LIÇÃO 6 - A PECAMINOSIDADE HUMANA E A SUA
RESTAURAÇÃO A DEUS.
TEXTO ÁUREO -
"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." (Rm
3.23)
VERDADE PRÁTICA -
Reconhecemos a Pecaminosidade de todos os seres humanos, que os destituiu da
glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e
redentora de Jesus Cristo podem restaurá-los a Deus.
.
LEITURA DIÁRIA
- Segunda: Sl 51.5 - Todos os humanos são pecadores
- Terça: Ec 7.20 - O pecado está presente em todos
- Quarta: Is 59.2- O pecado nos separa de Deus
- Quinta: Rm 3.10-12 - Não há na terra um justo sequer
- Sexta: At 3.19 - Somente a fé em Jesus e o arrependimento restaura o pecador
- Sábado: Rm 6.23 - A salvação é um dom de Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Romanos 5.12-21
12 Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte,
assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.
13 Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não
havendo lei.
14 No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não
tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele
que havia de vir.
15 Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um
morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só
homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos.
16 E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo
veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de
muitas ofensas para justificação.
17 Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que
recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só,
Jesus Cristo.
18 Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os
homens para justificação de vida.
19 Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos
pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.
20 Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou,
superabundou a graça;
21 Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela
justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.
OBJETIVO GERAL -
Compreender a Pecaminosidade de todos os seres humanos, que os destitui da
glória de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em
cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus
respectivos subtópicos.
(I) Definir o termo pecado;
(II) Mostrar a origem do pecado.
(III) Compreender a solução para o pecado.
INTRODUÇÃO
A doutrina do pecado é conhecida nos tratados de teologia como Harmatiologia,
da palavra grega hamartia. O estudo se reveste de suma importância porque se
trata do problema básico de todos os seres humanos. Todos os conflitos no mundo
e as confusões existentes na humanidade são
manifestações do pecado. Ninguém pode se livrar dele, mas o Senhor Jesus veio
ao mundo para salvar os pecadores da condenação eterna. O enfoque da presente
lição é definir e explicar o pecado, bem como apresentar o meio divino para a
solução humana.
Comentário - Harmatiologia
(hamartia = erro, pecado + logós = estudo), como sugere o próprio nome, é a
ciência que estuda o pecado e as suas origens e consequências. A doutrina do
pecado é uma das mais importantes doutrinas da teologia cristã, pois ocupa-se a
ressaltar a condição que o homem está em função do pecado, demonstrar sua
impossibilidade em agradar a Deus, com o objetivo de demonstrar que o homem está
perdido e abismado em relação a Deus, e que, sozinho não pode fazer nada para
alterar essa realidade. De início, sabemos que esta é uma das mais difíceis
questões em teologia. Deus fez tudo bom na criação. Então como foi que começou
o pecado? Como esta criação boa se rebelou contra seu Criador? Por quem e como
se originou o pecado? Há muita coisa que não sabemos sobre este assunto. Porém
há conclusões necessárias a se considerar. Ao lermos a narrativa da Criação
vemos que Deus ao concluir tudo o que havia feito, viu que “tudo havia ficado
muito bom” (Gn 1.31). Isso significa que mesmo o mundo angelical que Deus havia
criado não possuía anjos maus nem demônios àquela altura. Mas, quando chegamos
a Gênesis 3, percebemos que Satanás, na forma de uma serpente, tentou Eva para
que pecasse (Gn 3.1-5). Portanto, em um determinado tempo entre os eventos de
Gênesis 1.31 e Gênesis 3.1, deve ter havido uma rebelião no mundo angelical,
com muitos anjos se voltando contra Deus e tornando-se maus (leia 2Pe 2.4 e Jd
6).
I- DEFININDO OS TERMOS
1. PECADO - Há
uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro,
iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião,
violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, prostituição, injustiça
etc., além dos verbos e adjetivos cognatos. Muitos desses termos, e outros
similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32;
Cl 5.19-21). Mas há um termo genérico para designar o pecado com todos os seus
detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com
"h" aspirado), que literalmente significa "errar o alvo"
(Jz 20.16). O substantivo derivado desse termo aparece pela primeira vez no
relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim: "E, senão fizeres bem, o
pecado jaz à porta" (Gn 4.7). O seu equivalente grego na Septuaginta e no
Novo Testamento é hamartia. Essa palavra na Septuaginta traduz 24 termos
hebraicos no Antigo Testamento referentes ao pecado.
