segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Interpretação Bíblica de Atos 7 

Atos 7

1. O sumo sacerdote e presidente do Sinédrio ainda era Caifás, que presidira o julgamento e a condenação de Jesus.

2. O discurso de Estêvão que se segue não foi realmente uma refutação das acusações apontadas contra ele mas antes uma afirmação positiva do testemunho de Jesus Cristo e do Evangelho. Estêvão não tentou mostrar que as acusações contra ele eram falsas. Pelo contrário, ele apresentou a sua convicção de que o Templo e a terra da Palestina não eram necessárias para uma verdadeira adoração a Deus. Esboçou um pequeno resumo da história de Israel para mostrar: a) que Deus abençoara seus pais mesmo quando esses homens não viviam na terra da Palestina; b) que durante muito tempo na história de Israel os judeus não adoraram a Deus no Templo; c) e que mesmo possuindo o Templo Israel continuou sendo rebelde e desobediente a Deus. O propósito desse discurso foi o de mostrar, na história de Israel, que a posse do Templo não era nem uma necessidade nem uma garantia para a verdadeira adoração a Deus. E isto serviu para substanciar o ponto principal, que tendo vindo o Messias, a adoração dos judeus no Templo em Jerusalém estava ultrapassada.

Deus não chamou Abraão na Terra Prometida mas quando se encontrava distante, na Mesopotâmia. Estêvão referiu-se a uma visita divina enquanto Abraão ainda se encontrava na Mesopotâmia, do que resultou sua ida a Harã, onde morou durante algum tempo e de onde partiu mais tarde para a Palestina. Gênesis 11:31, 32 não registra essa primeira visitação divina; mas Gn. 15:7 e Ne. 9:7 ambas indicam que a chamada divina a Abraão foi feita originalmente em Ur dos Caldeus na Mesopotâmia.

5. Embora Abraão habitasse na terra da Palestina, na realidade não possuiu a terra, mas apenas a considerou uma promessa de Deus a ele e seus descendentes. A bênção de Abraão, portanto, não dependia da posse da terra mas da promessa de Deus.

6, 7. Os descendentes de Abraão não possuíram a terra imediatamente, mas passaram quatrocentos anos no cativeiro fora da Palestina. Quatrocentos anos é um número redondo (cons. Gl. 3:17, onde o período é de 430 anos).

8. Deus fez a aliança com Abraão e seus descendentes, dando-lhes o sinal da circuncisão como selo do acordo. Essa bênção da aliança, Estêvão inferiu, não dependia da existência do Templo mas das promessas e fidelidade de Deus.

9, 10. Mesmo quando os patriarcas venderam José... para o Egito, Deus não o abandonou por se encontrar fora da terra, mas concedeu-lhe um maravilhoso livramento, fazendo dele o governador daquela nação e da casa de Faraó.

11-15. Quando houve uma grande fome no Egito e na Palestina, Deus concedeu a José a visão de reservar mantimentos no Egito para preservação dos patriarcas. Jacó e sua família emigraram para o Egito, onde foram protegidos por José. O número setenta e cinco segue a septuaginta com a tradução grega do V.T.; o número setenta em Gn. 46:27 e Êx. 1:5 é do texto hebraico. Esses dois textos refletem duas maneiras de se contar a família de Jacó.

16. Embora os patriarcas morressem no Egito, seus corpos foram levados de volta à Palestina e foram sepultados na terra que Deus prometera a Abraão e sua semente.

17- 43. Estêvão fora acusado de blasfêmia contra Moisés. Ao contar a história de Moisés e da Lei, ele mostrou que a posse da Lei não protegeu Israel da rebelião contra Deus.

17. Ao se aproximar o tempo em que Deus prometera tirar os patriarcas do Egito para lhes dar a terra de Canaã, o povo não sentiu inclinação para deixar o Egito, onde estava aumentando e prosperando.

18, 19. Então Deus levantou outro rei no Egito que não continuou dispensando favoritismo a José e sua família, mas que tratou os israelitas fraudulentamente, compelindo-os a destruir todas as suas criança por abandono.

20, 21. Moisés, que nasceu nessa ocasião, era formoso aos olhos de Deus. Quando, após três meses, seus pais tiveram de enjeitá-lo, a filha de Faraó... criou como seu próprio filho dentro da família real.

22. Como filho da filha de Faraó, Moisés recebeu a melhor educação que havia no Egito, tornando-se um jovem eloquente e de ação vigorosa.

23. Depois de chegar à idade adulta, Moisés tomou a decisão de deixar o palácio de Faraó a fim de visitar seu povo. Ao que parece, durante esses quarenta anos, não teve nenhum contato com o seu povo, vivendo como um egípcio na casa de Faraó.

24, 25. Quando viu um dos israelitas sendo maltratado, tomou a sua defesa e, feriu o egípcio, matando-o. Moisés pensou que os seus o reconheceriam como enviado por Deus para libertá-los; mas eles não reconheceram este fato.

26. No dia seguinte, quando Moisés encontrou dois israelitas brigando, tentou reconciliá-los, destacando que eram irmãos e portanto não deviam brigar entre si.

27, 28. O agressor rejeitou fortemente a sugestão de paz feita por Moisés. Acusou-o de intromissão e de querer suborná-lo para esconder o crime que cometera contra o egípcio no dia anterior.

29. Quando Moisés viu que era conhecido como assassino de um egípcio em defesa dos israelitas, fugiu do Egito e tornou-se peregrino em Midiã, ao noroeste da Arábia. Casou-se ali e teve dois filhos.

