sexta-feira, 4 de novembro de 2011

BIOGRAFIA MARTINHO LUTERO - III

A biografia do primeiro e principal reformador.III


Lutero disse que os cristãos eram livres da lei da igreja, em particular, ao mesmo tempo em que eram prisioneiros em amor ao próximo.

Lutero, então, explicou nos mínimos detalhes as conseqüênciaspráticas de sua teologia. Naquele verão ele escreveu os que são,indiscutivelmente, seus três tratados mais importantes: Discurso ànobreza cristã, O cativeiro babilônico da igreja, e A liberdade docristão.Com estes três ensaios, ele colocou a si mesmo e aos seus(então) muitos simpatizantes em oposição à quase toda a teologia eprática da cristandade no fim da Idade Média.

No primeiro, ele pede aos líderes que tomem em suas próprias mãosa reforma necessária da igreja, ao mesmo tempo em que argumenta que todos os cristãos são sacerdotes.

No segundo, reduziu os sete sacramentos; primeiro a três (batismo,ceia do Senhor e penitência), depois para apenas dois, enquantoalterava radicalmente seu caráter.

No terceiro, disse aos cristãos que eles eram livres da lei (em particular das leis da igreja), ao mesmo tempo em que eram prisioneiros em amor do seu próximo.

“Não me Retratarei”

A Dieta (ou encontro) de Worms, que aconteceu na primavera de 1521, foi, portanto, em um sentido, pouco mais do que um efeito marola de um navio que já havia zarpado. O imperador de Roma Charles V (que também era Charles I da Espanha) nunca tinhaestado na Alemanha. Ele convocou a dieta para encontrar ospríncipes da Alemanha, os quais conhecia muito pouco e precisavacortejar desesperadamente. Mas este frei conhecido pelo nome deLutero também precisava ser abordado. 

Lutero deixou Wittenberg para estar presente na Dieta convencidode que finalmente teria a audiência que pediu em 1517. Quandofoi introduzido na Dieta, Lutero ficou surpreso em ver o próprioimperador Charles V. ele estava cercado pelos seus conselheiros erepresentantes de Roma, tropas espanholas, vestidos com seusmelhores trajes de desfile, eleitores*, bispos, príncipes de territórioe representantes das grandes cidades. No meio desta augusta assembléia estava uma mesa com uma pilha de livros.

Lutero foi questionado se havia escrito os livros, e se havia algumaparte que ele desejava retratar. Ficou surpreso; este não ia ser um debate judicial, mas um interrogatório. Lutero ficou bastanteconfuso, tropeçou e implorou por outro dia: “Isto toca Deus e suaPalavra. Isto afeta a salvação de almas. ... Eu imploro, dê-me maistempo”.

Ele teve um dia e, de volta aos seus aposentos, escreveu “Assimcomo Cristo é misericordioso, eu não retirarei nem um pingo dotexto”.

No dia seguinte os negócios da Dieta atrasaram o retorno de Luteroaté tarde da noite. A luz das velas tremeluzia sobre a multidão dedignatários que se espremiam na grande sala.

Ele foi novamente questionado, “Você defende estes livros, todosjuntos, ou você deseja retirar algo do que você disse?” Luteroreplicou com um pequeno discurso, o qual repetiu em Latim.

Havia três tipos de livros na mesa, ele declarou. Alguns eram sobrea fé cristã e as boas obras e estes ele certamente não corrigiria.Alguns atacavam o papado e corrigir estes seria encorajar atirania. Finalmente, alguns atacavam o indivíduo (e, Luteroadmitiu, talvez de maneira muito dura), mas ainda estes nãopodiam ser corrigidos porque estas pessoas defendiam a tiraniapapal. 

Com certeza, veio a resposta, um indivíduo não podia colocardúvida na tradição de toda a igreja! Então o examinador declarou,“Você deve dar uma resposta simples, clara e própria. ... Você seretratará ou não?”

Lutero replicou, “A menos que eu possa ser instruído e convencidocom evidências na Palavra de Deus ou com raciocínio aberto, claroe distinto... Então, não posso e não me retratarei, porque não éseguro ou sábio agir contra a consciência”.

Então, ele completou, “Isto é o que penso. Não posso fazer diferentedisso. Que Deus me ajude! Amém.”

Cavaleiro George

Quando as negociações pelos dias que seguiram não tiveram êxitoem conseguir qualquer concessão, Lutero foi condenado. Aindaassim, recebeu salvo-conduto, como havia sido prometido antes dele vir, mas somente por outros vinte e um dias.

Mas assim que Lutero seus companheiros começaram a voltar paraWittenberg, quatro ou cinco cavaleiros armados vieram dafloresta, arrancaram Lutero de sua carruagem, e o arrastaram delá, meio tropeçando, meio correndo. Rapidamente, ele foiinformado de que fora seu príncipe, Elector Frederick, O Sábio, queo seqüestrara para mantê-lo a salvo. Logo chegou a Wartburg, um dos castelos de Frederick. Lutero era um fora da lei; qualquer umpodia mata-lo sem temer represálias de uma corte da lei.