Comentário - Etimologicamente
bem explicado acima, cabendo acrescentar apenas que tal como definido pela
Bíblia, o pecado é uma violação do padrão de Deus para o comportamento humano.
Estas palavras acima definidas falam de violar a norma de alguma forma (leia Rm
3.23). Outro termo frequente (parabasis no grego) descreve o “pecado”, como
“transgressão”, que significa ultrapassar os limites estabelecidos. Ainda outro
termo semelhante é paraptoma, que significa “um passo em falso” ou “uma invasão
em terreno proibido.” Duas outras palavras do Novo Testamento são anomia, que
significa “anarquia”, e paranomia, que significa “a contravenção.” Jesus disse
pouco sobre a origem do “pecado”, exceto ao rastreá-lo ao coração e a vontade
humana (Mt 6.22-23; 7.17-19; 18.7; Mc 7.20-23, Lc 13.34), mas Ele, de forma
significativa, definiu o âmbito do pecado.
2. OS TERMOS
HEBRAICOS - awon e peshá. Há na
Bíblia um repertório amplo que revela o pecado nos seus vários aspectos, mas
este espaço não nos permite uma apresentação exaustiva. O termo hebraico avon,
"iniquidade, perversão", vem de uma raiz que significa
"entortar, torcer", daí a ideia de perverter a lei de Deus. Essa
palavra aparece traduzida em nossas versões como "injustiça" (Gn
15.16), "maldade" (Êx 20.5) e "iniquidade" (Lv 26.40). Já o
verbo avah, de mesma raiz, descreve a natureza do coração da pessoa não
regenerada (Jó 15.5). Isso revela a "vida torta" do pecador. O outro
termo de importância na Hamartiologia do Antigo Testamento é o verbo pashá
"transgredir" ou o substantivo peshá, "transgressão,
delito" (Gn 31.36; 50.17). O ser humano forçou e foi além dos limites que
Deus estabeleceu, e isso faz toda a humanidade, homens e mulheres, errar o alvo
da vida.
Comentário - A
Bíblia utiliza muitas palavras, tanto em hebraico como em grego, para definir o
conceito de pecado, neste tópico são apresentadas duas: Awon – “Iniquidade” ou
“culpa” (1Sm 3.13; Is 53.6; Nm 15.30-31); Pecha – “Rebelar”, “transgredir” ou
“revoltar” (1Rs 12.19; 2Rs 3.5; Sl 51.13; Is 1.2). Em todas, o sentido geral é:
“Afastamento dos padrões estabelecidos por Deus”. Para conhecer outros termos,
visite DOCPLAYER.
3. O QUE É PECADO?
- Sabemos que a Bíblia não é um livro de
definição, mas de descrição. Ela "revela a verdade em forma popular de
vida e fato", como bem afirmou um historiador da Igreja Philip Schaff. As
Escrituras declaram que "o pecado é a transgressão da lei" (l Jo 3.4;
ARA) e que "toda iniquidade é pecado" (1 Jo 5.17). Essa declaração é
geralmente conhecida como pecado de comissão, isto é, quando praticamos aquilo
que não deveríamos fazer (Mt 15-3; Rm 5.14). Mas a Palavra de Deus nos ensina
ainda que "aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete
pecado" (Tg 4.17). Esse pecado é chamado de omissão, pois consiste em
nossa falta de ação naquilo que deveríamos fazer (Jo 9.41).
Comentário - O
pecado não é eterno, pois teve princípio. Os gnósticos crêem em dois princípios
eternos: o bem e o mal. A partir da realidade do pecado algumas formas de
pecados podem ser verificadas nas Escrituras. Uma delas é o pecado de comissão,
ou seja, realizar aquilo que é expressamente condenado por Deus. Os nossos
pais, Adão e Eva, foram proibidos de comer do fruto da árvore do bem e do mal.
Entretanto, ainda assim dela comeram. Realizar conscientemente o que Deus de
antemão condenou é um atentado a sua santidade e justiça (Sl 106.6). O pecado
de omissão (Tg 4.17) é outra forma muito comum. Essa forma de transgredir as
leis divinas, muitas vezes, é ignorada entre o povo de Deus. Porém, as
consequências do seu julgamento não serão menores diante do Altíssimo (Mt 25.31-46).
Não é apenas deixando de obedecer a lei expressa de Deus que incorremos em
pecado, mas de igual modo, quando omitimo-nos de fazer o bem, pecamos contra
Deus e a sua justiça (Lc 10.25-37; Jo 15.22,24).]