30. Foi aí no Monte Sinai, longe da Terra Prometida e sem nenhum templo, que Deus se revelou maravilhosamente a Moisés.

31, 32. A princípio Moisés não compreendeu o que significava a sarça ardente. Então Deus lhe falou, revelando-se como o Deus dos patriarcas. A voz do Senhor encheu Moisés de temor, de modo que nem se atreveu a olhar para a sarça ardente.

33. Esse desolado lugar no deserto foi transformado em lugar santo porque Deus apareceu ali. Consequentemente Ele ordenou a Moisés que removesse seus sapatos em sinal de reverência. Onde quer que Deus apareça e fale aos homens, o lugar é santo.

34. Deus assegurou a Moisés que não esquecera o Seu povo, ainda que estivesse no Egito, e que logo cumpriria Suas promessas, libertando os israelitas.

35. Deus inverteu o julgamento dos irmãos de Moisés. Zombaram dele porque pensavam que estivesse tentando agir como autoridade e juiz; Deus fez de Moisés um chefe e libertador do seu povo no Egito. Libertador dá a ideia de redentor.

36. Essa redenção foi realizada com demonstração de prodígios e sinais no Egito, na travessia do Mar Vermelho e nos quarenta anos de viagem do Egito à Terra Prometida.

37. A experiência de Moisés apenas foi uma sombra dAquele maior que viria depois dele. Pois Moisés previu a vinda de um outro profeta, a quem Israel deveria dar atenção (Dt. 18:15, 18, 19).

38. Sob a liderança de Moisés, Israel foi um tipo da Igreja. A palavra grega para igreja, ekklésia, foi usada em Dt. 18:16 descrevendo Israel na posição de congregação de Deus.

O anjo. O anjo particular do Senhor que representa Deus e torna Sua presença real aos homens. Moisés recebeu também oráculos vivos de Deus, isto é, a Lei do V.T. (Êx. 20). Todas essas bênçãos o povo de Israel desfrutou da mão de Deus enquanto ainda se encontrava no deserto fora da terra e sem um templo.

39. Apesar dessas bênçãos vindas da mão de Deus, os israelitas não obedeceram a Deus, rejeitaram a Moisés e quiseram voltar ao Egito. 40. Quando Moisés se encontrava na montanha, o povo exigiu que Arão fizesse ídolos para serem adorados. Em vez de adorarem a Deus, seu Criador, adoraram um bezerro de ouro que eles mesmo fizeram (Êx. 32:16, 18). Dera como desculpa o fato de Moisés ter desaparecido e que não sabiam o que lhe tinha acontecido.

41. Estêvão estava sob a acusação de blasfêmia contra Moisés. Sua exposição da história mostrou que os antepassados dos seus acusadores, eles mesmos falharam em guardar a lei de Moisés e rejeitaram a ordem divina de adoração para adorarem ídolos.

42. Essa tendência para a idolatria, refletiu-se através de todo o curso da história de Israel, chegou ao seu clímax no cativeiro da Babilônia, quando Israel imitou seus vizinhos adorando os planetas dos céus como se fossem divindades (Dt. 4:19; 17:3; II Reis 21:3, 5; 23:4, 5; Jr. 8:2; 19:13; Sf. 1:5). Deus abandonou Israel a esta adoração pagã idólatra. Estêvão citou Amós 5:25-27 para dar um exemplo da apostasia de Israel. A diferença entre a passagem de Amós e a de Atos nas versões em português deve-se ao fato de que Estêvão citou a tradução grega do V.T., a qual neste ponto se desvia do original hebreu. Estêvão mostrou que os sacrifícios oferecidos a Deus eram apenas formas externas e não possuíam nenhuma realidade espiritual (cons. Is. 1:10-14, onde Deus rejeita os sacrifícios do seu povo porque não vinham de um coração obediente.)

43. Moloque e Renfã eram duas divindades associadas às estrelas. A idolatria dos judeus com o bezerro no Sinai e sua adoração a Deus, formal e não espiritual, através dos sacrifícios no deserto, levou-os afinal à adoração das divindades astrológicas pagãs. Por causa dessa apostasia, eles atraíram o juízo de Deus na forma do cativeiro além da Babilônia.

44, 45. A apostasia de Israel ocorreu apesar do fato de Deus lhe dar uma testemunha evidente. No deserto, Deus ordenara a Moisés que construísse um tabernáculo ou tenda, que seria uma testemunha da presença de Deus no meio deles (Êx. 25:9, 40; 26:30; 27:8). Os patriarcas introduziram com eles este Tabernáculo na Terra Prometida sob a liderança de Josué. (A trad. gr. de Josué é Jesus.) Deus expulsou as nações da terra (a palavra gr, significa tanto gentios como nações), para que Israel pudesse possuí-la.

46, 47. Por muitos anos depois de entrar na terra, Israel não teve templo mas continuou adorando a Deus no Tabernáculo. Morada neste versículo é uma palavra diferente da que foi empregada em 6:44. Davi, um homem segundo o coração de Deus, quis providenciar uma habitação para Deus; mas esse privilégio foi retardado até os dias de Salomão.

48-50. Agora Estêvão declarou enfaticamente que o Altíssimo não pode ser limitado a estruturas construídas pelo homem, porque Ele enche o mundo inteiro, e não existe um tipo de casa que possa contê-lo.

