quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Interpretação de Atos 12 

Atos 12

H. Perseguição por Herodes Agripa I. 12:1-25.

Lucas interrompe o fluxo de sua narrativa para registrar um .acontecimento que sucedeu alguns anos antes. Considerando que Herodes morreu em 44 A.D., a missão por ocasião da fome deve ter ocorrido cerca de 46 A.D. A comunidade de Jerusalém já tinha encontrado a oposição dos líderes religiosos judeus logo no começo, mas os cristãos eram populares entre o povo. Violenta perseguição levantou-se contra Estêvão e a ala helenista sob a liderança de Saulo. Agora pela primeira vez, Lucas registra a perseguição feita pelas autoridades governamentais da Palestina. Não veio dos líderes romanos mas de um rei judeu.

1. O rei Herodes era Agripa I, neto de Herodes, o Grande, que era rei de toda a Palestina quando Jesus nasceu. Durante o ministério de nosso Senhor, Herodes Antipas, o neto de Herodes, o Grande, era governador da Galileia, enquanto a Judeia era governada por procuradores romanos. Entre os anos 41 e 44 A.D. Herodes Agripa foi rei sobre a Judeia e Galileia. Depois de sua morte no ano 44 A.D., toda a Palestina tomou-se novamente uma província romana sob o governo de procuradores romanos.

2. A morte de Tiago foi o primeiro martírio de um apóstolo e demarcou uma nova atitude de hostilidade da parte do povo judeu em relação à igreja. No começo, os judeus tinham grande respeito aos cristãos (5:13). A perseguição do Sinédrio fora encabeçada por Saulo. Agora o rei dos judeus, com apoio popular, fingiu a perseguição contra os apóstolos. E assim Tiago cumpriu a profecia de Jesus em Mc. 10:39.

3. Sabe-se que Herodes seguiria política de procurar agradar aos desejos do público, e como o povo gostou de vê-lo executando Tiago resolveu prender também PedroOs dias dos pães asmos, os sete dias que seguiam à Páscoa, eram dias santos, quando uma execução não seria apropriada.

4. Para ser exato, a Páscoa era o começo dos dias dos pães asmos, mas Lucas usa os dois termos alternadamente (Lc. 22:1). Pedro foi guardado por quatro mudas de quatro soldados cada um, uma turma para cada três horas de vigília da noite.

5. Incessante oração. A palavra grega que pode ter o significado de contínua ou ardente oração. A mesma palavra foi usada em Lc. 22:44 falando-se da oração de Jesus no Getsêmani.

6. Pedro estava acorrentado a dois soldados, e dois outros ficavam nas portas. Embora o apóstolo esperasse ser executado no dia seguinte, pôde dormir profundamente.

7, 8. Capa. Vestimenta usada sobre as roupas comuns.

9. Pedro pensou que estivesse recebendo uma visão ou um sonho e não pôde crer que fosse real.

10. Pedro e o anjo passaram por dois portões, ambos guardados por um soldado. O terceiro portão, que dava da cadeia para a rua, abriu-se automaticamente. Possivelmente Pedro esteve preso na Torre de Antônia, uma instalação militar ao noroeste da área do templo. Um texto se refere a sete degraus que davam para a cidade.

11. Caindo em si. Pedro estivera caminhando como num transe. Pela primeira vez, ocorreu-lhe o verdadeiro significado do que estava acontecendo.

12. Em primeiro lugar correu ao lugar onde os cristãos estavam reunidos em oração. Essa casa de Maria era um dos principais lugares de reunião da igreja. “Igreja” ou casas construídas para adoração cristã, não eram conhecidas no N.T. João Marcos (12:25; 13:5, 13; 15:37-39; Cl. 4:10; Fl. 2:1; II Tm. 4:11) está sendo apresentado pela primeira vez. A boa tradição conta que ele se tornou o intérprete de Pedro em Roma e que o seu Evangelho se baseia nas pregações de Pedro. Foi provavelmente uma das fontes da informação de Lucas.

14-16. Embora os crentes estivessem orando fervorosamente pela libertação de Pedro, ficaram admirados quando suas orações foram respondidas. Quando a criada que atendeu às batidas de Pedro, reconheceu a voz do apóstolo, correu de volta para avisar a igreja reunida, deixando Pedro em pé junto à porta trancada. Os crentes pensaram que Rode estivesse imaginando coisas ou que ela tivesse visto o anjo da guarda de Pedro (Mt. 18:10; Hb. 1:14). Quando deixaram Pedro entrar, seus amigos começaram a lhe fazer perguntas excitadamente. Ele precisou lhes fazer sinal para silenciarem.

17. Tiago, o irmão de Jesus, tornara-se líder interino da igreja de Jerusalém, mas não estava com a igreja reunida naquela ocasião. Os irmãos podiam ser os anciãos de 11:30 que participavam do governo da igreja com Tiago. Depois de lhes contar como escapara, Pedro “saiu às ocultas” e Lucas não fala mais sobre as suas atividades. Entretanto, a tradição que diz que ele foi a Roma é refutada em Atos 15:2, pois Pedro esteve presente ao concílio de Jerusalém.