II - ORIGEM DO PECADO
1.
O PECADO NO CÉU - Foi lá que tudo começou. O pecado já havia sido
introduzido no universo quando Adão e Eva foram criados. Antes de acontecer na
Terra, o pecado se originou no céu pelo mau uso do livre-arbítrio. Jesus disse
que o Diabo peca desde o princípio (Jo 8.44). O querubim ungido foi criado
perfeito em sabedoria e formosura, tinha o selo da perfeição (Ez 28.12-15), mas
se rebelou contra Deus (Is 14.12-14). Foi o orgulho e a soberba que fizeram
esse querubim se transformar em Satanás (1Tm 3.6). Ele foi expulso do céu com
os anjos que o acompanharam em sua rebelião (2 Pe 2.4; Jd 6; Ap 12.7-9).
Comentário - O
pecado não foi criado por Deus. Deus criou tudo bom; não é o Autor do pecado.
Os seres morais não tinham pecado ao serem criados. Satanás foi criado de modo
perfeito e sem pecado (Ez 28.15). “Deus fez ao homem reto” (Ec 7.29). O pecado
não foi o resultado necessário para a finidade. O pecado teve início num
princípio de negação, o que significa que ele não é o resultado de nenhuma
força positiva. Os seres morais foram criados bons, mas não imutáveis e
independentemente bons. Isto os poria em pé de igualdade em relação a Deus;
envolveria o absurdo de Deus criar outro Deus. Somente Deus é imutável e
independente. Não pode haver mais de um Deus, auto-existente, auto-suficiente,
soberano e supremo. Os seres morais, anjos e homem, dependiam de Deus para
continuarem bons. Um poder sustentador deve fluir continuamente de Deus para
que as criaturas morais continuem como foram criadas (Sl 66.9; At 17.28; Cl 1.16-17;
Hb 1.3. O pecado teve origem nos anjos. Wayne Grunden afirma que “Satanás pecou
antes de os seres humanos terem caído, como fica evidente no fato de que ele
(na forma de uma serpente) tentou Eva (Gn 3.1-6; 2 Co 11.3). O NT também nos
informa que Satanás “foi homicida desde o princípio” e que ele é ”mentiroso e
pai da mentira” (Jo 8.44). Ele diz igualmente que o Diabo “vem pecando desde o
princípio” (1 Jo 3.8). Em ambos os textos, a frase “desde o princípio” não
sugere que Satanás tenha sido mau desde o tempo em que Deus começou a criar o
mundo (“desde o princípio do mundo”) ou desde o começo de sua existência (“do
princípio de sua vida”), mas sim desde o começo da história do mundo (Gn 3 e
mesmo antes). A característica do Diabo tem sido a de originar o pecado e a de
induzir outros a pecar.”
2. O PECADO NO ÉDEN - Adão tinha a permissão de Deus para comer de todas as
árvores do jardim, exceto da árvore da ciência do bem e do mal: "De toda
árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal,
dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás"
(Gn 2.16b,17). A advertência foi clara. Quando o casal comeu do fruto proibido,
eles perceberam que estavam nus e procuraram se esconder da presença de Deus (Gn
3.7,8). Era a ruptura imediata da comunhão com Deus, a morte espiritual. O
próprio Deus anunciou a vinda do Redentor (Gn 3.15) e em seguida pronunciou a
sentença ao casal (Gn 3.16-19) e à sua posteridade. Foi por causa dessa
desobediência que o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte (Rm 5.12). Esse
desastre é conhecido como a "Queda da humanidade".
Comentário - “Pelo
que, como por um homem444 entrou o pecado266 no mundo2889, e pelo pecado, a
morte, assim também a morte2288 passou a todos os homens, por isso que todos
pecaram264.” (Rm 5.12). Paulo começa a fazer aqui uma comparação que não foi
concluída senão nos versículos 18 a 21. A comparação foi interrompida por uma
meditação que continua até o versículo 17. O texto inicia com o termo
“portanto”, nesta versão “Pelo que”, indicando que aquilo que se segue está
ligado, na mente de Paulo, com o que precedeu, pelo que a comparação e o
contraste que ele traça entre Adão e Cristo é sua elaboração teológica do que
já havia sido dito. Paulo salienta a idéia de “um só homem” por toda esta
passagem, e isso indica que ele encarava tanto Adão como Cristo como indivíduos
históricos. O Dicionário STRONG traz: 444 ανθρωπος anthropos:- 1) um ser
humano, seja homem ou mulher; 1a) genericamente, inclui todos os indivíduos humanos.
