemos sobre a natureza de Cristo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus [...] E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.1,14).
Jesus era o Deus Filho, que assumiu a natureza humana. A Bíblia diz o seguinte: “Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9).
Sobre João 1.1, escreveu Kardec: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus [...] Primeiramente, é preciso notar que as palavras citadas são de João e não de Jesus. Admitindo-se que não tenham sido alteradas, não exprimem, na realidade, senão uma opinião pessoal, uma indução que deixa transparecer o misticismo habitual, contrário às reiteradas afirmações do próprio Jesus”.3
Léon Denis4, o consolidador do kardecismo, negou a obra redentora de Jesus na cruz. Embora a Bíblia diga que Ele é o Cordeiro de Deus (Jo 1.29), que tira o pecado do mundo, Léon negou isto veementemente: “Não, a missão de Cristo não era resgatar com o seu sangue os crimes da humanidade. O sangue, mesmo de um Deus, não seria capaz de resgatar ninguém. Cada qual deve resgatar-se a si mesmo”.5
Como sabemos, Jesus disse que veio para servir e dar a sua própria vida em resgate de muitos (Mt 20.28). Isso mostra que o Jesus do espiritismo não é o mesmo do cristianismo.
Apelo escriturístico
A Bíblia é o livro por excelência. Tornou-se um referencial tão sólido no Ocidente que quando um livro é o mais importante de determinado ramo de conhecimento diz-se comparativamente que ele é a Bíblia de tal assunto: “a bíblia do pescador”; “a bíblia do advogado”, etc. Há quase uma aceitação automática da Bíblia como Palavra de Deus. É parte integrante de nossa cultura, independente da religião professada ou praticada.
Por esse motivo, o espiritismo de Kardec fez amplo uso das Escrituras Sagradas, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, para provar seus ensinos. O livro O evangelho segundo o espiritismo talvez seja o exemplo mais evidente de amplas citações das Escrituras. Diversas passagens são analisadas à luz da doutrina espírita. Embora não ocorram, em nenhum lugar da Bíblia, as palavras reencarnação e carma, Kardec faz a Bíblia dizer o que ela não diz, e, com isso, distorce muitas passagens da Palavra de Deus para que se encaixem em sua opinião.
Como é comum nas seitas, as passagens são citadas isoladamente, fora de contexto, e estritamente selecionadas. Ou seja, a Bíblia não é usada como um todo, mas apenas as passagens consideradas favoráveis aos pontos de vista espíritas. É bom enfatizar que nem todos os ramos do espiritismo procedem dessa forma.6 Esta é uma característica principalmente do kardecismo.
O problema é que a necromancia foi continuamente condenada na Bíblia. As práticas espíritas, como passes, diálogos com mortos, mediunidade, ectoplasmas, movimentação de objetos, entre outras, têm mais a ver com os fenômenos demoníacos apresentados nas páginas do Novo Testamento. A reencarnação foi rejeitada em Hebreus 9.27 e a multiplicidade de vidas
em corpos diferentes está longe de ser uma idéia cristã. Kardec só consegue usá-la distorcendo seu sentido.
Geralmente, os estudiosos kardecistas arriscam um confronto bíblico com as doutrinas espíritas até que possam harmonizar as coisas, porém, quando encurralados, negam completamente seu reconhecimento da Bíblia como autoridade de fé e prática. Léon Denis, filósofo do espiritismo, expressou sua opinião sobre a Bíblia da seguinte forma: “… Não poderia a Bíblia ser considerada a Palavra de Deus, nem uma revelação sobrenatural”.7
Carlos Imbassahy, outro estudioso do espiritismo, vai ainda mais longe ao considerar a relação entre as Escrituras e o espiritismo: “… Nem a Bíblia prova coisa nenhuma, nem temos a Bíblia como probante. O espiritismo não é um ramo do cristianismo como as demais seitas cristãs. Não assenta seus princípios nas Escrituras [...], a nossa base é o ensino dos espíritos, daí o nome espiritismo”.8
É fácil perceber que o kardecismo só usa a Bíblia como isca. O primeiro livro de Kardec, publicado em 1857, com o título Livro dos espíritos, mostra a verdadeira fonte do espiritismo — os seres desencarnados com os quais Hipolite Leon entrou em contato. Para uma religião que se intitula o verdadeiro cristianismo, o kardecismo possui bases muito estranhas. Já Isaías proclamava, cerca de setecentos anos antes de Cristo: “Quando, pois, vos disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles” (Is 8.19,20).