19. As palavras traduzidas para ordenou que fossem justiçadas podem significar “levou-os à prisão”; mas a lei romana prescrevia que se um prisioneiro escapasse, a penalidade que merecia deveria ser aplicada ao seu guarda. Cesareia era a capital romana da província da Judeia; mas Judeia aqui está se referindo não à província romana mas à habitação dos judeus.

20. Embora Tiro e Sidom fossem cidades livres, dependiam para alimentação das colheitas da Galileia no reino de Herodes. Por alguma razão desconhecida Herodes zangou-se com essas duas cidades. E por isso, querendo fazer as pazes com ele, presumivelmente subornaram Blasto para que intercedesse junto ao rei conseguindo-lhes uma audiência.

21. O dia designado, de acordo com Josefo, era uma festa em honra de imperador. Para receber os delegados de Tiro e Sidom em audiência, Herodes enfeitou-se com roupas feitas inteiramente de prata.

22, 23. Os pagãos costumavam atribuir divindade aos seus governadores. Josefo conta que, depois de fazer este discurso, Herodes sentiu violenta dor no estômago e foi carregado de volta ao palácio, onde, depois de cinco dias de sofrimento, morreu. Sua morte ocorreu no ano 44 A.D., e a Judeia foi depois colocada sob a liderança de governadores romanos, dois dos quais (Félix e Festo) aparecem mais tarde na narrativa de Atos.

24, 25. Lucas retorna agora à sua história da igreja em Antioquia (veja 11 : 30). https://bibliotecabiblica.blogspot.com/

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sábado, 19 de fevereiro de 2022

Interpretação Bíblica de Atos 11 

Atos 11.
1-3. A notícia de que os gentios receberam o Evangelho alcançou os apóstolos e os cristãos judeus na Judeia. Ao que parece Pedro foi chamado a Jerusalém e alguns dos cristãos judeus de lá discutiram com ele sobre a conveniência de se entrar em tal comunhão com os gentios, comendo com eles. Provavelmente a expressão, os que eram da circuncisão, tem uma conotação um tanto diferente da mesma frase em 10:45. Enquanto os cristãos judeus em Jerusalém discutiam o significado da salvação dos gentios, surgiu um partido que achava que os gentios deviam guardar a lei judaica para serem salvos (15:1). Este partido conservador criticou Pedro, pois reconhecia que um judeu que comia com gentios estava na realidade deixando de lado as práticas judias e consequentemente deixava de ser judeu. Não estavam preparados para aprovar tal tipo de ação; criam que os crentes judeus não deviam abandonar suas práticas judias.

4-15. Em vez de discutir, Pedro contou à igreja de Jerusalém a história da visão do lençol que descia do céu, sua visita a Cesareia, e a vinda do Espírito Santo sobre os gentios tal como veio sobre os judeus no dia de Pentecostes (v. 15).

16. Essa foi a terceira dádiva do Espírito Santo. A primeira foi à igreja judia em Jerusalém no dia de Pentecostes (cap. 2); a segunda foi aos crentes samaritanos (8:17); e agora a terceira foi aos gentios. Sem dúvida a experiência de Pedro em Samaria já o preparara para este ministério aos gentios.

17. O dom de línguas tornou claro que Deus dera aos crentes gentios o mesmo dom que dera aos crentes judeus quando creram no Senhor Jesus Cristo, Recusar o batismo aos gentios seria recusar-se a aceitar a obra de Deus e seria realmente opor-se a Deus.

18. A exposição de Pedro satisfez o partido da circuncisão por algum tempo. Mas a questão do “status” dos cristãos gentios na igreja tinha o destino de logo mais levantar-se novamente e criar um sério problema.

G. Organização de uma Igreja Gentia em Antioquia. 11:19-30.

Esta seção delineia um novo estágio na expansão da igreja desde a comunidade judia em Jerusalém até à comunidade universal.

Anteriormente, Lucas contou a inclusão dos samaritanos na igreja e a conversão de uma só família de gentios, a de Cornélio. Agora ele descreve o começo da primeira congregação independente de gentios em Antioquia, que viria a ser a “igreja mãe” da missão gentia na Ásia e Europa. A narrativa retoma os acontecimentos de 8:4 e a perseguição de Saulo.

19. Fenícia é a estreita faixa de terra limitando o Mediterrâneo. Estende-se ao norte de Cesareia por uns 190 quilômetros e inclui Tiro e Sidom. A pregação do Evangelho ainda se limitava aos judeus, pois a igreja primitiva foi muito lenta em perceber o caráter universal da missão do Evangelho.

20. Alguns dos crentes que vieram da ilha de Chipre Cirene no Norte da África (cons. 13:1) foram a Antioquia e lançaram o Evangelho em uma nova direção. Antioquia era a terceira cidade do Império Romano e a residência do governador romano na província da Síria. Embora houvesse uma colônia judia em Antioquia a cidade era principalmente gentia e grega. O culto às deidades pagãs, Apolo e Ártemis, cuja adoração incluía a prostituição ritual, tinha o seu quartel-general nas proximidades. Antioquia era notória por sua degradação moral. Gregos neste contexto refere-se aos gregos puros e não aos judeus que falavam o grego. O Evangelho pregado aos gentios proclamou não primeiramente o messiado de Jesus mas o seu Senhorio. O messiado era um conceito judeu que não teria significado para os gentios que não tivessem antecedentes judeus.