51, 52. Se o Templo não é necessário para se adorar a Deus, não é também uma garantia que os homens, nele, adorarão a Deus corretamente. Estêvão acusou aqueles que adoravam no Templo de serem duros e incircuncisos de coração e de ouvidos, de resistirem ao Espírito Santo, e de traírem e matarem o Justo, seguindo assim o exemplo de seus rebeldes antepassados. Estêvão fora acusado de blasfemar contra a lei de Moisés. Sua resposta foi que na realidade não era ele que era culpado desse pecado mas o povo judeu, que desde os tempos de Moisés transgredira a Palavra de Deus. Ele fora acusado de blasfemar contra Deus por rejeitar o Templo. Sua resposta foi que a história de Israel provou por si mesma que o Templo era apenas uma instituição temporária e não era essencial para a verdadeira adoração a Deus.

54. Quando Estêvão acusou os judeus de blasfêmia, eles se encheram de raiva incontrolável. Rilharam os dentes. Sinal de raiva (Jó 16:9; Sl. 35:14).

55, 56. Estêvão não se perturbou com a ira do Sinédrio. A essa altura, Deus lhe concedeu uma visão dos céus abertos com o Filho do homem em pé à Sua direita. As palavras de Estêvão foram, na realidade, uma declaração de que as palavras que Jesus recentemente proferira, diante desse mesmo corpo judicial, de ser o Filho do homem, não eram blasfemas, como o Sinédrio proclamara, mas eram a verdade de Deus (Mc. 14:62). Estêvão declarou que realmente Jesus estava agora à direita de Deus na qualidade de Filho do homem.

Jesus costuma ser descrito como assentado à direita de Deus (Sl. 110:1; Hb. 1:13). É possível que aqui Ele esteja representado como levantando-se do Seu trono para receber este mártir. O nome Filho do homem não designa a humanidade de Jesus; é um título messiânico, com base em Dn. 7:13, 14, e designa o Messias como ser celestial e sobrenatural. Este é o único lugar fora dos Evangelhos onde o título foi aplicado a Jesus.

57-58. Não está de todo claro se o martírio de Estêvão foi o resultado de uma execução formal ou um linchamento. Uma execução legal exigia a aprovação do governador romano, e considerando que isso não foi obtido, a morte de Estêvão parece um linchamento. Entretanto, a menção de testemunhas formais conforme exigia a Lei (Lv. 24:14; Dt. 17:7) dá a ideia de uma execução legal. É possível que o Sinédrio executasse Estêvão sem obter a aprovação oficial de Pilatos. Estêvão foi conduzido para fora da cidade para o lugar de execução e foi apedrejado. As testemunhas eram os executores oficiais. Saulo, que mais tarde se tornou o apóstolo Paulo, foi um observador da execução e ficou junto às roupas dos executantes. Saulo foi subitamente introduzido na narrativa sem explicações.

59, 60. Morrendo, Estêvão invocava a Jesus exaltado como Deus mesmo e orava para que Jesus recebesse o seu espírito. As suas palavras finais consistiam em uma oração de perdão para os seus executores. Adormeceu é a metáfora bíblica comum para o fenômeno da morte.

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domingo, 30 de janeiro de 2022

Interpretação Bíblica de Atos 6 

Atos 6

III. Expansão da Igreja na Palestina Através da Pregação e Dispersão. 6:1 – 12:25.

Até este ponto, os apóstolos não deram nenhuma evidência de ter o propósito de levar o Evangelho a todo o mundo, mas permaneceram em Jerusalém dando o seu testemunho aos judeus. Agora Lucas conta o começo da expansão da igreja através da Judeia e Sanaria. Essa expansão não foi realizada por causa da visão e propósito da igreja mas por ato providencial de Deus, dispersando os crentes. Para explicar esta perseguição, Lucas primeiro conta como Estêvão colocou-se em posição de destaque como um dos sete.

Atos 6

A. A Escolha dos Sete. 6:1-7.

A igreja nos seus primeiros dias de existência não tinha organização formal, nem oficiais ou líderes, com exceção dos apóstolos. O crescimento numérico da igreja e os problemas que surgiram na comunidade interna exigiu que se começasse a organizá-la e que se escolhesse líderes ou ministros adicionais.

1. Os judeus que eram nativos da Palestina falavam principalmente o aramaico; mas os judeus que tinham vivido no mundo mediterrâneo fora da Palestina falavam o grego e às vezes nem conheciam o aramaico. Muitos desses judeus da Diáspora voltaram a Jerusalém para morar, e alguns deles converteram-se e entraram para a igreja. Surgiu uma discórdia entre os cristãos que falavam o grego (helenistas) e os que falavam o aramaico (hebreus) porque parecia que havia favoritismo em prol destes últimos na distribuição do alimento às viúvas. As viúvas eram pessoas sem qualquer meio de sustento, que recebiam da comunidade cristã o necessário para viver.

2. Os doze apóstolos reuniram toda a igreja e fizeram ver que essa responsabilidade de cuidar dos pobres tornara-se-lhes tal peso que acabaram devotando a maior parte do seu tempo nesse ministério material em prejuízo do ministério da Palavra. Tal negligência não era razoável.

3, 4. Eles recomendaram que a distribuição dos alimentos fosse colocada sob a direção de sete homens cheios do Espírito e de boa reputação. Os apóstolos ficariam então livres para se dedicarem ao ministério da oração, pregação e ensinamento da Palavra.