266 αμαρτια hamartia:- 1a) não ter parte em; 1b) errar o alvo; 1c) errar, estar
errado; 1d) errar ou desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar
no erro; 1e) desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, pecado; 2) aquilo
que é errado, pecado, uma ofensa, uma violação da lei divina em pensamento ou
em ação; 3) coletivamente, o conjunto de pecados cometidos seja por uma única
pessoa ou várias. 2889 κοσμος kosmos:- os habitantes da terra, homens, a
família humana; a multidão incrédula; a massa inteira de homens alienados de
Deus, e por isso hostil a causa de Cristo. 2289 θανατοω thanatoo:- 1) colocar à
morte; pela morte, ser liberado do compromisso de algo; literalmente, tornar-se
morto em relação à (algo). 264 αμαρτανω hamartano:- 1) não ter parte em; 2)
errar o alvo; 3) errar, estar errado; 4) errar ou desviar-se do caminho da
retidão e honra, fazer ou andar no erro; 5) desviar-se da lei de Deus, violar a
lei de Deus, pecado. Por causa da Queda, a morte tornou-se uma realidade e toda
a criação está sujeita a ela. "Toda a criação geme" (Rm 8.22),
esperando o momento em que Cristo voltará para libertá-la dos efeitos da morte.
3. A UNIVERSALIDADE DO PECADO - A Bíblia é clara ao ensinar que herdamos a natureza
pecaminosa de Adão (1Co 15.49). Isso passou a ser conhecido como "pecado
original". A Bíblia não mostra como essa transmissão do pecado de Adão
passou a todos os humanos, mas afirma que se trata de um fato incontestável (Rm
5.12,19). Assim, as Escrituras mostram como todos nós, homens e mulheres,
estamos diante de Deus: "todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus" (Rm 3.23). O quadro apresentado é como segue: todos se extraviaram,
não há quem faça o bem (SI 14.1-5; Rm 3.10-12), por isso não há no mundo quem
não peque (1Rs 8.46; Ec 7.20). A prova incontestável da universalidade do
pecado é a morte (Rm 5.12). Nem mesmo os salvos em Cristo estão isentos dessa
lei (1 Jo 1.8).0 pecado é um princípio real e presente na vida de todas as
pessoas, desde o ventre materno (SI 51.5; 58.3). A Queda no Éden corrompeu toda
a humanidade em todo o seu ser: corpo, alma e espírito, intelecto, emoção e
vontade (Is 1.5, 6; 2 Co 7.1).
Comentário - A
Bíblia ensina que, mesmo que nunca tivéssemos pecado—nunca feito algo
errado—ainda seríamos contados como pecadores diante de Deus. Essa é a doutrina
bíblica do pecado original. Quando você ouve sobre pecado original, a
referência é ao pecado de Adão e ao fato que Deus nos considera responsáveis
por esse primeiro pecado de Adão. Somos tão culpados quanto ele foi dessa
primeira desobediência—tão culpados que fomos punidos assim como ele o foi.
Nascemos em delitos e pecados, sofrendo a penalidade que Deus anunciou no
princípio (Gn 2.17). http://voltemosaoevangelho.com/…/pve-por-que-seria-justo-h…/ A
queda do primeiro casal foi devastadora para a posteridade humana. Para
qualquer um de nós é algo completamente impossível supor o que tenha sido o
conhecimento prático da queda. Como projetar a experiência da perda da
perfeição original? Nada, em nossa existência, serve de parâmetro para isso.
Até onde tentamos imaginar o Éden, partimos de nossa realidade caída e,
efetuando alguma modalidade de matemática espiritual, aplicamos o maior
exponencial que a nossa mente pode conceber, e temos um lugar paradisíaco aos
nossos olhos. Todavia, segundo o que afirmam as Escrituras, ainda assim tal
realidade está muito aquém da realidade que aguarda os filhos de Deus: ...mas,
como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em
coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam (1 Co 1.29)
Jair de Almeida, em O Padrão Éden: Modelo De Restauração Da Criação. Disponível
em: http://www.mackenzie.br/…/revi…/VOLUME_XII__2007__2/jair.pdf.