22. Esta nova aventura teve sucesso imediato, e a igreja-mãe em Jerusalém enviou Barnabé para supervisionar e confirmar a nova igreja tal como Pedro e João supervisionaram a nova igreja em Samaria (8:14-17). Barnabé, conforme seu nome sugere, tinha o dom de fornecer encorajamento aos novos cristãos, e ele exortou os novos convertidos a permanecerem fiéis e a perseverarem com firmeza de coração.

25,26. Logo Barnabé percebeu que a igreja crescente precisava de orientação adicional, e sua mente se voltou para Saulo de Tarso, que sem dúvida estava ocupado em trabalho missionário nas vizinhanças de sua cidade natal (9:30; Gl. 1:21). Depois de alguma dificuldade, ele encontrou Saulo e o trouxe a Antioquia, onde passaram todo um ano trabalhando na igreja. O nome cristãos aparece no N.T. apenas aqui, em 26:28, e em I Pe. 4:16. A palavra é formada com o sufixo latino que designa “seguidor ou partidário de” (cons. “herodianos” em Mc. 3:6). Não há nenhum motivo adequado para pensarmos que o termo fosse usado por gracejo. Simplesmente significa pessoas que seguem a Cristo.

27. A crescente importância da igreja em Antioquia exemplifica-se pelo socorro prestado à igreja-mãe em Jerusalém por ocasião de uma fome. Profetas são mencionados em 13:1; 15:32; 21:9, 10. Não eram líderes oficialmente ordenados mais leigos que declaravam a vontade de Deus ou acontecimentos futuros, sob a orientação do Espírito Santo. Veja I Co. 14:29-39. Os profetas na igreja primitiva eram quase tão importantes quanto os apóstolos (I Co. 12:28; Ef. 2:20; 3:5; 4:11; Ap. 22:9).

28. Ágabo aparece novamente em 21:10. Nos dias de Cláudio. Os historiadores romanos se referem a diversas fomes durante o reinado de Cláudio (41-54 A.D.), enquanto Josefo, o historiador judeu, menciona uma severa fome na Judeia em 46 A.D. 

30. Presbíteros. Eis aqui a primeira menção em Atos desses oficiais cristãos. Lucas não dá nenhuma indicação como o cargo de presbítero surgiu ou como os presbíteros eram escolhidos. Um grupo de presbíteros governava cada sinagoga judia, e é provável que a igreja cristã adorasse o padrão judeu. Provavelmente os crentes formavam um número de congregações espalhadas por diversas casas, e os presbíteros, talvez, fossem os líderes dessas diversas congregações (veja Atos 15:6, 23). Muitos mestres acham que esta visita durante a fome seja a viagem mencionada em Gl. 2:1-10. A “revelação” de Gl. 2:2 pode se referir à profecia de Ágabo. Se for assim, quatorze anos (Gl. 2:1) interpuseram-se desde a primeira visita de Paulo a Jerusalém e agora ele já era um cristão amadurecido e um líder experiente. O problema se a visita mencionada em Gl. 2:1-10 é a visita por ocasião da fome de Atos 11 ou a visita do concílio de Atos 15, constitui um dos mais difíceis problemas da história do N.T.

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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Interpretação Bíblica de Atos 10 

Atos 10

1. Agora Lucas registra um passo final muito importante na expansão do Evangelho aos gentios. Sua importância foi indicada porque Lucas registrou duas vezes a visita de Pedro a Cornélio. Esse passo levantou alguns problemas difíceis tais como o contato social entre os cristãos judeus e gentios e os termos da admissão dos gentios na igreja. Esta questão transformou-se no tema da conferência em Jerusalém em Atos 15. Um centurião era um oficial do exército romano que comandava cem homens e assemelhava-se no posto e função aos atuais oficiais subalternos. Cornélio era comandante da coorte ... italiana. Uma inscrição latina foi preservada indicando a presença, na Síria, da “segunda coorte italiana de cidadãos romanos”, no ano 69.

2. Alguns poucos gentios converteram-se ao judaísmo e aceitaram todas as práticas judias, inclusive a circuncisão. Um número maior rejeitou a circuncisão mas aceitou a crença judia em Deus, a adoração na sinagoga, os ensinamentos éticos do V.T., e algumas das práticas religiosas dos judeus. Essas pessoas, que eram chamadas de tementes a Deus, conheciam bem a versão grega do V.T, que era lida nas sinagogas. Esses homens devotos e tementes a Deus foram o solo mais fértil para o Evangelho se enraizar. Cornélio era um “semiprosélito” desse tipo. Seu caráter piedoso manifestava-se por suas esmolas liberais ao povo e suas orações regulares a Deus.

7. Cornélio escolheu dois servos de confiança e um soldado que também temia a Deus como ele próprio, para irem a Jope em busca de Pedro.

9. Jope fica cerca de trinta milhas de Cesareia. Os três mensageiros partiram de Cesareia cedo de manhã e chegaram a Jope cerca de meio-dia. Enquanto isso, Deus estava preparando Pedro para recebê-los. Lá pelas doze horas Pedro subiu ao terraço sobre a casa em busca de lugar sossegado para orar.