Apelo cosmológico
Cosmologia é a maneira como alguém compreende o mundo ao seu redor. É como consegue encaixar o Universo em um todo coerente. Durante a história do homem sobre a Terra, cada povo teve sua cosmologia particular, que foi mudando ao longo do tempo. A doutrina da reencarnação levantava de imediato duas perguntas de ordem prática:
1) Se as almas estavam reencarnando, por que a população aumentava? De onde vinham as almas excedentes?
2) Se a reencarnação era um processo que aperfeiçoava os homens, por que a humanidade e o sofrimento pareciam crescer ao invés de diminuir?
Para tentar explicar relevantes perguntas, kardec formulou sua própria cosmologia. Segundo sua explicação, esta Terra é apenas um entre muitos planetas habitados. As almas excedentes teriam vindo de outros planetas, justificando, assim, o aumento populacional da Terra. Do mesmo modo, o sofrimento e a maldade não diminuem porque o nosso planeta é um lugar de “purgação”, onde as almas viriam para expiar seu carma por meio do sofrimento. E, tentando defender biblicamente sua posição, cita João 14.2, onde Jesus diz que na “casa de seu Pai há muitas moradas”.
Logo, a cosmologia de Kardec, apesar de satisfazer alguns, não é sólida. Baseia-se na existência de vida em outros planetas, coisa para a qual não existem quaisquer comprovações. Faz de uma interrogação uma afirmação, de uma suposta probabilidade, um fato. Isso, no entanto, de modo algum serve de alicerce concreto para uma crença. Antes, é uma saída de emergência.
Do mesmo modo, João 14.2 não diz nada sobre vida em outros planetas. Identificar a casa do Pai com o Universo e as moradas com planetas está além de qualquer regra de hermenêutica. Este não é um planeta criado para purgações. Quando Deus o completou, viu que era “muito bom” (Gn 1.31). Se hoje possui dores e sofrimento é devido ao resultado do pecado e não a um planejamento de Deus (Gn 3.17-19). Deus deu esta terra aos filhos dos homens para que habitassem nela (Sl 115.16) e não outro planeta.
Apelo racional
Com isso, queremos dizer que o kardecismo fornece uma explicação intelectual para certos fatos da vida e que tal explicação consegue, de alguma forma, tornar aceitáveis as situações difíceis. Ao expressarmos essa teoria, de forma alguma, estamos dizendo que essas explicações são verdadeiras, mas simplesmente que foram largamente aceitas, devido à sua mera aparência de verdade.
Dizer que uma criança nasceu deficiente por motivos existentes em uma vida anterior, embora seja uma mentira impossível de provar, para alguns, porém, parece ser uma explicação razoável. O argumento que diz que os fatos presentes são conseqüência de atos injustos, cometidos em outra vida, parece plausível para alguns, e também o argumento que explicava as exorbitantes diferenças das condições de vida das pessoas.
Por que alguns são muito felizes e outros, muito tristes?
Por que uns são muito ricos e outros, muito pobres?
Por que tanta discrepância se todos são seres humanos?
A resposta só podia estar escondida em uma existência antecedente a esta.
Mas o que precisa ser colocado é que, apesar de existir certo traço de racionalidade nessa colocação, ela é, até certo ponto, perversa. Por exemplo, uma pessoa que sofre muito nesta vida, sente-se, devido a essa teoria, automaticamente culpada por seus próprios sofrimentos. Torna-se culpada sem saber qual é a sua culpa. Todavia, deve aceitar passivamente que tal culpa está relacionada a uma vida anterior da qual não tem a menor lembrança. Imaginem um prisioneiro na cadeia, sendo torturado, sem que ninguém lhe diga qual é o seu crime, mas que tem de acreditar que, se está sendo punido, é porque deve haver alguma razão para isso.
