4-15. Em vez de discutir, Pedro contou à igreja de
Jerusalém a história da visão do lençol que descia do céu, sua visita a Cesareia,
e a vinda do Espírito Santo sobre os gentios tal como veio sobre os judeus no
dia de Pentecostes (v. 15).
16. Essa foi a terceira dádiva do Espírito Santo. A
primeira foi à igreja judia em Jerusalém no dia de Pentecostes (cap. 2); a
segunda foi aos crentes samaritanos (8:17); e agora a terceira foi aos gentios.
Sem dúvida a experiência de Pedro em Samaria já o preparara para este
ministério aos gentios.
17. O
dom de línguas tornou claro que Deus dera aos crentes
gentios o mesmo dom que dera aos crentes judeus quando creram no Senhor Jesus
Cristo, Recusar o batismo aos gentios seria recusar-se a aceitar a obra de Deus
e seria realmente opor-se a Deus.
18. A exposição de Pedro satisfez o partido da
circuncisão por algum tempo. Mas a questão do “status” dos cristãos gentios na
igreja tinha o destino de logo mais levantar-se novamente e criar um sério
problema.
G. Organização de uma Igreja Gentia em Antioquia.
11:19-30.
Esta seção delineia um
novo estágio na expansão da igreja desde a comunidade judia em Jerusalém até à
comunidade universal.
Anteriormente, Lucas
contou a inclusão dos samaritanos na igreja e a conversão de uma só família de
gentios, a de Cornélio. Agora ele descreve o começo da primeira congregação
independente de gentios em Antioquia, que viria a ser a “igreja mãe” da missão
gentia na Ásia e Europa. A narrativa retoma os acontecimentos de 8:4 e a
perseguição de Saulo.
19.
Fenícia é a estreita faixa de terra
limitando o Mediterrâneo. Estende-se ao norte de Cesareia por uns 190
quilômetros e inclui Tiro e Sidom. A pregação do Evangelho ainda se limitava
aos judeus, pois a igreja primitiva foi muito lenta em perceber o caráter
universal da missão do Evangelho.
20. Alguns dos crentes que vieram da ilha de Chipre e Cirene no
Norte da África (cons. 13:1) foram a Antioquia e lançaram o Evangelho em uma
nova direção. Antioquia era a terceira cidade do Império Romano e a residência
do governador romano na província da Síria. Embora houvesse uma colônia judia
em Antioquia a cidade era principalmente gentia e grega. O culto às deidades
pagãs, Apolo e Ártemis, cuja adoração incluía a prostituição ritual, tinha o
seu quartel-general nas proximidades. Antioquia era notória por sua degradação
moral. Gregos neste contexto refere-se aos gregos puros e não
aos judeus que falavam o grego. O Evangelho pregado aos gentios proclamou não
primeiramente o messiado de Jesus mas o seu Senhorio. O messiado era um
conceito judeu que não teria significado para os gentios que não tivessem
antecedentes judeus.
22. Esta nova aventura teve sucesso imediato, e a igreja-mãe
em Jerusalém enviou Barnabé para supervisionar e
confirmar a nova igreja tal como Pedro e João supervisionaram a nova igreja em
Samaria (8:14-17). Barnabé, conforme seu nome sugere, tinha o dom de fornecer
encorajamento aos novos cristãos, e ele exortou os novos convertidos a
permanecerem fiéis e a perseverarem com firmeza de coração.
25,26. Logo Barnabé percebeu que a igreja crescente
precisava de orientação adicional, e sua mente se voltou para Saulo de
Tarso, que sem dúvida estava ocupado em trabalho missionário nas
vizinhanças de sua cidade natal (9:30; Gl. 1:21). Depois de alguma dificuldade,
ele encontrou Saulo e o trouxe a Antioquia, onde passaram todo um
ano trabalhando na igreja. O nome cristãos aparece no
N.T. apenas aqui, em 26:28, e em I Pe. 4:16. A palavra é formada com o sufixo
latino que designa “seguidor ou partidário de” (cons. “herodianos” em Mc. 3:6).
Não há nenhum motivo adequado para pensarmos que o termo fosse usado por
gracejo. Simplesmente significa pessoas que seguem a Cristo.
27. A crescente importância da igreja em Antioquia
exemplifica-se pelo socorro prestado à igreja-mãe em Jerusalém por ocasião de uma
fome. Profetas são mencionados em 13:1; 15:32; 21:9, 10. Não eram líderes
oficialmente ordenados mais leigos que declaravam a vontade de Deus ou
acontecimentos futuros, sob a orientação do Espírito Santo. Veja I Co.
14:29-39. Os profetas na igreja primitiva eram quase tão
importantes quanto os apóstolos (I Co. 12:28; Ef. 2:20; 3:5; 4:11; Ap. 22:9).
28.
Ágabo aparece novamente em
21:10. Nos dias de Cláudio. Os historiadores romanos se
referem a diversas fomes durante o reinado de Cláudio (41-54 A.D.), enquanto
Josefo, o historiador judeu, menciona uma severa fome na Judeia em 46
A.D.
30.
Presbíteros. Eis aqui a
primeira menção em Atos desses oficiais cristãos. Lucas não dá nenhuma
indicação como o cargo de presbítero surgiu ou como os presbíteros eram
escolhidos. Um grupo de presbíteros governava cada sinagoga judia, e é provável
que a igreja cristã adorasse o padrão judeu. Provavelmente os crentes formavam
um número de congregações espalhadas por diversas casas, e os presbíteros,
talvez, fossem os líderes dessas diversas congregações (veja Atos 15:6, 23).
Muitos mestres acham que esta visita durante a fome seja a viagem mencionada em
Gl. 2:1-10. A “revelação” de Gl. 2:2 pode se referir à profecia de Ágabo. Se
for assim, quatorze anos (Gl. 2:1) interpuseram-se desde a primeira visita de
Paulo a Jerusalém e agora ele já era um cristão amadurecido e um líder
experiente. O problema se a visita mencionada em Gl. 2:1-10 é a visita por
ocasião da fome de Atos 11 ou a visita do concílio de Atos 15, constitui um dos
mais difíceis problemas da história do N.T.
Prof.
Abdias Barreto. 85.988575757.
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