A ordem original do meio ambiente do ser humano na terra deve ser distinguida
do que ele veio a tornar-se após o impacto da queda do homem, a maldição e o
posterior dilúvio. Na carta aos Romanos, Paulo afirma que toda a humanidade
está por natureza sob a culpa e o poder do pecado, sob o reino da morte e sob a
inescapável ira de Deus (Rm 1.18-19;3.9,19;5.17,21). Ele relaciona a origem
desse estado ao pecado de um homem – Adão, que ele descreve como o nosso
ancestral comum (At 17.26; Rm 5.12-14). Apocalipse 12.9 identifica a serpente
como o próprio Satanás, aqui em forma corpórea.
III - A SOLUÇÃO PARA O PECADO
1.
NEM TUDO ESTA PERDIDO. A Bíblia narra a situação humana descrevendo-a
como "mortos em ofensas e pecados" (Ef 2.1) e que "o salário do
pecado é a morte" (Rm 6.23). Morte significa "separação". Isso
começou com a Queda de Adão e continuou com a sua posteridade (Is 59.2). Mas
Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, declara agora que nos
"vivificou" (Ef 2.1a) e que o seu "o dom gratuito [...] é a vida
eterna" (Rm 6.23b). A graça está disponível para toda a raça humana (Tt 2.11)
e a salvação em Jesus pode ser encontrada em todos os lugares (At 17.30).
Comentário:
“Na verdade que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca
peque. Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém
eles buscaram muitas astúcias” (Ec 7.20,29). Nenhum homem é justo diante de
Deus. O homem não faz o bem e não quer e não pode. O homem natural está
totalmente sem a habilidade de agradar a Deus - “E não quereis vir a mim para
terdes vida” (Jo 5.40). O pecado é a maior mazela da humanidade, pois, dele
decorre todo o tipo de maldade e atrocidades que os homens cometem. O texto de
Romanos 3.23 diz expressamente que “o salário do pecado é morte” e seria
terrível se terminasse neste ponto. Mas, pela bondade e misericórdia de Deus,
esse versículo continua, e o restante dele diz: “…mas, o dom gratuito de Deus é
a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor.” A salvação é estendida a todos
os homens, mas, eles tem que se conscientizarem que são pecadores e estão
destituídos da glória de Deus (Rm 3.23), e que as condutas que eles praticam no
dia-a-dia são ofensivas ao Criador.]
2. A PROVISÃO DE DEUS. O pecado entrou no mundo por um homem. Adão; assim
também a redenção veio por um homem: "a graça de Deus, o dom pela graça,
que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos" (Rm 5.15). A
morte de Jesus foi expiatória, um sacrifício pelos nossos pecados que
"Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue" (Rm 3.25).
Expiação diz respeito ao sacrifício para purificação e ao perdão dos pecados
por meio dos sacrifícios (Lv 4.35; 17.11). A propiciação é o ato que apazigua a
ira divina contra o pecado, satisfazendo a santidade e a justiça de Deus. A
expiação realizada pelo "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do
mundo" (Jo 1.29) é um ato da graça de Deus em favor de todos os seres
humanos (l Jo 2.2). Assim, o Senhor Jesus é a provisão de Deus para o pecador.
Comentário - No
Calvário, a justiça de Deus chega ao seu cumprimento histórico, através de
Cristo e sua missão redentora. A justificação pela fé foi um dos pilares da
Reforma Protestante. A salvação é pela graça mediante a fé e não o resultado
das obras nem mesmo da adição de fé mais obras. Assim sendo, a salvação não é
uma conquista do homem, mas um presente de Deus (Ef 2.8). Não é uma medalha de
honra ao mérito, mas uma manifestação do favor imerecido de Deus. Martinho
Lutero disse: “Esta doutrina é a cabeça e a pedra fundamental. Por si só, ela
gera, alimenta, edifica, preserva e defende a igreja de Deus. E sem ela, a
igreja de Deus não poderia existir nem por uma única hora”. Martin Lloyd-Jones
afirmou que a justificação pela fé “é a grande doutrina central de todo
protestantismo, e vocês descobrirão que em cada avivamento ela sempre vem na
vanguarda”. A igreja cai ou permanece de pé por causa desta doutrina. Ela é a
espinha dorsal de todas as doutrinas bíblicas. John Piper diz: “Pregar e viver
a justificação pela fé glorifica a Cristo, resgata pecadores desesperados,
encoraja santos imperfeitos e fortalece igrejas frágeis”. Em Romanos 3.21,
lemos: “Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o
testemunho da Lei e dos Profetas”. Paulo nos mostra como Deus se revelou para
alcançar os gentios e judeus. A justificação é um ato legal, forense e judicial
de Deus. É feita no tribunal de Deus e não em nosso coração. É um ato jurídico
ou uma sentença divina na qual Ele declara perdoado todo pecador que crer em
Jesus. Louis Berkhof define: “A justificação é um ato judicial de Deus no qual
Ele declara, baseado na justiça de Jesus Cristo, que todas as exigências da lei
estão satisfeitas com respeito ao pecador”. A justificação é o contrário de
condenação. Ela é um ato único e legal que remove a culpa do pecado e restaura
o pecador à sua condição de filho de Deus, com todos os seus direitos, privilégios
e deveres. A justificação não ocorre na vida do pecador, não produz mudanças no
seu caráter, mas no Tribunal de Deus. Justificação é uma declaração e
santificação é transformação. Mas, é a partir da justificação que o Espírito
Santo inicia no pecador todo o processo de santificação até a sua glorificação.