10. Sendo horário de refeição, sentiu fome e provavelmente gritou lá de cima pedindo que lhe preparassem algo para comer. Mas ao continuar orando, caiu em um estado de êxtase e teve uma visão.

11. Viu alguns objetos, tais como um grande lençol seguro pelas quatro pontas que descia dos céus à terra. Objeto. Uma palavra grega que pode designar quase todo o tipo de objeto material útil.

12. No lençol viu os três tipos de criaturas descritas em Gn. 6:20 – quadrúpedes, répteis da terra e aves do céu.

13, 14. Quando recebeu a ordem de matar alguns desses animais para comer, Pedro respondeu que se o fizesse violaria a lei do ritual judaico de não comer alimento imundo. Levítico 11 contém essas leis. Animais que não ruminavam e que não possuíam cascos fendidos eram chamados de imundos e não deviam ser usados para alimento. Além disso, os animais limpos tinham de ser preparados de tal maneira que o sangue não ficasse dentro da carcaça. Embora Pedro fosse cristão, era também um bom judeu, que não violava as regras dietéticas judias.

15. A voz do céu lhe disse que Deus já abolira esses regulamentos sobre alimentos limpos e imundos. Jesus já ensinara a mesma coisa (Mc. 7:14-23) dizendo que alimentos que entram no corpo do homem não podem contaminar o seu coração. A expressão de Mc. 7:19b, “ficando puras todas as comidas”, provavelmente é uma palavra que Marcos recebeu de Pedro. O apóstolo estava agora pessoalmente aprendendo o significado dos ensinamentos de Jesus.

23, 24. No dia seguinte Pedro partiu para Cesareia acompanhado pelos três mensageiros e seis cristãos judeus de Jope (11:12). Na casa de Cornélio, Pedro descobriu que o centurião o esperava e que reunira seus parentes e amigos mais íntimos.

27-29. Pedro explicou a Cornélio e seu grupo que a lei judia tornava “tabu” ao judeu se associar ou visitar pessoas de outras nações. Entretanto, agora, Deus libertara Pedro desses escrúpulos judeus de modo que ele não podia mais olhar para qualquer homem considerando-o cerimonialmente imundo ou comum e por causa disso impróprio para relacionamento social. Deus tornara sua vontade tão clara a Pedro que ele acompanhara os servos de Cornélio sem qualquer objeção, coisa que ele não faria como judeu.

34. O apóstolo compreendeu o significado da visão que lhe foi dada no terraço da casa. Ele compreendeu que a distinção entre o limpo e imundo tinha aplicação aos seres humanos, e que, contrariando as crenças judias, nenhuma pessoa devia ser considerada imunda aos olhos de Deus. Deus não faz acepção de pessoas. Uma pessoa que teme a Deus e faz o que é certo, quer seja judia ou gentia, é aceita por Deus. Era uma grande lição para o judeu aprender e assinala um passo definitivo na expansão da igreja da comunidade judia a um nível universal.

36. Pedro pregou o Evangelho a Cornélio, destacando que embora Deus enviasse a sua Palavra primeiro a Israel, Jesus é realmente o Senhor de todos os homens.

37, 38. A proclamação do Evangelho feita por Pedro incluiu um pequeno resumo do ministério de Jesus na Judeia e Galileia, sua unção para ser o Messias por ocasião de seu batismo, suas boas obras, curas e exorcismo de demônios.

39-41. É notável que Pedro tenha falado pouco sobre o significado da morte de Cristo e que ele não proclamasse a doutrina da expiação. O Evangelho consiste nos fatos da morte e ressurreição de Jesus. A ressurreição de Jesus não era um fato publicamente comprovado mas fora testemunhado por homens escoltados e fora confirmado particularmente porque essas testemunhas comeram e beberam com Jesus depois de sua ressurreição dos mortos.

42, 43. O Evangelho inclui um aviso do juízo vindouro tanto para os vivos como para os mortos, juízo esse que será feito diante do Jesus ressurreto, e a sua oferta do perdão dos pecados para todos quantos crêem nEle.

O sermão de Pedro é o nosso primeiro exemplo de pregação aos gentios. Contém poucas considerações sobre o significado da pessoa de Cristo, nenhuma ênfase sobre sua preexistência, encarnação e divindade, nem sobre o caráter expiatório de sua morte. É realmente uma “Cristologia primitiva” e consiste principalmente da proclamação dos fatos da morte, vida e ressurreição de Jesus e o apelo para crer nEle para perdão de pecados.

44. No dia de Pentecostes, Pedro exortou seus ouvintes ao arrependimento, para serem batizados para perdão de pecados e recepção do Espírito Santo (2:38). Em Cesareia, essa ordem dos acontecimentos foi mudada, e o Espírito caiu sobre Cornélio e sua família antes de serem batizados. Não foi um novo pentecostes mas uma extensão do Pentecostes para incluir os gentios.

45. Os fiéis... da circuncisão refere-se aos cristãos judeus que acompanharam Pedro desde Jope, seu espanto foi devido ao fato de que o Evangelho fosse estendido aos gentios. Embora fossem cristãos, ainda eram judeus, e seus preconceitos judeus tinham de ser derrubados.