O culpado também precisa ser lembrado que sua raiz histórica (ou seja, reencarnação e carma), que tenha, digamos, começado na Índia, serve para justificar uma situação social de extrema injustiça (Não podemos nos esquecer, porém, que a distribuição de renda na Índia sempre foi escandalosa). Assim, os brâmanes9 estavam no topo, devido a merecimentos anteriores, e os hariyan,10 pelo mesmo motivo: merecimentos passados, eram rejeitados. Justificar esta sólida estratificação social só poderia ser possível apelando-se para motivos divinos e, por conta disso, a reencarnação e o carma também pareciam totalmente lógicos. Estamos vendo aqui uma forma de determinismo (fatalismo) religioso, por meio do qual o mal dever ser aceito, passivamente, como uma manifestação da justiça.
Apelo emocional
Quem não sente saudades de seus entes queridos?
Quem não tem vontade de saber como eles estão?
Quantos não dariam tudo para ouvir sua voz ou conversar com eles?
Pois bem, o espiritismo, principalmente o kardecismo, afirma que pode tornar isto possível. Por conta disso, muitos adeptos dessa religião recorrem a ela em busca de um contato com um parente falecido, especialmente se a morte foi recente. O ser humano, infelizmente, é propenso a acreditar em qualquer coisa, desde que aquilo em que acredita sirva para consolá-lo. E é justamente esse tipo de crença que rende muitos adeptos ao kardecismo.
Inclusive, a imprensa, em certas ocasiões, tem divulgado que alguns famosos, depois de mortos, tentaram fazer “contato” com seus familiares. Foi justamente o que, segundo a imprensa, ocorreu com Ayrton Senna, e tantos outros. Quando Chico Xavier morreu, houve um tremendo “espanto” pelo fato de ele não ter, de imediato, se manifestado em/a nenhum médium. Tais circunstâncias são elementos que sustentam e garantem o sensacionalismo em massa e, alimentados pela mídia, tornam-se instrumentos de divulgação do espiritismo. Se isso não levar uma pessoa (ou várias pessoas) a se tornar praticante, ao menos faz que o contato com os mortos pareça algo normal e verdadeiro, sem nenhum questionamento. Parece ser o fim do mistério da existência pós-morte.
Mas as coisas não são simples assim. Quando o kardecismo toma as Escrituras para justificar suas práticas e crenças, automaticamente se autocondena, porque a Bíblia se opõe a este tipo de ensino (contato entre vivos e mortos). O próprio Jesus, em sua narração sobre a parábola do rico e Lázaro (Lc 16.19-31), demonstrou que isto estava fora do procedimento divino. Vejamos o que diz o texto em referência:
“E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite”.
Trocar a revelação de Deus nas Escrituras por uma orientação vinda do mundo dos mortos não é, de modo algum, o plano de Deus, e os que agem dessa forma não estão dentro do propósito divino. Como podemos ver, o desejo do homem rico era que seus irmãos soubessem que ele estava em um lugar de tormento. Mas, ao contrário disso, os espíritos que se manifestam no kardecismo sempre alegam estar em um lugar de luz, beleza e descanso. Por isso sua mensagem é facilmente aceita, por ser aprazível aos ouvidos. Se tais espíritos, porém, advertissem duramente todos aqueles que praticam o pecado e não se voltam para Deus, com certeza esses supostos contatos seriam rejeitados. Pois bem, o que podemos constatar é que tudo isso não passa de um tremendo engodo. Deus, todavia, não deixou aos mortos, mas aos vivos, a tarefa de proclamar a sua vontade, expressamente contida em sua Palavra.
Além disso, em nenhum lugar da Bíblia se menciona a existência de um canal aberto entre o mundo dos mortos e dos vivos. Não existe nenhuma possibilidade de comunicação entre eles (vivos e mortos). Suas existências são distintas. Não é obra de Deus a presença de almas perambulando por aí sem destino e propósito. O Senhor Deus é sábio. Foi Ele quem criou o Universo e todas as coisas existentes. É o que nos diz o texto bíblico, em Eclesiastes 9.5,6: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol”.