Lutero desprezava sua estada forçada em Wartburg. Como“cavaleiro George” (sua nova identidade), ele agora comia como um nobre e sua nova dieta irritava seu aparelho digestivo. Elesentia falta de seus amigos em Wittenberg, e odiava ficar afastadoda luta. Até fez planos de conseguir uma visita na Universidade deErfurt onde estaria fora da jurisdição. Isto falhou, mas eleconseguiu um cavalo e fez uma viagem até Wittenberg, de onderetornou muito aliviado no curso dos eventos entre seus amigos.

Apesar de suas reclamações sobre solidão forçada e sua própria‘preguiça’, os dez meses no gelo de Lutero estão entre os maisprodutivos de sua vida. As obras teológicas e acadêmicascontinuaram, com seu Comentário sobre o Magnificat, tocante equase autobiográfico, o incompleto Postillae e a tradução do NovoTestamento, do qual ele fez um rascunho em onze semanas.

Mas o que começou com suas palestras e as 95 teses estava agoravirando um movimento popular. Ele sentia-se obrigado a responder às perguntas práticas das pessoas. Ele o fez sob forma detratados, tais como Sobre a confissão, A abolição das missasparticulares, e acima de tudo, Sobre os votos monásticos.

O último se destaca como um dos mais extraordinários trabalhos jamais escritos por uma figura pública. Por toda Alemanha, em particular Wittenberg, monges e freiras estavam fugindo de seus monastérios e clausuras—alguns por razões de consciência, outros por pura conveniência. Desprezar a religião estava virando lugar comum. Ao mesmo tempo, os defensores da velha igreja insistiam na inviolabilidade dos votos monásticos. 

Totalmente consistente com seu, A liberdade do cristão, Lutero tomou uma estrada intermediária. Toda a questão era se e como alguém podia servir melhor ao próximo. Se alguém o fizesse sob as ordens sagradas, então que permanecesse assim. Por outro lado, os votos monásticos não eram uma prisão e se alguém serve o próximo melhor fora do monastério ou clausura, então que viva no mundo. A liberdade de servir, portanto, tornou-se um marco na Reforma Luterana Alemã.

Decisões Controversas

Conforme expandiu-se sua revolução, Lutero foi cada vez mais atirado na arena pública. Ele retornou abertamente a Wittenberg, no início da primavera de 1522, e sem pedir a permissão do eleitor, retomou o púlpito e pregou sobre a obrigação de amar o próximo. A decisão de retornar cresceu da sua convicção de que movimento incipiente da reforma (alguns afirmavam que os cristãos devem se casar e que os monges e freiras deviam tornar-se leigos) não estava respeitando a liberdade cristã ou as consciências fracas.

Em tempo, Lutero foi forçado a tomar outras decisões, muitas das quais ainda são controversas.

Quando houve agitação, resultante na Guerra dos Camponeses, em 1524–1525, ele primeiro condenou os príncipes e depois os exortou a esmagar a revolta.

Quando Erasmus, famoso estudioso humanista, duvidou de que a verdade sobre se os humanos têm livre arbítrio pudesse ser conhecida, Lutero replicou, “o Espírito Santo não é um cético” e acusou Erasmus de não ser cristão.

Quando os reformadores suíços Zwinglio e Oecolampadius questionaram se o corpo e sangue de Cristo estavam realmente nos elementos da Ceia do Senhor, Lutero respondeu “Mera física!” e ajudou a inflamar a controvérsia de que por fim dividiu as igrejas Luterana e Reformada.

Seu esforço tremendo em criar um novo clero e uma igreja reformada também trouxe as autoridades civis mais diretamente para o governo diário da igreja.

Sua decisão de se casar com uma freira que fugiu, Katharina von Bora, escandalizou a muitos. Para Lutero, o choque era acordar de manhã com “tranças no travesseiro ao meu lado”.

Sobre o esforço contínuo de criar uma Bíblia em alemão, ele disse “Se Deus quisesse que eu morresse pensando que sou um homem inteligente, não teria me colocado no negócio de traduzir a Bíblia”.

Com todas estas decisões e ações, Lutero exibiu uma incrível consistência. O grande marco de sua vida é o modo como ele juntou sua personalidade forte e sua doutrina vigorosa. Para ele, a doutrina nunca foi uma questão meramente intelectual ou acadêmica. Pelo contrário, era a própria vida.  No prefácio de “Large Catechism” (Grande Catequese), ele insiste para que os cristãos leiam e releiam suas catequeses para que “com tal leitura, conversa e meditação o Espírito Santo esteja presente e derrame sempre luz e fervor cada vez maiores e renovados”. Ele queria que todos os cristãos se tornassem pessoas ensinadas por Deus.



Por: Christian History & Biography

Editado e adaptado por:
ABDIAS BARRETO 
Contatos: (85).8857-5757. 
profabdias@gmail.com
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