5. Estêvão se encontrava entre os sete homens escolhidos. Todos os sete tinham nomes gregos e ao que parece foram aliciados da ala grega da igreja. 6. A igreja como um todo escolheu esses sete homens, mas os apóstolos aprovaram a seleção e os encarregaram do seu ofício. Então os sete foram ordenados para esse ofício pela imposição das mãos dos apóstolos. Essa imposição das mãos era um costume do V.T. (Gn. 48:13 e segs.; Lv. 1:4; Nm. 27:23), que também era praticado pelos judeus quando os homens eram admitidos ao Sinédrio. Foi adotada pela igreja primitiva quando da ordenação desses líderes. Havia entretanto, uma qualificação preliminar; os sete deviam ser cheios do Espírito Santo. Além dos apóstolos, estes sete foram os primeiros oficiais da igreja. Por tradição foram chamados de diáconos; mas não são chamados assim no texto.

7. A solução deste problema aumentou a eficácia do testemunho cristão, e até muitos dos sacerdotes creram.

B. A Conjuntura da Dispersão: O Ministério e Martírio de Estêvão. 6:8 - 8:3.

8. Logo Estêvão foi notado como homem de poder e predicados especiais.

9. Ele dava testemunho do messiado de Jesus nas sinagogas judias de Jerusalém particularmente numa que era frequentada pelos libertinos, que antes tinham morado nos quatro lugares mencionados. Uma sinagoga compunha-se de dez ou mais judeus que se reuniam para leitura e interpretação das Escrituras. Uma tradição exagerada diz que havia 480 sinagogas em Jerusalém.

10, 11. Este ministério de Estêvão ao que parece levou a um debate formal. Quando os judeus não foram capazes de vencer o ardoroso líder, no debate, por causa de sua sabedoria e poder do Espírito, secretamente instigaram algumas testemunhas que declararam ter ele proferido palavras blasfemas contra a lei de Moisés e contra Deus.

12. O fiel “diácono” foi levado diante do Sinédrio para se defender dessas acusações.

13-15. A alegada blasfêmia de Estêvão contra Deus foi definida como blasfêmia contra o Templo. Ao que parece estivera ensinando que o Templo Judeu não era mais necessário para se adorar a Deus verdadeiramente. Era agora acusado de ensinar que Jesus de Nazaré destruiria o Templo e perverteria a prática da lei mosaica. Essa acusação não era pura invencionice, mas uma inteligente deturpação do que Estêvão estivera realmente ensinando. 

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Interpretação Bíblica de Atos 5 

Atos 5

C. Morte de Ananias e Safira. 5:1-16.

Este incidente nos mostra que a igreja primitiva não estava livre de problemas fritemos. Lucas não procura atenuar a situação mas conta o acontecimento com cores negras.

1, 2. Safira no aramaico significa linda. Tal como Barnabé, ela e seu marido venderam uma propriedade. Ananias, com o conhecimento de sua mulher, planejou levar apenas parte do dinheiro aos apóstolos, fingindo que estava dando tudo.

3. Não somos informados de como Pedro reconheceu a fraude; foi provavelmente por iluminação divina. Pedro acusou Ananias não por enganá-lo mas por tentar enganar o Espírito Santo. O Espírito Santo é obviamente uma pessoa, e o versículo 4 mostra que o Espírito Santo também é Deus.

4. O programa de partilhar riquezas na igreja primitiva era puramente voluntário e não compulsório. Permanecendo de posse da terra, Ananias tinha o direito de fazer o que entendia; e mesmo depois de vendê-la, o dinheiro era seu para usá-lo como quisesse. O pecado de Ananias não foi o de guardar o dinheiro, mas o de pretender uma consagração completa a Deus enquanto deliberadamente guardou parte do dinheiro. Foi o pecado de uma consagração desonesta, pois ele mentiu a Deus.

5. Encarando a enormidade do seu pecado, Ananias sentiu-se completamente vencido e imediatamente caiu ao chão e expirou. Não somos informados da causa do seu mal. Certamente Pedro não invocou sua morte. Quer Ananias tenha ou não expirado devido a um choque emocional, sua morte foi um juízo de Deus sobre sua consagração hipócrita.

6. Antigamente no Oriente o sepultamento era feito logo após a morte sem maiores delongas por causa da rápida decomposição dos corpos.

7. Safira devia estar longe da cena, caso contrário a morte de seu marido tê-la-ia alcançado mais cedo.

9. Pedro acusou-a de cumplicidade de estar brincando com Deus. Tentar a Deus (Êx. 17:2; Dt. 6:16), isto é, ver até onde se pode ir tomando liberdades com a bondade de Deus, é um pecado perigoso. Essa foi uma das tentações que nosso Senhor enfrentou (Mt. 4:7).

10. Safira teve o mesmo destino de Ananias. Ela também caiu e expirou. Não temos motivos para crer que Ananias e Safira não fossem salvos. Sua morte física foi um juízo divino que não envolveu a salvação deles. O próprio fato de serem crentes determinou a enormidade do seu pecado. Estavam fingindo uma “submissão total” mas deliberadamente guardaram algo para si. Este é um pecado que só pode ser cometido por um cristão.

11. Este acontecimento despertou grande espanto e temor de Deus na igreja e produziu influência purificadora. Aqui pela primeira vez em Atos aparece a palavra igreja (ekklésia). Significa, chamados e refere-se ao chamado feito aos cidadãos gregos para que saíssem de suas casas a fim de assistirem assembleias públicas com propósitos cívicos. A palavra foi usada no V.T. grego em relação a Israel na qualidade de povo de Deus. Seu uso no N.T., portanto, indica que a Igreja é o novo povo de Deus. A palavra nunca foi usada com referência a um edifício. Ela se refere tanto à igreja como um todo (5:11; 9:31; 20:28) como às congregações locais dos crentes (11:26; 13:1).