Para concluirmos esta questão, podemos afirmar biblicamente que o contato com os mortos sempre foi (e ainda é) algo proibido por Deus. Embora seja uma prática milenar, de modo algum foi autorizada pelo Senhor. Muito pelo contrário, trata-se de uma abominação aos olhos de Deus: “Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti” (Dt 18.9-12).
Como podemos ver pelo texto bíblico em referência, Deus não está apenas proibindo o contato com os mortos, mas também condenando a adoração a outros deuses, não porque tais deuses existam, mas porque adorá-los é o mesmo que adorar os demônios (1Co 10.20,21). Deduzindo, então: quem busca comunicar-se com os mortos, na verdade, está-se envolvendo com espíritos enganadores.
Sendo assim, a necromancia não passa de um engano, uma impossibilidade e uma abominação. Bíblia e kardecismo não se combinam. Podemos respeitar os sentimentos das pessoas que se dirigem aos médiuns buscando um contato com seus saudosos parentes, mas não podemos concordar que se busque solução em algo tão pernicioso quanto essa prática.
Apelo romântico
Aproveitando-se do sentimentalismo humano, o kardecismo romantizou sua doutrina, e fez isso por meio das obras do famoso médium Francisco Cândido Xavier, que escreveu 412 livros, nos quais os ensinos sistematizados por Kardec são apresentados em bela prosa poética. A própria figura do autor é bastante carismática e sua história de vida apresenta diversos pontos que despertam admiração e reverência nas pessoas.

Beleza e verdade não são palavras sinônimas, e mentira e fealdade (qualidade de feio) não são antônimas. Por exemplo: algo pode ser mentiroso e belo ao mesmo tempo. O engano pode estar vestido com uma bela roupagem. De Satanás, é dito que era “perfeito em formosura” (Ez 28.12). Do Messias foi profetizado que “olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos (Is 53.2).
Não desejamos agredir nenhuma pessoa, e muito menos a sua obra. Mas a verdade espiritual é algo de extrema seriedade. A beleza não tem poder para transformar a mentira em verdade. Por outro lado, o que ela pode fazer é esconder a mentira; ou seja, ocultar os mais terríveis venenos nos pratos mais saborosos. O apóstolo Paulo nos deu uma clara idéia do que isso representa: “E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (2Co 11.14,15).
Apelo filantrópico
Concordamos com Tácito Gama Leite Filho, que afirmou: “A razão do crescimento do kardecismo no Brasil, após 1950, foi sua ênfase na caridade”. Seu apelo filantrópico é muito forte. Em um país marcado pela desigualdade social, tudo aquilo que é feito em prol do próximo é visto com bons olhos. Em termos de marketing, podemos dizer que a obra social é um dos fatores mais importantes para se criar uma boa “imagem pública”. Associar esta filantropia com o “amor ao próximo” dos evangelhos foi a melhor maneira de identificar espiritismo com cristianismo, como se este último se resumisse em ajudar os carentes. Até hoje, esse apelo permanece em nosso país como um dos mais fortes.
Além de uma imagem pública positiva, o ato da caridade cria nas pessoas um agudo senso de justiça própria. A pessoa acaba se julgando melhor que os outros; ou seja, melhor que aqueles que, aos seus olhos, não são tão caridosos, e, por conta disso, considera-se digna das recompensas divinas. Tal procedimento faz que essas pessoas “extremamente caridosas” endureçam o coração para receber o evangelho, porque não conseguem ver a salvação sob o prisma da graça, mas somente das obras. “Faço muita caridade, logo, sou melhor que os outros”. Mesmo que Kardec fale contra a caridade orgulhosa, é difícil não se ufanar dela quando isso constitui a base da salvação.
Assim como as demais religiões, o kardecismo também se vangloria de uma auto-salvação, o que, obviamente, está em desacordo com o evangelho. O apóstolo Paulo enfatizou que a salvação não depende, de forma alguma, de obras humanas, antes, é uma graça de Deus, não está relacionada às ações do homem (Rm 3.21-27; Gl 2.16; Ef 2.8,9; Tt 3.5). As boas obras são uma consequência da salvação e não o contrário. A única diferença do kardecismo, em relação às outras religiões, é que ele contextualizou a auto-salvação ao lançar mão do conceito de amor ao próximo do cristianismo.
