DECLARAÇÃO DE FÉ DA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL.
CGADB & CPAD - CAPÍTULO IV - SOBRE A IDENTIDADE DO SENHOR JESUS CRISTO.
CAPÍTULO IV - SOBRE
A IDENTIDADE DO SENHOR JESUS CRISTO
CREMOS, professamos e
ensinamos que o Senhor Jesus Cristo é o Filho de Deus1 e o único mediador entre
Deus e os seres humanos, enviado pelo Pai para ser o Salvador do mundo, verdadeiro
homem e verdadeiro Deus: “e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é
sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém” (Rm 9.5).
Cremos
na concepção e no nascimento virginal de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme as
Escrituras Sagradas e anunciado de antemão pelo profeta Isaías, e que ele foi concebido
pelo Espírito Santo no ventre da virgem Maria. Gerado do Espírito Santo no
ventre dela, nasceu e viveu sem pecado: “como nós, em tudo foi tentado, mas
sem pecado” (Hb 4.15); que foi entregue nas mãos dos pecadores para ser
crucificado pelos nossos pecados, mas ressuscitou corporalmente dentre os
mortos ao terceiro dia7 e ascendeu ao céu, onde está à direita do Pai, e de onde intercede por nós9 e voltará para buscar
a sua Igreja.
1.
NOMES E TÍTULOS DE JESUS. Há dezenas de nomes e títulos de nosso
Senhor Jesus Cristo nas Escrituras Sagradas. O nome “Senhor” fala sobre a
divindade de Jesus. A Septuaginta, antiga versão grega do Antigo Testamento,
traduziu os nomes divinos hebraicos Adonay e Yahweh pelo nome
grego Kyrios, que é “Senhor”. Dizer que Jesus é o Senhor significa
reconhecer a sua divindade: “e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor,
senão pelo Espírito Santo” (1 Co 12.3).
O
nome Jesus vem do hebraico Yehoshua ou Yeshua — “Josué”, que
significa “Javé é salvação”. A Septuaginta emprega Iesous para ambas as
formas. Iesous é o nome do Salvador usado no Novo Testamento grego, que chegou
para nossa língua como Jesus.
O
nome Cristo é a forma grega do hebraico mashiach, “ungido, messias”.
Assim, os nomes ou títulos “Messias” e “Cristo” são a mesma coisa: “Achamos
o Messias (que, traduzido, é o Cristo)” (Jo 1.41). Jesus é o
Salvador Ungido, o único que pode salvar os pecadores: “e lhe porás o nome
de JESUS, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.21).
2.
A HUMANIDADE DE CRISTO. As Escrituras Sagradas apresentam
diversas características humanas em Jesus. O relato de sua infância enfoca o
seu desenvolvimento físico, intelectual e espiritual: “E crescia
Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens [...].
E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e
a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40,52). O profeta Isaías anunciou
de antemão sobre Emanuel: “manteiga e mel comerá, até que ele saiba
rejeitar o mal e escolher o bem” (Is 7.15). Ele tornou-se homem para suprir
a necessidade de salvação da humanidade. O termo “Emanuel”, que o próprio
escritor sagrado traduziu por “DEUS CONOSCO” (Mt 1.23), mostra que Deus assumiu
a forma humana e veio habitar entre os homens: “E o Verbo se fez carne e
habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). A Bíblia ensina tanto a
divindade como a humanidade de Cristo: “E todo o espírito que confessa que
Jesus não veio em carne não é de Deus” (1 Jo 4.3). A humanidade de Cristo
está unida à sua divindade, pois Ele possui duas naturezas, e essa união mantém
intactas as propriedades de cada natureza, o que está claramente expresso no
seu nome EMANUEL. A encarnação do Senhor Jesus fez-se necessária para
satisfazer a justiça de Deus: o pecado entrou no mundo por um homem, Adão,11;
assim, tinha de ser vencido por um homem, Jesus. Em sua natureza humana, Jesus
participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de nossa fraqueza
moral e espiritual.
3.