12. Os cristãos primitivos não tinham seus próprios edifícios para adoração mas reuniam-se no Pórtico de Salomão, que fazia o limite oriental da vasta área do templo.

13, 14. A morte de Ananias e Safira teve uma tal influência purificadora que ninguém se atrevia a entrar para a nova comunidade com razões meramente humanas. Entretanto, a igreja era muito respeitada pelo povo. Só aqueles que experimentavam uma genuína obra salvadora de Deus atreviam-se a entrar para a igreja; mas havia muitos desses crentes.

D. A Segunda Oposição dos Líderes Judeus. 5:17-42.

A popularidade dos crentes despertou novamente a atenção dos principais sacerdotes e dos saduceus. Um dos motivos centrais do livro de Atos é a rejeição do Evangelho pela nação judia. Esta secção descreve mais um passo na rejeição e perseguição exercida pelas autoridades judias.

17. Seita significa simplesmente partido e não possui conotações favoráveis, como a palavra na atualidade.

18. Dessa vez todos os apóstolos foram presos e postos na cadeia durante a noite para serem interrogados pelo Sinédrio de manhã.

19,20. Os apóstolos foram sobrenaturalmente libertados durante a noite e foram encorajados a continuarem testemunhando ao povo sobre o modo de viver e sobre a salvação. Desta vida. Uma designação costumeira para a mensagem cristã.

21. Ao romper do dia o Sinédrio (que também era chamado de senado), constituído dos saduceus e fariseus, reuniu-se e mandou buscar os apóstolos para interrogá-los.

22, 23. Os guardas foram à prisão e encontraram cada coisa em seu lugar, as portas trancadas e as sentinelas alertas; mas os apóstolos tinham desaparecido.

24. O capitão da polícia do templo era membro do Sinédrio. Os principais sacerdotes. Chefes das diversas famílias de sumo sacerdotes e sacerdotes que já tinham ocupado anteriormente o cargo de sumo sacerdote e que continuavam usando o título. Esses oficiais do Sinédrio ao que parece achavam que os cristãos tinham ganho convertidos dentro do círculo dos guardas do templo e parecia-lhes que esse novo movimento estava fugindo ao seu controle.

25. No meio das deliberações, chegou a notícia ao Sinédrio de que os apóstolos estavam novamente no templo e ensinando o povo.

26. O capitão da polícia com os seus subordinados persuadiram os apóstolos a acompanhá-los pacificamente até o Sinédrio. O capitão não se atreveu a usar de violência ao levar os apóstolos, temendo violenta reação do povo, que estimava grandemente esses pregadores que curavam.

27, 28. Os apóstolos acompanharam a polícia indo da área do templo até o lugar da reunião do Sinédrio. O sumo sacerdote acusou-os de duas ofensas: primeiro, desobedeceram aquela injunção do Sinédrio de interromper seus ensinamentos em nome de Jesus. Segundo, estavam tentando levantar contra o Sinédrio a censura pública por causa da crucificação de Jesus. Os apóstolos, é claro, não tinham tal intenção, mas sua pregação sobre a cruz dava esta impressão.

29. Pedro replicou que tal injunção do Sinédrio colocava-os realmente diante do dilema de obedecer aos homens ou a Deus.

30. Em tal situação, só havia uma única possibilidade, especialmente considerando que Deus unha ressuscitado Jesus dos mortos, a quem os líderes judeus assassinaram. Pela expressão, o Deus de nossos pais, Pedro demonstrou que ainda se considerava judeu. A igreja primitiva não interrompeu a comunhão com os judeus mas existia como uma comunidade dentro do Judaísmo.

31. Quando os judeus infligiram a Jesus a degradação da cruz (Dt. 21:33), Deus lhe concedeu a mais alta honra, fazendo dEle um Príncipe ou Líder e Salvador. Príncipe é a mesma palavra traduzida para “Autor” em Atos 3:15 (outra tradução).

32. A proclamação dos apóstolos baseava-se no fato de que tinham testemunhado as coisas das quais falavam. Além disso, eles não falavam simplesmente como indivíduos particulares, mas seu testemunho tinha o poder do Espírito Santo, que falava por meio deles. O Espírito Santo fora dado não somente aos apóstolos mas à todos que Lhe obedeciam.

33. Estas palavras de Pedro atingiram os sacerdotes profundamente e eles se zangaram. A ala dos saduceus dentro do Sinédrio imediatamente começou a planejar como matar os apóstolos.

34. Seus propósitos malignos foram frustrados por um escriba e mestre da lei, chamado Gamaliel. Josefo, o historiador judeu, conta-nos, que o partido dos fariseus era pequeno em número mas possuía tal popularidade e influência entre o povo que os saduceus não ousavam tomar qualquer atitude à qual os fariseus se opusessem. A influência do conselho de Gamaliel reflete-se nesta situação. Além disso, Gamaliel era um dos mais conhecidos rabis daquele tempo. Saulo de Tarso fora seu discípulo (22:3), e era largamente conhecido como o maior professor da Lei do seu tempo.

35. Gamaliel advertiu os saduceus, que se inclinavam a agir sem o apoio da maioria constituída pelos fariseus, a não agir irrefletidamente.