É importante frisar o seguinte: identificar o amor cristão apenas com as obras sociais em favor dos menos favorecidos não é bíblico. O texto de 1Coríntios 13.3 ensina que alguém pode distribuir toda a sua fortuna aos pobres e, mesmo assim, não ter amor. Embora uma idéia possa de fato remeter a outra, isso não quer dizer que sejam idênticas.
Não poderíamos deixar de fazer uma apologia em favor das igrejas evangélicas concernente às obras de amor, pois frequentemente ouvimos acusações contra os evangélicos de que não demonstram amor ao próximo. Então, vejamos três coisas:
Primeira: o amor ao próximo não se resume em ação social. Existem diversas formas de praticar o amor cristão que não englobam necessariamente as obras sociais. E temos certeza que o ambiente cristão é geralmente cheio de amor.
Segunda (e aqui falaremos sobre a questão da ênfase): O Novo Testamento não enfatiza as obras sociais, pois são apenas um dos elementos do evangelho e não o seu centro, como querem os kardecistas. Se cremos realmente que a Bíblia é o padrão de Deus, entendemos também que o viver cristão inclui muito mais que obras. Prestar ajuda material é apenas um dos elementos cristãos, não o principal. Obras sociais não se constituem ponte de salvação nem para quem faz nem para quem recebe.
Terceira: a igreja evangélica, se olhada como um todo, é insuperável como instrumento de obras sociais no mundo. Muitas denominações evangélicas já foram apontadas como as maiores praticantes de obras filantrópicas do mundo. Organizações cristãs foram criadas somente para prestar serviços humanitários, e isso em todo o mundo. A igreja evangélica, seja local ou global, é um grande veículo de amor ao próximo. Mas por que suas obras não aparecem? Porque as obras não são a nossa ênfase. Porque não precisamos mostrar o que estamos fazendo. Porque estamos em obediência ao mandamento de Jesus, que diz que a nossa mão direita não deve saber o que faz a nossa mão esquerda (Mt 6.3).
Apelo de cura
O último elemento que atrai inúmeros adeptos ao kardecismo é a realização de “curas espirituais”; ou seja, de supostos milagres. As pessoas geralmente correm atrás desse tipo de coisa, que, para elas, é um sinal de aprovação divina. Em uma dedução simples: “Se é milagroso, então é de Deus”.
Mas isto não é verdade. Deus realmente realiza obras sobrenaturais, mas nem tudo que é sobrenatural vem de Deus. As Escrituras nos fornecem provas abundantes a esse respeito.
No livro de Êxodo, por exemplo, temos o confronto de Moisés com os magos do Egito. Pelo menos três milagres realizados por Moisés, sob o poder de Deus, foram imitados pelos magos: a vara que se transformou em cobra (Êx 7.10-12), a água do rio que virou sangue (Êx 7.20-22) e a praga das rãs (Êx 8.6,7).
Em Deuteronômio 13.1-6, temos uma amostra de que a fonte de manifestações psíquicas pode ser de origem maligna. Uma pessoa pode fazer uma premonição, seja em forma de profecia ou de sonho, e isso não proceder do Senhor. A fonte, neste caso, seria maligna, e aquele que faz o “sinal” não foi inspirado por Deus.
O Novo Testamento é ainda mais explícito quanto à questão de milagres e maravilhas satânicos. Jesus disse que surgiriam muitos falsos profetas que fariam tantos sinais e maravilhas e que, se possível fosse, enganariam até os escolhidos (Mc 13.22).
O apóstolo Paulo fala da “eficácia de Satanás com todo poder, e sinais, e prodígios de mentira” (2Ts 2.9) e o livro de Apocalipse 16.14, de “espíritos de demônios, que operam sinais”. Como podemos ver, os poderes psíquicos não precisam derivar necessariamente do homem, mas de uma fonte maligna externa. Logo, não existe nada de óbvio em presumir que os milagres realizados pelos espíritos no kardecismo não sejam divinos. Não há como compará-los aos milagres bíblicos, uma vez que estes eram realizados diretamente por Deus ou por instrumentalidade de um de seus servos, mas nunca por qualquer espírito.