46. O dom de línguas foi dado nessa ocasião para que não houvesse dúvida que Deus dera aos gentios o mesmo dom concedido aos crentes judeus.

47, 48. Imediatamente Pedro reconheceu que os gentios deviam ser introduzidos na comunidade da igreja e por isso ordenou que Cornélio e sua família fossem batizados no nome de Jesus Cristo. O batismo nas águas seguiu-se ao batismo no Espírito. Pedro não retornou imediatamente a Jerusalém mas permaneceu com Cornélio por algum tempo provavelmente instruindo-o nas coisas do Senhor.

É surpreendente que num livro tão curto Lucas dedicasse tanto espaço à repetição da conversão de Cornélio. Isto indica que Lucas considerava este acontecimento como um dos mais importantes na vida da igreja primitiva.

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Interpretação Bíblica de Atos 9 

Atos 9

E. A Conversão de Saulo. 9:1-31.

A narrativa da conversão de Saulo foi inserida na história da expansão do Evangelho na Palestina. O registro do ministério de Pedro, que atravessou a Samaria pregando o Evangelho (8:25), resume-se em 9:32. Conforme o Evangelho avançava na direção do mundo gentio, Deus preparava um vaso escolhido para ser o principal instrumento nessa missão. Por isso Lucas interrompe a sua narrativa para contar a conversão de Saulo, e também para explicar o fim da perseguição à igreja.

1. A conversão de Saulo também está relatada em 22:4-16 e 26:12-18. Embora Saulo nascesse e fosse criado na cidade gentia de Tarso, na Cilícia (22:3), estudou em Jerusalém aos pés de Gamaliel, um dos notáveis rabinos judeus daquele tempo (5:34 e segs.). Era considerado um aluno brilhante (Gl. 1:14) e um zeloso fariseu (Fl. 3:5). Agora Saulo executou o papel do mais zeloso representante dos judeus na perseguição à igreja. A violência de sua perseguição está descrita em Atos 26:10, 11. Seu alvo era compelir os cristãos a negar a sua fé sob pena de prisão e até mesmo morte. Não sabemos até onde era comum o martírio nessa perseguição.

2. O sumo sacerdote, presidente do Sinédrio, tinha os judeus de toda a Palestina sob a sua jurisdição. Saulo obteve do sacerdote cartas de extradição para as sinagogas de Damasco a fim de trazer de volta a Jerusalém, em cadeias, qualquer cristão que para lá tivesse fugido. Havia uma comunidade judia em Damasco de cerca de dez a dezoito mil pessoas. Caminho. Uma palavra usada para descrever a fé cristã (19:9, 23; 22:4; 24:14, 22).

3, 4. O jato de luz apareceu a Saulo perto do meio-dia (22:6; 26:13), mas a luz era mais forte do que a luz do sol. A voz que vinha do meio da luz falou a Saulo em hebraico, ou aramaico (26:14). Embora a maioria dos judeus da Dispersão falasse o grego, os pais de Saulo falavam o aramaico e ensinaram-lhe essa língua (Fl. 3:5). Essa era a língua usada nas escolas rabínicas de Jerusalém. A voz informou Saulo que ao perseguir os cristãos ele perseguia a Cristo.

5. A princípio Saulo não entendeu o significado dessa experiência. Pediu que a voz se identificasse. Senhor no grego significa, muitas vezes, pessoa de respeito (16:30; 25:26); mas aqui indica uma resposta reverente e respeitosa. A voz identificou-se como a do Jesus glorificado. As palavras Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões, conforme está na ERC, não se encontram nesta passagem nos textos gregos mais antigos, mas foram aqui introduzidas de 26:14.

7. Saulo estava na companhia de uma caravana. A declaração deste versículo dizendo que os homens ouviram uma voz mas não viram ninguém parece contradizer 22:9 e 26:14, onde se diz que eles ouviram a voz. Há duas possíveis soluções para este problema. A construção do grego em 9:7 é diferente da construção de 22:9. A primeira declaração pode significar que eles ouviram um som e o outro versículo que eles não entenderam o que dizia. Uma segunda possibilidade é que 9:7 se refere à voz de Saulo falando à luz; os homens ouviram a voz de Saulo, mas não ouviram a voz que da luz falava a Saulo (22:9).

9. A experiência foi tão fora do comum que durante três dias Saulo não conseguia nem comer nem beber.

10, 11. Nada sabemos sobre Ananias exceto o que nos conta esta passagem. O versículo 13 indica que talvez ele residisse em Damasco e não sendo refugiado de Jerusalém. Não sabemos como o Evangelho chegou a Damasco nem como Ananias se converteu. O livro de Atos não nos dá uma história completa da igreja primitiva, mas relaciona apenas os acontecimentos mais importantes do seu crescimento. À rua que se chama Direita passava pelo centro de Damasco e ainda existe hoje em dia.

13. Chegou a Damasco notícia da destruição feita por Saulo contra os cristãos em Jerusalém. Santos. Palavra comumente usada no N.T. em relação aos crentes.

15, 16. O sofrimento no serviço de Cristo não deve ser encarado como exceção mas como coisa normal.