36. Ele citou recentes acontecimentos históricos para lembrá-los que já houvera outros movimentos entre os judeus que deram em nada, e que portanto não deviam temer esse novo grupo que proclamava que Jesus era o Messias. Josefo diz que houve muitos desses movimentos naqueles dias de insegurança. Gamaliel lembrou-se de Teudas, que proclamava ser pessoa de grande importância e que persuadiu uns quatrocentos judeus a segui-lo. Este movimento foi esmagado e Teudas foi morto. Nada mais sabemos sobre esse homem. Cerca de 45 A.D., um mágico com o mesmo nome levou um grande número de judeus ao Rio Jordão, prometendo separar as águas para que pudessem atravessá-lo a seco. O governador romano, Crispo Fadus, enviou cavaleiros e estragou o movimento. Esse falso messias, entretanto, foi outro e não a pessoa mencionada por Gamaliel.

37. Outra insurreição foi liderada por Judas, o galileu. Quando Herodes Arquelau, um dos filhos de Herodes, o Grande (Mt. 2:1, 22), foi deposto do governo da Judeia, o país ficou sob a liderança de um governador romano; e foi feito um recenseamento para determinar quanto deviam obrigar o povo a pagar de imposto a Roma. Este Judas provocou uma revolta religiosa e nacionalista com base em que somente Deus era o rei de Israel e que só Ele tinha o direito de governar o povo de Israel. Esse movimento foi o começo do que mais tarde se transformou no grupo dos zelotes; mas a revolta dirigida por Judas foi esmagada por Roma.

38, 39. Gamaliel aconselhou o Sinédrio a confiar na providência divina. Se Deus estivesse no movimento, este prosperaria; caso contrário fracassaria.

40. A influência de Gamaliel era tão grande que ele venceu a decisão do Sinédrio. Um castigo menor, o açoitamento, foi imposto, provavelmente com trinta e nove golpes (II Co. 11:24), por desobediência à primeira ordem do Sinédrio.

41, 42. Os apóstolos de modo nenhum desanimaram, pois acharam que sofrer em nome de Jesus era uma honra. Continuaram suas atividades ensinando e anunciando Jesus como o Messias, tanto em público no Pátio dos Gentios, no templo, como, também nas reuniões dos cristãos nos lares.

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terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Interpretação Bíblica de Atos 4 

Atos 4

B. A Primeira Oposição dos Líderes Judeus. 4:1-37.

Um dos propósitos principais do Livro de Atos é mostrar que os judeus que rejeitaram e crucificaram Jesus continuaram rebeldes contra Deus rejeitando o Evangelho do Jesus ressuscitado e elevado aos céus proclamado pelos apóstolos. Este capítulo descreve o começo dessa oposição, que culminou com os planos dos judeus de matarem Paulo em sua última visita a Jerusalém (23:12-15; 25:1-3).

1. Foi tão grande a multidão que se ajuntou no Alpendre de Salomão que a polícia do templo interveio. Os sacerdotes pertenciam a um partido judeu chamado os saduceus. Discordavam dos fariseus quanto à interpretação da Lei e também negavam a doutrina da ressurreição e da existência dos anjos e demônios. O capitão do templo era um oficial importante, com autoridade quase igual a do sumo sacerdote e tinha a responsabilidade da preservação da ordem no Templo.

2. Os saduceus estavam preocupados porque Pedro e João proclamavam persistentemente que Jesus ressuscitara dos mortos e anunciavam, com base nessa ressurreição, a esperança de ressurreição dos homens. Os fariseus criam na ressurreição futura. Os apóstolos declararam que Deus providenciara agora nova base para esta esperança.

3. Sendo já bastante tarde, a polícia do templo, sob a direção dos sacerdotes, prendeu os dois discípulos e os colocou na cadeia para ali passarem a noite.

4. Lucas infere que esses acontecimentos tiveram grande efeito sobre o povo, e muitos creram, de modo que o número dos crentes chegou a cinco mil.

5, 6. Na manhã seguinte o Sinédrio se reuniu. Era a mais alta corte dos judeus, e se compunha de autoridades ou sacerdotes, anciãos escribasEscribas. Estudantes profissionais e professores do V.T. Seus discípulos eram os fariseus. Nessa ocasião Caifás era o sumo sacerdote presidente do Sinédrio. Seu sogro, Anás, era o ex-sumo sacerdote e uma espécie de estadista mais velho. O termo sumo sacerdote, ou melhor, principal sacerdote, podia ser aplicado a diversos membros de famílias das quais vinham os sumos sacerdotes. Nada sabemos sobre João Alexandre.

7. Pedro e João foram levados à presença do Sinédrio e desafiados a dizer com que autoridade, leigos como eles eram, agiam daquela forma.

8-10. Pedro experimentou um novo revestimento do Espírito para que pudesse se defender. Ele destacou que nada fez além de ajudar um aleijado. O ex-aleijado estava de pé com Pedro e João, e Pedro declarou que a sua cura fora efetuada em nome de Jesus Cristo de Nazaré, não por algum poder que existisse nos próprios apóstolos.

11, 12. Pedro estava presumivelmente defendendo-se, mas depois abandonou a defesa e começou a proclamar o Evangelho. Ele citou o Sl. 118:22, declarando que Cristo era a pedra que os construtores da nação judia rejeitaram mas a qual Deus estabeleceu por mais importante pedra do edifício. Além disso, disse que só nEle havia salvação; e que se os judeus rejeitassem o poder salvador do Seu nome, não haveria outro meio de encontrarem salvação. A destruição viria sobre eles e a nação. Pedra angular pode designar tanto a pedra fundamental como o ângulo superior da juntura de duas paredes. Salvação aqui provavelmente se refere à vida na dispensação vindoura.

