Interpretação Bíblica de Atos 3
Atos 3
II. A Igreja em Jerusalém. 3:1 - 5:42.
A igreja primitiva no começo não demonstrou
inclinação para encetar uma missão de evangelização mundial. Os primeiros
cristãos foram judeus morando em Jerusalém como judeus que encontraram em Jesus
o cumprimento das profecias do V.T. Lucas seleciona diversos episódios
ilustrando esses primeiros anos.
Atos 3
A. Um Milagre e um Sermão Típicos. 3:1-26.
A cura do coxo foi um dos muitos milagres, mas foi
de singular importância porque forneceu ocasião para um sermão típico que
ilustra o conteúdo da pregação apostólica aos judeus. Isto, por outro lado,
levou à primeira oposição da parte dos líderes judeus.
1. Pedro e João, o irmão de Tiago, são frequentemente mencionados como dois apóstolos
líderes da igreja primitiva, Os discípulos continuaram a participar da adoração
a Deus com os judeus no templo. A hora nona, ou às 15
horas, era hora de oração a que acompanhava o sacrifício da tarde.
2. Os apóstolos atravessaram o Pátio dos Gentios em
direção à porta chamada Formosa que dava para o Pátio das
Mulheres, onde encontraram um homem coxo que ali era deixado dia após dia para
mendigar.
6-8. Pedro não tinha dinheiro para lhe oferecer, mas deu-lhe algo muito
melhor – força para suas pernas e pés aleijados. A cura foi instantânea; e o
homem curado acompanhou os apóstolos quando entraram no Templo, pulando de
alegria pela sua saúde recuperada, e gritando louvores a Deus.
9, 10. Seus gritos chamaram a atenção de uma multidão que ficou admirada ao ver
o homem que diariamente estivera junto à porta Formosa pulando agora de alegria.
11. Pedro aproveitou-se desse milagre para tomar a dar testemunho do poder
salvador de Jesus. Aparentemente, depois do culto de oração e sacrifício, Pedro
e João, com o ex-aleijado, seguiram até às colunas cobertas a leste do Pátio
dos Gentios, lugar que se chamava Pórtico ... de Salomão. Ali
a multidão se reuniu e Pedro lhe falou.
12. Em primeiro lugar Pedro repudiou qualquer crédito pelo milagre. Não fora
pelo poder ou santidade dos apóstolos que o
inválido fora curado.
13. Fora o Deus de Israel, o Deus que dera promessa a seus pais, que
realizara o milagre. O homem fora curado porque Deus glorificou a seu
Servo Jesus por meio da ressurreição e ascensão. A palavra filho (ERC)
seria melhor traduzida para servo (ERA), pois a palavra se
refere ao servo do Senhor profetizado em Is. 52:13-53:12. Jesus só pôde ser
glorificado depois de entregue e negado pelos judeus diante de Pilatos,
o governador romano.
14. O Santo e o Justo eram títulos às
vezes usados para descrever o Messias. Que crime inimaginável foi aquele que os
judeus cometeram, exigindo a soltura de um assassino e criminoso para condenar
à morte o Santo e o Justo!
15. O Autor da Vida. Pedro designou Jesus como a fonte e origem da vida.
Os judeus tentaram destruí-lO, mas Deus inverteu o veredito deles
ressuscitando-O dos mortos.
16. A estrutura deste versículo é esquisita tanto em português como em
grego, mas seu significado é claro. O nome de Jesus não possuía um poder
mágico, mas a fé que vem por meio do seu nome produzia cura.
17. O crime monstruoso de matar Jesus pode ser perdoado, pois Pedro admite
que os judeus e seus líderes não sabiam que estavam condenando à morte o
Messias de Deus.
18. O V.T. não fala de um Messias sofredor, embora falasse de um servo do
Senhor sofredor (Is. 53). Depois da sua ressurreição, Jesus mostrou aos
discípulos que estas profecias se referiam à sua paixão. Cristo.
Não um nome próprio aqui mas o título que significa Messias.
19. Agora Pedro desafiou os judeus a se arrependerem dos seus pecados e se
voltarem para Deus. Arrependei-vos. Voltem-se do pecado para
Deus. Isto significaria reversão do veredicto que pronunciaram sobre Jesus e
confissão de que era o Messias de Deus. O resultado seria que seus pecados
seriam cancelados e que desfrutariam dos tempos de refrigério prometidos pelos
profetas do V.T.
20. A conversão de Israel significava o retorno do Messias. É o propósito de
Deus providenciar salvação para Israel antes do início do reino de Deus (Rm.
11:26), e Pedro insistiu com Israel para aceitar a salvação.
21. A morte, ressurreição e ascensão de Jesus não é o fim de Sua obra
redentora. Ele deve vir novamente em poder para estabelecer uma nova ordem
livre do mal e do pecado. Esta restauração incluirá a redenção da natureza (Rm.
8:18-23) como também o aperfeiçoamento da sociedade humana quando a vontade de
Deus for feita na terra assim como é feito no céu.
Os tempos de refrigério são uma
bênção presente; a restauração de todas as coisas... (que) Deus
falou pela boca dos seus santos profetas é uma bênção futura; mas ambos
são o resultado da obra redentora do Messias.
22, 23. Esses dias, dos quais Pedro fala, foram profetizados desde Moisés,
o qual disse que Deus levantaria um outro profeta igual a Ele (Dt. 18:15-19), o
qual transmitiria a palavra de Deus ao seu povo com autoridade. A ameaça
contida no versículo 23 é uma combinação de Dt. 18:19 e Lv. 23:29.
24, 25. Esses dias da redenção que Pedro estava proclamando foi o tema constante
dos profetas do tempo de Samuel. Os judeus eram os filhos dos profetas e da
aliança feita com Abraão e eram, portanto, os herdeiros naturais dessas
promessas messiânicas.
26. Enquanto a promessa de Abraão incluía os povos gentios, as bênçãos do Messias foram oferecidas primeiramente aos herdeiros naturais da aliança para que os desviasse de suas iniquidades. Servo é a palavra que se encontra em 3:13, traduzida Filho na ERC. Ressuscitado refere-se ao aparecimento histórico de Jesus mais do que a ressurreição (levantado).
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