17. A obediência de Ananias foi imediata e completa. A recepção do Espírito Santo por meio da imposição das mãos de Ananias foi uma experiência excepcional e não coisa normal (cons. 8:17). Com a palavra irmão, Ananias deu as boas-vindas a Saulo recebendo-o na comunidade cristã.

18. Uma substância escamosa caiu dos olhos de Saulo, ele recobrou a vista imediatamente e foi batizado.

19, 20. Os alguns dias que Saulo passou em Damasco é um período de tempo muito indefinido. Imediatamente após a visão de Cristo, Saulo foi para à Arábia onde ficou por dois ou três anos (Gl. 1:15 e segs.). O curto ministério em Damasco pode ter acontecido antes ou depois da temporada de Saulo na Arábia. Havia numerosas sinagogas em Damasco, e neles Saulo proclamou a Jesus como o Filho de Deus. Esta é a primeira vez que esta frase ocorre no livro de Atos. Pode designar o rei messiânico como objeto do favor de Deus (lI Sm. 7:14; SI. 2:7). Este uso messiânico da frase Filho de Deus foi ilustrada pela pergunta do sumo sacerdote a Jesus (Mc. 14:61). Provavelmente, aqui, o termo tem o significado messiânico, pois Atos 9:22 diz que a pregação de Saulo provava que Jesus era o Messias (que aquele era o Cristo).

21, 22. A transformação de Saulo deixou seus ouvintes muito admirados. Demonstrando. Literalmente, juntando; isto é, juntando as profecias do V.T. com seu cumprimento para mostrar que Jesus era o Messias (o Cristo). Tendo Saulo recebido a instrução de um rabi e consequentemente conhecendo bem o V.T., isto era-lhe agora muito útil.

23, 24. Os muitos dias incluíam de dois a três anos depois da conversão de Saulo (Gl. 1:18). “Três anos” na computação judia podia se referir a um período de mais de dois anos completos. Comparando este versículo com II Co. 11:32 vemos que os judeus fizeram uma conspiração com o representante do Rei Aretas da Arábia. Talvez o reino nabaetano de Aretas se estendesse até Damasco, incluindo esta; mas é mais aceitável que Aretas tivesse um representante na pessoa de um etnarca governando sobre os muitos nabaetanos que moravam em Damasco. Quando o ministério de Saulo em Damasco provocou a animosidade das autoridades tanto nabateanas quanto judias, estas juntaram suas forças para vigiar os portões num esforço de prendê-lo quando deixasse a cidade.

25. Um dos cristãos possuía uma casa construída sobre a muralha de Damasco. Saulo foi baixado num grande cesto trançado que foi passado através de uma janela, e assim ele escapou à conspiração.

26. Quando Saulo retornou a Jerusalém, não pôde reunir-se novamente aos seus antigos companheiros judeus; e os poucos cristãos que permaneceram na cidade (8:1) suspeitavam que a sua profissão de fé não passasse de mera fachada para melhor perseguir a igreja.

27. Barnabé já conhecia Saulo ou então era homem de grande discernimento, pois reconheceu a sinceridade de Saulo e o apresentou aos apóstolos. Os únicos apóstolos em Jerusalém nessa ocasião eram Pedro e Tiago, o irmão do Senhor (Gl. 1:18, 19). Tiago fora incluído no círculo apostólico.

28, 29. Santo passou a se ocupar agora do ministério do Evangelho em Jerusalém. Seu ministério anda não se estendia além da capital da Judeia (Gl. 1:22-24). Em primeiro lugar ele se dirigiu aos judeus que falavam o grego ou helenistas – o mesmo grupo a quem Estêvão testemunhara antes (Atos 6:9). Os helenistas tentaram matar Saulo como antes o fizeram com Estêvão.

30. Saulo escapou com vida apenas por causa da ajuda de seus irmãos cristãos, que o levaram ao porto da Cesareia, de onde ele navegou para Tarso, sua cidade natal, na Cilícia. Agora perdemos Saulo de vista até 11:25; mas sem dúvida esteve ocupado em Tarso pregando o Evangelho, embora não haja registro desse ministério.

31. A seguir Lucas descreve o crescimento, tanto numérico quanto espiritual, da igreja.., em toda a Judeia, Galileia e Samaria. O plural (ERC), igrejas, não é correto. A Igreja é uma só, embora haja muitas igrejas locais. Essa é a primeira referência às igrejas da Galileia. Não sabemos quando ou como foram organizadas.

F. O Ministério de Pedro na Palestina e os Primeiros Gentios Convertidos. 9:32-11:18.

A narrativa de Lucas neste ponto retorna à história da expansão do Evangelho através da Judeia pelo ministério de Pedro. Pedro foi mencionado pela última vez em 8:25, quando, na companhia de João, voltou de Samaria a Jerusalém. Agora somos informados que Pedro envolveu-se em um ministério itinerante através da Judeia, pregando aos cristãos que foram espalhados pelas diversas cidades. Seria muito interessante termos um registro completo do ministério de Pedro. Em Lida, encontrou um grupo de cristãos que provavelmente fugiram para lá na dispersão causada pela perseguição em Jerusalém. Filipe já tinha evangelizado essa região (8:40). Aqui Pedro curou o paralítico Eneias.