Assim, concluímos que nem todo poder que age no Universo é benéfico e divino. Satanás e seus demônios também realizam “milagres”, desde que isso lhes traga alguma vantagem.
O apelo que devemos ouvir
Agora, depois de apresentarmos os nove apelos do kardecismo, apresentamos o apelo mais acertado, o das Escrituras, que convida as pessoas a deixarem todas essas práticas e se voltarem para o Deus verdadeiro. Nenhuma maquiagem pode transformar algo abominável em algo aceitável, de forma alguma pode transformar algo condenado por Deus em veículo de salvação. Sem a aprovação do prumo das Escrituras, toda obra deve ser rejeitada pelo homem, porque com certeza será rejeitada por Deus.
O evangelho segundo o espiritismo é totalmente reprovado pela Bíblia. O espiritismo segundo o evangelho é uma cilada simpática promovida pelo inimigo de nossas almas. Por todos os apelos que demonstramos aqui, percebemos que não é tarefa fácil lidar com as convicções desse grupo religioso, porém, cabe a nós procurarmos meios, com a ajuda do Espírito Santo, de compartilhar a salvação com os espíritas e suplicar por eles diante de Deus, para que se arrependam e conheçam a verdade (2Tm 2.25).
Bibliografia:
O evangelho segundo o espiritismo, Alan Kardec, Federação Espírita Brasileira.
Porque Deus condena o espiritismo, Jefferson Magno Costa, CPAD.
Religiões e seitas, Tácito Gama Leite Filho, CETEO.
História do espiritismo, Arthur Conan Doyle, Editora Pensamento.
Almanaque Abril 2003, Editora Abril.
Notas:
1 O que é o espiritismo, Opus Editora Ltda, 2ª ed., 1985, 1985, p. 294.
2 História do espiritismo, Arthur Conan Doyle, Editora Pensamento, p. 316.
3 Obras póstumas, obras completas, Opus Editora, 2ª ed., 1985, p.1182.
4 Não confundir com Allan Kardec. Léon Denis nasceu em 1º de janeiro de 1846, em Foug, na Lorena francesa, e morreu em Tours, em 12 de abril de 1927, com 81 anos incompletos. Seus pais foram Anne-lucie e o pedreiro e ferroviário Joseph Denis. Foi consolidador do espiritismo e não apenas o substituto e continuador de Allan Kardec, como geralmente se pensa. Tinha uma missão quase tão grandiosa quanto a do Codificador. Cabia-lhe desenvolver os estudos doutrinários, continuar as pesquisas mediúnicas, impulsionar o movimento espírita na França e no mundo, aprofundar o aspecto moral da doutrina e, sobretudo, consolidá-la nas primeiras décadas do século.
5 Cristianismo e espiritismo, Léon Denis, Federação Espírita Brasileira, 7ª ed., 1978, p. 86.
6 Duas importantes escolas espíritas que não sustentam suas crenças na Bíblia: Escola científica: Também chamados de Laicos. No século XIX, foram liderados pelo professor Angeli Torteroli. Formavam uma frente de oposição aos chamados Místicos. Entre outras coisas, procuravam desassociar o espiritismo do cristianismo. Escola paganizante: Sob a liderança de Carlos Imbassahy, rejeitam a expressão “espiritismo cristão” e negam qualquer fundamentação bíblica do espiritismo. É de Imbassahy a seguinte afirmação: “Nem a Bíblia prova coisa nenhuma nem temos a Bíblia como probante [...] O espiritismo não é um ramo do cristianismo como as demais seitas cristãs. Mas a nossa base é o ensino dos espíritos, daí o nome espiritismo”.
7 Cristianismo e espiritismo, Léon Denis, Federação Espírita Brasileira, 7ª ed., 1978, p. 267.
8 À margem do espiritismo, Carlos Imbassahy, Federação Espírita Brasileira, p. 219.
9 Trata-se do posto sacerdotal mais alto dentro do sistema de castas hindu.
10 Trata-se da casta hindu dos marginalizados, ou “intocáveis”.
Fonte: ICP.



"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre." (Jd 1:25.)



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