A DEIDADE ABSOLUTA DE JESUS. A Bíblia afirma com frequência que Jesus
é Deus: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus” (Jo 1.1); “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade” (Cl 2.9). As Escrituras Sagradas revelam os atributos divinos
na pessoa de Jesus. Ele é eterno: “Porque um menino nos nasceu, um filho se
nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será
Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”
(Is 9.6); onipotente: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o
Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1.8);
onipresente: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí
estou eu no meio deles” (Mt 18.20); e onisciente: “Agora,
conhecemos que sabes tudo” (Jo 16.30). As suas obras revelam também
a sua divindade. Ele é o absoluto soberano e criador de todas as coisas.
Ele é a fonte da vida, autor do novo nascimento, habita nos fiéis, dá a
vida eterna, inspirou também os profetas e apóstolos, distribui os ministérios, santifica os fiéis,
deu poder aos apóstolos, perdoa pecados, é adorado pelos humanos, pelos anjos, na terra e no céu. Possui títulos divinos,
como “Eu Sou”, o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, e o Senhor dos Senhores.
4.
O MINISTÉRIO TERRENO DE JESUS. O propósito da vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo ao mundo foi a redenção de todos os pecadores. O seu ministério
terreno é dividido pela trilogia: ensinar, pregar e curar. Sua mensagem era
exposta com simplicidade, clareza, originalidade e autoridade: “porquanto os
ensinava com autoridade e não como os escribas” (Mt 7.29); seu método ainda
hoje impressiona, pois Ele ensinava de modo que nunca houve nem antes e nem
depois dEle alguém que fizesse igual: “Nunca homem algum falou assim como
este homem” (Jo 7.46). Quanto aos milagres, Jesus preocupava-se com a
integralidade das pessoas, não só salvando-lhes a alma, mas também curando suas
enfermidades: “Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz” (Lc
8.48). Os milagres operados por Cristo registrados no Novo Testamento revelam
que Ele é o Messias de Israel, como também a extensão do domínio do seu poder,
mostrando sua autoridade sobre a natureza, sobre o pecado, autoridade para
perdoar pecados, sobre a morte, sobre o Diabo com seus agentes e o Inferno, sobre
as enfermidades, e nada é impossível para Ele, o qual, a respeito de si mesmo,
declarou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18).
5.
O SIGNIFICADO DE “FILHO”. O epíteto “Filho de Deus”, em relação ao
Senhor Jesus Cristo, significa que Ele é Deus igual ao Pai; trata-se de uma questão
de substância ou essência. Isso fica ainda mais claro na expressão “Filho
Unigênito”. O significado do termo na língua original revela a divindade de
Cristo. O termo usado para “unigênito” no Novo Testamento grego é monogenés,
composto por dois vocábulos, monós, “único, só, solitário”, e genós,
“raça, cepo, tipo”, e não geneá, “geração”. Entendemos que a palavra
reflete a ideia de natureza, caráter, tipo. “Unigênito”, pois, significa o
“único da espécie”, “único do tipo”. Jesus é singular, o único Filho de Deus
que tem a essência do Pai. O adjetivo “unigênito” transmite a ideia de
consubstancialidade; Jesus é tudo quanto Deus é. Disse Jesus: “Eu e o Pai
somos um” (Jo 10.30). A expressão “filho de Deus” com relação ao crente em
Jesus designa uma filiação por adoção, individual, algo íntimo, e por isso
clamamos: “Aba, Pai”, ou seja, “papai”: “mas recebestes o espírito de adoção
de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15); “E, porque
sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que
clama: Aba, Pai” (Gl 4.6); trata-se da relação espiritual de Deus com os
seres humanos mediante a fé em Jesus Cristo: “Porque todos sois filhos de
Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26); “Mas a todos quantos o
receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu
nome” (Jo 1.12).
6.