35. A história da cura de Eneias espalhou-se por toda a cidade de Lida e através da planície de Sarona, que ficava junto ao mar, resultando na conversão de muita gente. Esta área era parcialmente habitada pelos gentios; Lucas está acompanhando o desenvolvimento da igreja desde a comunidade judia em Jerusalém até os convertidos gentios.

36. Jope. Uma cidade costeira, cerca de dez milhas a noroeste de Lida. Tabita. Uma palavra aramaica que quer dizer gazelaDorcas. A mesma palavra no grego. Era muito amada pelos cristãos por causa de suas boas obras e atos de caridade.

37. As leis cerimoniais judias da purificação exigiam lavarem o morto. Era colocado em um cenáculo antes do sepultamento.

39. Viúvas, que se encontravam entre as pessoas mais necessitadas do mundo antigo, foram objeto particular da caridade de Tabita. Provavelmente estavam usando as roupas feitas por Dorcas para elas.

43. Os judeus consideravam imundo o negócio de curtir peles, uma vez que envolvia o manejamento de corpos mortos. É significativo que Pedro, bom judeu que era, ficasse hospedado com um homem ocupado em tal ofício.

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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Interpretação de Atos 8 

Atos 8

1. Saulo consentia. Alguns acham que essas palavras indicam que Saulo era um membro do Sinédrio. Isto não precisa ser verdade. Entretanto, sendo ele da Cilícia, era sem dúvida um membro da sinagoga que discutiu com Estêvão (6:9). Até esse momento a igreja não demonstrara nenhuma inclinação de levar o Evangelho a todo o mundo, permanecendo em Jerusalém. Deus usou a perseguição que se seguiu à morte de Estêvão como um meio providencial para a expansão do Evangelho fora de Jerusalém. Os crentes da congregação de Jerusalém foram espalhados por toda parte, mas os apóstolos puderam permanecer na cidade dando estabilidade à igreja.

3. O espírito instigador dessa perseguição foi Saulo (veja Gl. 1:13, 23; I Co. 15:9; Fl. 3:6). Ele se convenceu de que esse novo movimento que proclamava um criminoso crucificado como o Messias não podia ser de Deus. Pois o V.T. pronunciava uma maldição sobre qualquer um que fosse pendurado sobre uma árvore. Era uma prova escriturística, segundo o entendimento de Saulo, que Jesus era um enganador e esse novo movimento era blasfemo.

C. O Evangelho em Samaria. 8:4-25.

Primeiro, Lucas registra a expansão do Evangelho em Samaria. Os samaritanos eram descendentes de uma mistura do remanescente de Israel com estrangeiros que foram introduzidos na Samaria pelos conquistadores assírios quando as classes superiores foram levadas para o exílio (II Reis 17). Os samaritanos construíram um templo rival sobre o Monte Gerizim (veja Jo. 4:20). Considerando os judeus que os samaritanos eram mestiços raciais e religiosos, violentos preconceitos raciais tiveram de ser vencidos antes da igreja poder se tornar realmente universal.

5. À cidade de Samaria. Não se sabe ao certo se Samaria indica uma cidade ou um país. Normalmente, essa palavra no N.T. designa o território e não a cidade. A cidade de Sanaria foi reconstruída por Herodes, o Grande, nos moldes de uma cidade grega e recebeu o nome de Sebaste, em honra do imperador romano. A mensagem de Filipe na Samaria foi o Messias (Cristo), isto é, que Jesus era o Cristo.

9-11. Antes que Filipe chegasse a Samaria, um mágico chamado Simão exercera sua profissão, proclamando “que era alguém”. As pessoas foram enganadas por seus truques e lhe atribuíram o Grande Poder. Grande era uma palavra usada pelos gregos pua designar o Deus judeu (o poder de Deus que é chamado Grande).

12. A mensagem de nosso Senhor foi o evangelho do reino de Deus (Mt. 4:23; 9:35). Dissera aos seus discípulos que pregassem o Evangelho do reino em todo o mundo (Mt. 24:14). Filipe foi a Samaria pregando a respeito do reino de Deus. A frase é exatamente a mesma exceto que o verbo foi usado em lugar do substantivo (evangelizando) e a preposição foi inserida. O evangelho do reino de Deus e o nome de Jesus Cristo são aqui ideias intercambiáveis.