13. Esse discurso deixou o Sinédrio admirado. Iletrados e incultos não se refere à sua inteligência ou capacidade de ler e escrever, mas ao fato de que não eram escolados na tradição dos escribas, sendo de fato leigos. Era coisa incomum que leigos sem preparo falassem com tal eficiência e autoridade. Os líderes já sabiam que Pedro e João eram discípulos de Jesus, mas lembravam-se agora do fato de que Jesus também, mesmo não sendo educado nas tradições dos escribas (Jo. 7:15), também tinha deixado o povo maravilhado com a autoridade com que falava (Mc. 1:22). Algo dessa mestria autoridade refletia-se agora nos seus discípulos, e o milagre que fora realizado sobre o aleijado tornou difícil negar a eficácia dessa autoridade.

15-17. Os dois discípulos foram mandados para fora enquanto os membros do sinédrio deliberam. Embora Pedro e João não tivessem infringido nenhuma lei, estavam ganhando uma popularidade perigosa. o sinédrio deliberou que a única atitude possível era ameaçá-los, ordenando-lhes que não -pregassem mais em nome de Jesus. O Sinédrio não tomou nenhuma providência, conforme F.F. Bruce faz ver (Commentary on the Book of Acts), para desacreditar a afirmação central da pregação dos apóstolos – que Jesus ressuscitara dos mortos. A pregação dos apóstolos poderia ser facilmente frustrada se a proclamação da Ressurreição fosse comprovadamente falsa. o corpo de Jesus desvanecera-se tão completamente que o Sinédrio sentia-se inteiramente impotente para refutar a mensagem.

18. Quando Pedro e João foram chamados de volta pelo Sinédrio, não foram punidos mas ordenaram-lhes que deixassem toda e qualquer pregação em nome de Jesus.

19, 20. Os apóstolos responderam que se lhes fosse solicitado escolher entre a vontade de Deus e o decreto dos homens, teriam de escolher nada mais nada menos que obedecer a Deus.

21. Os apóstolos ganharam tal popularidade que o Sinédrio não se atreveu a provocar a ira do povo mandando puni-los. Além disso, os saduceus não tinham o apoio do povo como os fariseus, e tinham que tomar cuidado com a opinião pública.

22. A maravilha do milagre estava no fato de que esse homem já tinha mais de quarenta anos de idade.

24. Seguiu-se uma reunião de oração, na qual os crentes não pediram que Deus os livrasse de problemas e perseguições futuras, mas o louvaram por ser Ele o Senhor de todas as coisas. Dirigiram-se-lhe chamando-o de Soberano Senhor e não simplesmente Senhor.

25, 26. Os cristãos experimentaram a perseguição prevista em Sl. 2:1-3. Os principais se opuseram tanto a Deus como ao seu Ungido ou Messias.

27. Novamente os crentes se referiram a Jesus chamando-o de Santo Servo que também era o Ungido. Para eles Herodes Antipas, tetrarca da Galileia e Pereia, representava os reis da terra. Pôncio Pilatos, o governador romano da Judeia, representava os príncipes. Os outros oponentes do salmo identificaram como sendo os romanos (gentios) e os povos de Israel.

28. Por trás desses atos maus praticados por homens perversos, eles sabiam, estavam o que a mão e o propósito de Deus predeterminaram.

29, 30. Os cristãos não oraram pedindo segurança ou proteção, mas que, em face da oposição, pudessem ser fiéis na proclamação da palavra de Deus.

31. A resposta à sua oração foi uma renovação da plenitude do Espírito Santo, que se manifestou na sua destemida proclamação da palavra de Deus. Não foi, entretanto, um outro batismo com o Espírito.

32. Os versículos 32-37 contêm um novo resumo do caráter da primitiva comunidade cristã semelhante ao de 2:42-47. Uma das características principais dessa igreja cheia do Espírito era a unidade, o sentimento de união que se manifestava na partilha dos recursos materiais.

34. Para suprir as necessidades dos cristãos pobres, os crentes mais ricos vendiam terras ou casas e traziam o dinheiro para que fosse usado em benefício de todos.

35. Os apóstolos supervisionavam este ministério do amor, que era executada na base da necessidade pessoal e não na base da igualdade.

36, 37. Um cristão se destaca especialmente: José, um cristão judeu, natural da Ilha de Chipre, que tinha parentes em Jerusalém (cons. 12:12; Cl. 4:10). Seu sobrenome, Barnabé pode significar filho da consolação ou filho do encorajamento ou exortação. Tais sobrenomes eram muitas vezes dados às pessoas para indicar seu caráter.  bibliotecabiblica.blogspot.com

"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo sempre... Amem." 
 Prof. Abdias Barreto. Zap - 85.98857-5757. Cel - 85.99905-5757.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Interpretação Bíblica de Atos 3 

Atos 3

II. A Igreja em Jerusalém. 3:1 - 5:42.

A igreja primitiva no começo não demonstrou inclinação para encetar uma missão de evangelização mundial. Os primeiros cristãos foram judeus morando em Jerusalém como judeus que encontraram em Jesus o cumprimento das profecias do V.T. Lucas seleciona diversos episódios ilustrando esses primeiros anos.