OS OFÍCIOS DE CRISTO. O Senhor Jesus Cristo exerceu o chamado munus
triplex, “o tríplice ofício”, de profeta, sacerdote e rei. Eram os ofícios
mais importantes em Israel nos tempos do Antigo Testamento. Tudo isso diz
respeito às funções que falam sobre revelação, reconciliação e domínio.
a) Profeta. Os profetas
existem desde o princípio do mundo, mas o ministério profético em Israel é instituído
com Moisés e Arão. A função do profeta era falar em nome de Deus.
O
Novo Testamento revela que o próprio Jesus considerava-se profeta, pois Ele
mesmo disse: “Importa, porém, caminhar hoje, amanhã e no dia
seguinte, para que não suceda que morra um profeta fora de Jerusalém” (Lc 13.33);
e, como tal, Ele foi aclamado diversas vezes pelo povo: “E escandalizavam-se
nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na
sua pátria e na sua casa” (Mt 13.57); “E a multidão dizia: Este é
Jesus, o Profeta de Nazaré da Galileia” (Mt 21.11). Todas as atividades registradas
nos evangelhos revelam que Ele era verdadeiramente o Profeta. Era o Deus-Homem
que quis assumir o ofício de profeta no exercício de seu ministério terreno.
Visto que o profeta é a boca de Deus, seu porta-voz que fala em seu nome e
prega com autoridade do céu, Jesus, de forma singular, como ninguém, apresentou
todos esses requisitos. Ele disse: “A palavra que ouviste não é minha,
mas do Pai que me enviou” (Jo 14.24).
b) Sacerdote. O sacerdócio araônico, com todo o
sistema de sacrifício, tinha a função de promover uma mediação entre Deus e os
filhos de Israel. Na Nova Aliança, no entanto, Deus constituiu o Senhor Jesus o
Mediador de toda a humanidade: “por isso, é Mediador de um novo testamento”
(Hb 9.15); “Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens,
Jesus Cristo, homem” (1Tm 2.5). O sacerdócio de Cristo é superior ao de
Arão: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto
é mediador de um melhor concerto” (Hb 8.6). A santidade de Jesus como homem
é única e real, absoluta e perfeita; não se trata, pois, de uma santidade
cerimonial, imposta pela lei aos sacerdotes levitas: “Porque nos convinha
tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e
feito mais sublime do que os céus” (Hb 7.26). O próprio Senhor Jesus Cristo
apresentou-se46 como sacrifício pelos pecados de toda a humanidade,47 e, além
disso, esse sacrifício foi único, perfeito e com validade eterna, resolvendo,
assim, para sempre, o problema do
pecador:
“mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, está
assentado para sempre à destra de Deus” (Hb 10.12). O sacrifício de Cristo
soluciona objetivamente os efeitos do pecado na vida daquele que crê no
sacrifício vicário do calvário e responde afirmativamente à oferta da graça de
Deus, Cristo, recebendo-o como seu único e suficiente Salvador.
c) Rei. O Senhor Jesus Cristo é o Rei dos reis
e o Senhor dos senhores: “E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: REI
DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES” (Ap 19.16). Os grandes reis e impérios da
história vieram e já se foram, mas o reinado de Cristo é para sempre, pois
o seu Reino não terá fim. O título messiânico, “Filho de Davi”, foi-lhe
conferido por Deus49 e anunciado pelos profetas do Antigo Testamento
como resultado da promessa divina feita ao rei Davi,50 de estabelecer seu trono
para sempre. “[...] que nasceu da descendência de Davi, segundo a
carne” (Rm 1.3). A promessa
de
Deus sobre o Messias ser da linhagem de Davi era muito popular em Israel.52 Nesse
contexto, Ele foi aclamado pelo povo quando entrou em Jerusalém, montado num
jumento: “Hosana ao Filho de Davi!” (Mt 21.9). O Senhor Jesus
tinha consciência da sua filiação davídica e, em mais de uma ocasião, Ele
aceitou esse título53, o qual lhe confere o direito ao trono de Davi como seu
herdeiro legítimo: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o
Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e reinará eternamente na
casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim” (Lc 1.32,33).
"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre." (Jd 1:25.)
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Cel - 85.99905-5757.
Prof. Abdias Barreto.
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