14-17. Os apóstolos... em Jerusalém mantinham um relacionamento de supervisão sobre toda a igreja e, por isso, enviaram Pedro e João a Samaria para investigar esse novo ponto de desenvolvimento. (João e seu irmão Tiago perguntaram certa vez a Jesus se não deviam pedir que caísse fogo do céu sobre uma determinada aldeia samaritana; veja Lc. 9:52 e segs.) Tornou-se evidente a Pedro e João que o dom do Espírito Santo recebido no Pentecostes não fora oferecido aos samaritanos convertidos. Eles receberam o batismo da água mas não o batismo com o Espírito. Os apóstolos achavam óbvio que a fé daquelas pessoas era genuína. Portanto impuseram-lhes as mãos e o Espírito Santo veio sobre eles. O significado deste acontecimento tem sido assunto de controvérsia, mas deve-se destacar que no dia de Pentecostes e na casa de Cornélio (Atos 10), o Espírito Santo foi concedido sem a imposição de mãos. Portanto torna-se arbitrário selecionar este acontecimento único para transformá-lo em norma de experiência cristã, e insistir que existe um batismo especial com o Espírito que é concedido após a fé salvadora pela imposição de mãos daqueles que já passaram por essa experiência. O significado desse acontecimento está no fato dessa gente ser samaritana. Eis aí o primeiro passo através do qual a igreja rompeu suas cadeias judias indo na direção de uma comunhão realmente universal. A imposição de mãos não foi necessária para os samaritanos; mas foi necessária para os apóstolos, para que se convencessem completamente de que Deus estava realmente rompendo as barreiras do preconceito racial e incluindo essa gente mestiça dentro da comunidade da Igreja. Não foi um novo Pentecostes mas uma extensão do Pentecoste ao povo samaritano.

18-24. O desejo de Simão de comprar os dons de Deus com dinheiro deu origem à palavra “simonia”. A resposta de Pedro foi, “O teu dinheiro seja contigo para perdição... Arrepende-te”. Parece que Simão era realmente convertido, mas os hábitos da velha vida e o laço de Atos (Comentário Bíblico Moody) 41 iniquidade (v. 23) ainda não fora quebrada. Simão foi tomado de medo e rogou aos apóstolos que intercedessem por ele e buscassem o perdão de Deus (v. 24). 25. Pedro e João ficaram agora ocupados em um vigoroso programa evangelístico que os levou por muitas aldeias da Samaria. Depois, tendo completado sua excursão, retornaram a Jerusalém.

D. A Conversão do Eunuco Etíope. 8:26-40. Agora Lucas registra um novo passo na direção da expansão da igreja, além de seu cenário judeu inicial, contando a conversão do eunuco etíope, que possivelmente era semiconvertido ao judaísmo, embora também pudesse ser judeu. 26. Gaza, era uma das cinco cidades dos filisteus, situava-se cerca de duas milhas e meia do mar. A cidade foi destruída em 93 A.C., mas foi reconstruída trinta e seis anos depois em novo local mais perto do mar. Este se acha deserto pode se referir tanto à estrada, como também, com mais probabilidade, ao sítio da antiga cidade. 27. Os eunucos serviam nas cortes orientais ocupando posições de grande autoridade. Candace. Não um nome próprio mas o título de uma autoridade real. O rei da Etiópia era considerado o filho do sol e portanto sagrado demais para exercer as funções propriamente ditas do governo. A rainha mãe, que era chamada Candace, governava. Esse eunuco era provavelmente um gentio temente a Deus ou um semiconvertido ao judaísmo, que fora a Jerusalém em peregrinação. Como eunuco, não poderia jamais pertencer ao povo de Deus do V.T. (Dt. 23:1), mas essas pessoal tinham de aceitar o Evangelho. 28. Viajando em uma carruagem coberta, provavelmente puxada por bois, estava lendo o profeta Isaías na tradução grega. 30. Os antigos costumavam ler em voz alta, e Filipe ouviu o eunuco lendo em Isaías. 32, 33. A passagem da Escritura era Is. 53:7, 8. Ela descreve alguém que sofreu em silêncio, a quem foi negado justiça, e que foi morto.

34. Antes da vinda de Cristo, os judeus compreenderam que esta era uma passagem messiânica e que o sofrimento do servo era uma profecia dos sofrimentos do seu Messias. Mais tarde alguns interpretaram o servo sofredor como sendo o profeta e outros como o povo de Israel.

35. Filipe mostrou ao eunuco que essa era uma profecia sobre Jesus. Isto retrocede aos ensinamentos de nosso Senhor mesmo que dizia ter vindo para servir e dar a sua vida em resgate de muitos (Mc. 10:45).

36. A nordeste de Gaza há um vale onde existe água corrente. Ao que parece a explicação de Filipe incluiu um apelo para que o eunuco aceitasse a Jesus e fosse batizado, pois este pediu a Filipe para ser batizado.

37. Este versículo não se encontra nos textos gregos mais antigos. Foi acrescentado há muito tempo atrás e reflete a prática cristã da igreja primitiva de batizar as pessoas imediatamente após a profissão de fé em Jesus Cristo.

38. Uma das nossas mais antigas obras cristãs pós-bíblicas, a Didaquê (cerca de 125 A.D.), diz que o batismo deve ser realizado em água corrente, se possível.

39, 40. Não sabemos o que aconteceu ao eunuco, mas a tradição conta que ele se tornou um missionário entre o seu próprio povo. Filipe visitou Azoto, a antiga cidade de Asdode, cerca de vinte milhas ao norte de Gaza, e depois seguiu para o norte ao longo da costa, pregando o Evangelho em diversas cidades, provavelmente incluindo Lídia e Jope (9:32 e segs.). Depois foi a Cesareia, onde ao que parece se estabeleceu, pois lá residia numa data posterior (21:8). Cesareia era uma cidade gentia e a residência oficial dos procuradores romanos na Judeia. 

"Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo sempre... Amem." 
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