CONCLUSÃO - A única esperança é o Senhor Jesus, o único que pode
nos restaurar a Deus. Restaurar é restituir, e isso se aplica tanto a
possessões e bens (Êx 22.14; Is 58.12; Lc 19.8) como também a pessoas (Jr
30.17). O plano de Deus é restaurar todas as coisas (At 3.21), mas Ele começou
com os seres humanos. Nós estávamos perdidos, como o filho pródigo, e fomos
restaurados a Deus pelo arrependimento (At 3.19; 2 Co 7.10) e pela fé em Jesus
(Rm 5.1).
Comentário - Como uma pessoa pode se tornar aceitável diante de Deus?
A resposta está clara no Novo Testamento, especialmente nos escritos de Paulo,
como a passagem clássica de Romanos 3.21-25. Nas Escrituras, a justificação é o
contrário da condenação. É a declaração que diz que o pecador que crê é justo,
e isso devido à retidão imputada de Cristo, o “dom da justiça”, conforme lemos
em 5.17. Agora a justiça de Cristo é legalmente considerada como possessão do
pecador crente. Todos os homens são pecadores e necessitam do perdão de Deus. A
justiça de Deus é para todos e sobre todos, judeus e gentios, porque todos
erraram o alvo, deixando de ser conforme o propósito de Deus. Pois todos
pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23). Infelizmente, a palavra
portuguesa “justificação”, originária do latim, dá a idéia de “tornar justo”,
no sentido de produzir justiça no justificado. Mas o termo grego original
dikaiosyne não se refere a uma mudança intrínseca no indivíduo, e sim a uma
declaração feita por Deus. Visto que não temos justiça própria e somos culpados
diante de Deus, ele nos declara justos com base na expiação de nossos pecados
por Cristo e na sua justiça imputada a nós. Em Romanos ficamos sabendo que
justo é, portanto, quem foi declarado livre em processo, não por não ser
efetivamente culpado, mas por ser reconhecido como tal. A doutrina da
justificação pela fé é o cerne da teologia paulina, utilizada especialmente
quando em confronto direto com o ensino judaico, que defendia que o homem
encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade divina por meio da lei. É
somente pela fé na eficácia do sacrifício de Cristo na cruz que o homem pode
ser considerado justo diante de Deus. Paulo chama a atenção aos gálatas por
desprezarem este sacrifício e misturar a justificação com a santificação,
confiando nas obras de justiça (Gl 1.6,9), o que Paulo chama de “outro
evangelho”. Cuidemos para que não caimos no mesmo erro.] “... corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor
e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
PARA REFLETIR
A respeito da pecaminosidade humana e a sua restauração a Deus, responda:
• Qual o termo genérico para designar o pecado e qual o seu significado?
O termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chat-tath,
e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com "h"
aspirado), que literalmente significa "errar o alvo" (Jz 20.16).
• O que é pecado nas palavras de 1João 3.4?
É a transgressão da lei (1 Jo 3.4; ARA).
• Onde se originou o pecado e por quem tudo começou?
O pecado se originou no céu e tudo começou pelo mau uso do livre-arbítrio.
• Qual a prova incontestável da universalidade do pecado?
A prova incontestável da universalidade do pecado é a morte (Rm 5.12).
• Quem é a provisão de Deus para o pecador?
Jesus Cristo, "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo".
"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre." (Jd 1:25.)
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Whats-App - 85.98857-5757.
Cel - 85.99905-5757.
Prof. Abdias Barreto.
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