Atos 3

A. Um Milagre e um Sermão Típicos. 3:1-26.

A cura do coxo foi um dos muitos milagres, mas foi de singular importância porque forneceu ocasião para um sermão típico que ilustra o conteúdo da pregação apostólica aos judeus. Isto, por outro lado, levou à primeira oposição da parte dos líderes judeus.

1. Pedro e João, o irmão de Tiago, são frequentemente mencionados como dois apóstolos líderes da igreja primitiva, Os discípulos continuaram a participar da adoração a Deus com os judeus no templo. A hora nona, ou às 15 horas, era hora de oração a que acompanhava o sacrifício da tarde.

2. Os apóstolos atravessaram o Pátio dos Gentios em direção à porta chamada Formosa que dava para o Pátio das Mulheres, onde encontraram um homem coxo que ali era deixado dia após dia para mendigar.

6-8. Pedro não tinha dinheiro para lhe oferecer, mas deu-lhe algo muito melhor – força para suas pernas e pés aleijados. A cura foi instantânea; e o homem curado acompanhou os apóstolos quando entraram no Templo, pulando de alegria pela sua saúde recuperada, e gritando louvores a Deus.

9, 10. Seus gritos chamaram a atenção de uma multidão que ficou admirada ao ver o homem que diariamente estivera junto à porta Formosa pulando agora de alegria.

11. Pedro aproveitou-se desse milagre para tomar a dar testemunho do poder salvador de Jesus. Aparentemente, depois do culto de oração e sacrifício, Pedro e João, com o ex-aleijado, seguiram até às colunas cobertas a leste do Pátio dos Gentios, lugar que se chamava Pórtico ... de Salomão. Ali a multidão se reuniu e Pedro lhe falou.

12. Em primeiro lugar Pedro repudiou qualquer crédito pelo milagre. Não fora pelo poder ou santidade dos apóstolos que o inválido fora curado.

13. Fora o Deus de Israel, o Deus que dera promessa a seus pais, que realizara o milagre. O homem fora curado porque Deus glorificou a seu Servo Jesus por meio da ressurreição e ascensão. A palavra filho (ERC) seria melhor traduzida para servo (ERA), pois a palavra se refere ao servo do Senhor profetizado em Is. 52:13-53:12. Jesus só pôde ser glorificado depois de entregue e negado pelos judeus diante de Pilatos, o governador romano.

14. Santo e o Justo eram títulos às vezes usados para descrever o Messias. Que crime inimaginável foi aquele que os judeus cometeram, exigindo a soltura de um assassino e criminoso para condenar à morte o Santo e o Justo!

15. O Autor da Vida. Pedro designou Jesus como a fonte e origem da vida. Os judeus tentaram destruí-lO, mas Deus inverteu o veredito deles ressuscitando-O dos mortos.

16. A estrutura deste versículo é esquisita tanto em português como em grego, mas seu significado é claro. O nome de Jesus não possuía um poder mágico, mas a fé que vem por meio do seu nome produzia cura.

17. O crime monstruoso de matar Jesus pode ser perdoado, pois Pedro admite que os judeus e seus líderes não sabiam que estavam condenando à morte o Messias de Deus.

18. O V.T. não fala de um Messias sofredor, embora falasse de um servo do Senhor sofredor (Is. 53). Depois da sua ressurreição, Jesus mostrou aos discípulos que estas profecias se referiam à sua paixão. Cristo. Não um nome próprio aqui mas o título que significa Messias.

19. Agora Pedro desafiou os judeus a se arrependerem dos seus pecados e se voltarem para Deus. Arrependei-vos. Voltem-se do pecado para Deus. Isto significaria reversão do veredicto que pronunciaram sobre Jesus e confissão de que era o Messias de Deus. O resultado seria que seus pecados seriam cancelados e que desfrutariam dos tempos de refrigério prometidos pelos profetas do V.T.

20. A conversão de Israel significava o retorno do Messias. É o propósito de Deus providenciar salvação para Israel antes do início do reino de Deus (Rm. 11:26), e Pedro insistiu com Israel para aceitar a salvação.

21. A morte, ressurreição e ascensão de Jesus não é o fim de Sua obra redentora. Ele deve vir novamente em poder para estabelecer uma nova ordem livre do mal e do pecado. Esta restauração incluirá a redenção da natureza (Rm. 8:18-23) como também o aperfeiçoamento da sociedade humana quando a vontade de Deus for feita na terra assim como é feito no céu.

Os tempos de refrigério são uma bênção presente; a restauração de todas as coisas... (que) Deus falou pela boca dos seus santos profetas é uma bênção futura; mas ambos são o resultado da obra redentora do Messias.

22, 23. Esses dias, dos quais Pedro fala, foram profetizados desde Moisés, o qual disse que Deus levantaria um outro profeta igual a Ele (Dt. 18:15-19), o qual transmitiria a palavra de Deus ao seu povo com autoridade. A ameaça contida no versículo 23 é uma combinação de Dt. 18:19 e Lv. 23:29.

24, 25. Esses dias da redenção que Pedro estava proclamando foi o tema constante dos profetas do tempo de Samuel. Os judeus eram os filhos dos profetas e da aliança feita com Abraão e eram, portanto, os herdeiros naturais dessas promessas messiânicas.

26. Enquanto a promessa de Abraão incluía os povos gentios, as bênçãos do Messias foram oferecidas primeiramente aos herdeiros naturais da aliança para que os desviasse de suas iniquidades. Servo é a palavra que se encontra em 3:13, traduzida Filho na ERC. Ressuscitado refere-se ao aparecimento histórico de Jesus mais do que a ressurreição (levantado).


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